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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

origem

O Jorge (JBG) ofereceu-me uma fotografia. Não sei quando a tirou, sou distraída, sempre na Lua. Mas sou eu, inteirinha, ali em baixo.


Muito obrigada, querido Jorge, pela fotografia sob forma de poema que apanha um ângulo difícil de captar.


Se calhar ainda há poesia no mundo... :)


 


Quantas queimaduras terei?
Com gelo e com fogo me queimei.
Duras marcas dum plano em que colaborei.
Jura tatuada, em pele imaculada.
Mudei para amar.
Resisti por acreditar.
Alma, com tanto amada
que por amor foi dada.

Redondos, os olhos a interrogar.


Perguntas como flechas que nem o silêncio desvia.


Direitos a mim, redondos, na aflição do alívio.


 


 


Não te aflijas, passarinho. Guarda as asas para quem tas souber navegar.


Nunca disse para sempre neste ou noutro lugar.