Tenho uma amiga insegura sem motivos, que é uma fotógrafa fantástica, com um olho e um instinto naturais a que eu chamo de talento, mas acha sempre que é muito menos do que é na realidade.
Tenho uma amiga que pensa que é uma óptima fotógrafa, envolve-se em montes de experiências, dedica-se a pormenores desinteressantes e banais, e as poucas coisas de jeito que lhe saem parecem ser fruto do acaso.
Tenho uma colega que admite que não percebe nada de fotografia mas gosta de fotografar e até saca imagens bem interessantes.
Não é por nada em especial, mas só um reflexo de como as nossas perspectivas e convicções podem andar tão distantes do que é real. E o que é real há-de ser um qualquer ponto intermédio entre a minha percepção e as percepções dos outros. E se não há percepções de ninguém a realidade é incerta. Like the cat in a box.