A coerência é essencial, ou desvirtua toda a verdade que a mensagem possa encerrar. Também é (minha) verdade que "o erro é medo em cápsula". Disse há dias que "o amor é o próprio inverso do medo", de onde poderia extrapolar para "quem ama não erra". Mas todos sabemos que essa conclusão não seria verdade. Quem ama também erra, mas sabe que errou. A verdade, a mesma que exijo de e para mim, passa por errar, assumir o erro e fazer por emendá-lo, ou acolher o erro nas mãos minhas que se perpetuam nas tuas.
Reconheces-me na penumbra da solidão?
A redenção não tem de custar todos os desamores. Corta os laços que te retêm ao medo, desata os meus com os dentes selvagens na minha pele. Empacota as memórias de filmes, canções, beijos e palavras, são tuas mas não pertencem ao hoje, tão pouco ao amanhã. O amanhã é nosso, lembras-te? Há um farol que te chama, só a ti, tudo de ti. Há uma bússola que te acolhe as vozes e as melancolias.