Perdoem-me a falta de comentários, mas este Senhor é demasiado grande, significa demasiado para mim, na minha pequenez insignificante, para que qualquer palavra possa ousar descrever a dor na sua ausência ou as riquezas que encerram a sua memória.
cartoon by Rui Pimentel in Revista Visão
Abre os braços e eleva-te no ar...
Mais para ler
Em modo flash capto o teu pensamento que se esconde por entre cortinas de chumbo e quilómetros. Em modo blues capto nas oscilações da tua voz os humores que te apoquentam, Em modo maternal te embalo, aconselho e puxo as orelhas. Em modo paixão guardo-te só para mim.
O vento anda, corre e voa!
Mais para ler
De quando em vez, sem pré-aviso, os ventos e aragens, que não conhecem fronteiras, deixam-se levar de boleia por uma qualquer nortada. A VentaniaAzul foi arejar para outras paragens, visitar o conforto de aragens Amigas, e está de volta. Trouxe saudades de quem deixa e de quem encontra, muitas experiências condensadas como o leite, talvez não tão doces... Trouxe alguns sonhos realizados e muitos mais sonhos novos a estrear. Trouxe o brilho nos olhos de quem tem o coração em paz e o descanso para dormir em noites futuras. Que a vida são dois dias e ninguém nos vai acordar.
O vento anda, corre e voa!
Mais para ler
Seco como a recordação do dia que nunca passaste a olhar para a trovoada a meu lado. Que o que nunca foi também traz recordações. E o que podia ter sido. Por isso cravo as unhas nas recordações do que talvez venha a ser. E sorrio. E deixo o Amor apoderar-se de cada célula.
Mais para ler
Imagens que passais pela retina Dos meus olhos, porque não vos fixais? Que passais como a água cristalina Por uma fonte para nunca mais!...
Ou para o lago escuro onde termina Vosso curso, silente de juncais, E o vago medo angustioso domina, - Porque ides sem mim, não me levais?
Sem vós o que são os meus olhos abertos? - O espelho inútil, meus olhos pagãos! Aridez de sucessivos desertos...
Fica sequer, sombra das minhas mãos, Flexão casual de meus dedos incertos, - Estranha sombra em movimentos vãos.
____________________________________
Il pleure dans mon coeur Comme il pleut sur la ville. Verlaine
Meus olhos apagados, Vede a água cair. Das beiras dos telhados, Cair, sempre cair.
Das beiras dos telhados, Cair, quase morrer... Meus olhos apagados, E cansados de ver.
Meus olhos, afogai-vos Na vã tristeza ambiente. Caí e derramai-vos Como a água morrente.
____________________________________
Floriram por engano as rosas bravas No inverno: veio o vento desfolhá-las... Em que cismas, meu bem? Porque me calas As vozes com que há pouco me enganavas?
Castelos doidos! Tão cedo caístes!... Onde vamos, alheio o pensamento, De mãos dadas? Teus olhos, que um momento Perscrutaram nos meus, como vão tristes!
E sobre nós cai nupcial a neve, Surda, em triunfo, pétalas, de leve Juncando o chão, na acrópole de gelos...
Em redor do teu vulto é como um véu! ¿Quem as esparze - quanta flor! -, do céu, Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?
Mais para ler
Apetece-me uma imagem para matar a sede de fim-de-rotina-semanal...
Ora toma lá um Monet para lavar os olhos - quase se sente o perfume dos waterlillies...