Pensava que fosses mais forte, queria que fosses mais tu. Pensava que querias conhecer mais como transitam em mim as emoções, mas viras as costas a todas elas, olhas para o lado como se não fosse nada contigo. Esse sorriso que mostraste com displicência a quem o quisesse ver vem de dentro de ti, não abafa as mágoas mal-choradas do meu sorriso torto e cansado. As tuas próximas palavras vão magoar como pedradas no charco, porque eu conheço-as já.
Consegues, num minuto, dar-me o mundo dos olhos que brilham e no próximo substitui-lo por copos calados de chocolate falseado. Não deixaste ainda um esfriar para escaldar-me os lábios com o próximo. E eu assim vou vivendo, entre o ardor quente e terrível e a língua adocicada à força. Assim vou ficando, entre balbúcios mal articulados e discursos cúmplices de planos irrealizados.
O vento anda, corre e voa!
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Ela: Queres ir?
Ele: Hmmm… Não sei… Tu queres?
Ela: A tua resposta está dependente da minha?
Ele: Sim…
Ela: Mas eu perguntei primeiro...
Ele: Mas eu só respondo se me disseres se tu queres ir…
Ela: Claro que quero, é a minha melhor amiga, que só vi 4 vezes nos últimos dois anos. Quero ao menos dar-lhe um beijinho, pôr um pouco a conversa em dia.
Ele: Então ‘tá bem, vamos.
Ela: Ok.
(30 segundos enquanto Ela manda mensagem à amiga a combinar o local de encontro)
Ele: Então, vamos?
Ela: Então, não tinhas dito que íamos? (Enquanto penteia o cabelo e se arranja para sair)
Ele: Bem, eu não tenho vontade nenhuma de ir lá, mas como é a tua amiga e eu também gostava de falar com ela…
Ela: Se não te apetece, não precisas de ir. Posso ir sem ti, ou posso não ir. Quero é que te decidas e digas se sim ou não.
Ele: Bem, eu vontade de ir não tenho…
Ela: Então, vamos ou não vamos? Preciso de saber…
Ele: Porque é que não vais com as tuas amigas? Eu deixo-te lá e depois ias para casa…
Ela: Mas desde quando é que tens direito de dar palpites sobre as minhas decisões? Quem decide a minha vida sou eu, não és tu! Estou à espera da resposta.
Ele: Não me apetece ir. Mas…
Ela: Mas então?... É assim tão difícil responder a uma pergunta simples, de sim ou não?
Ele: É.
Ela: É muito difícil viver com isso… Porque é que não és capaz de responder e manter uma resposta coerente durante 5 minutos? Primeiro é sim, depois não sabes… Preciso de saber, queres ir ou não?
Ele: Não.
Ela imediatamente telefona e altera os seus planos.
Ele: (silêncio)
Ela: (silêncio)
10 minutos depois
Ele: Porque choras?
Ela: (Olhar silencioso a transbordar de razões.)
Ele: (Silêncio)
Ela: (SLAM! Bate a porta e afasta-se sem voltar a olhar para ele.)
Agora: Nenhum dos dois sabe o que o outro está a pensar.