Normalmente não me lembro do que sonho. Sei que sonho contigo quando ainda estou a sorrir quando desligo o alarme, quando debaixo dos lençóis ainda está uma réstia do toque dos teus dedos no meio da neblina escura do sono. Meia volta para a direita, lençóis frios. Afinal não estás lá, apesar do teu cheiro, juro, estar no meu nariz. Tento ignorar e voltar ao ponto anterior, mais 10 minutos de felicidade, ainda que sonhada, só podem fazer o dia começar melhor. Mas a realidade sopra um ruído, nas orelhas sente-se o frio, o sorriso quebra. Ah, espera, foi só um sonho, ele já não te quer, lembras-te? Luto contra a primeira das lágrimas que se ameaça, sei que preciso de me levantar e pôr a vida em play, que a batalha vai surgir muitas vezes ainda durante o dia, e não garanto que ganhe todas.