- Torne-o dependente de si para as coisas essenciais. Faça-lhe a cama, limpe o quarto dele, lave e passe a roupa, arrume-a também. Não o deixe aproximar-se da cozinha. Cozinhe todas as refeições, sirva-lhe o prato, ponha e levante a mesa, lave a loiça. E não se esqueça de ter sempre uma sobremesa das que ele gosta preparada.
- Se o seu bebé filho adulto já não viver consigo, assegure-se de que ele continua a ir visitá-la todos os dias, preferencialmente para jantar. Insista em continuar a tratar da roupa dele, continue a cozinhar e ofereça-se para ir limpar a casa dele semanalmente.
- Incuta-lhe a ideia de que as mulheres se querem donas-de-casa, prendadas e que servir a família é mais que suficiente para uma mulher se sentir realizada.
- Seja mãe-galinha. Hiper-protectora. Dê ao seu bebé filho tudo o que ele quer. Seja indulgente. Sempre que ele fizer asneira, dê-lhe colinho, passe-lhe a mão pelo pêlo. Seja a melhor aliada do seu filho, se necessário, mesmo contra outros elementos da família (como o pai).
- Encontre rapidamente defeitos em todas as raparigas por quem ele se mostrar interessado. Faça perguntas, mas atenção, dê a entender que não se quer intrometer.
- Se eventualmente o seu bebé filho iniciar um namoro sem lhe dizer nada e você perceber (as mães percebem, não é?) finja que está feliz com a situação, brinque, pisque-lhe o olho até ele se descair.
- Quando ele confirmar, ou se lhe contar que tem uma namorada, sorria muito, para não se perceber o que realmente está a pensar ("Quem será a malvada que me quer roubar o meu menino?!")
- Mantenha-se fiel à mesma estratégia. Mostre-se feliz e faça muitas perguntas mascaradas de interesse genuíno sobre a rapariga. De onde é, que idade tem, o que faz, o que estudou, as medidas, se tem trabalho, se vive sozinha, se já foi comprometida, etc.
- Assim que detecte uma possível falha, chame a atenção do seu menino filho com observações contundentes. "Com essa idade e ainda é solteira? Qual é a história?" "Ah, já tem uma criança? Ai filho, não estou nada a ver-te nesse filme, tu não vais aguentar." "Está desempregada, e quando acabar o subsídio vive do quê? Tem cuidado filho, que há mulheres muito interesseiras." "Ainda vive com os pais?! Olha que normalmente essas moças são muito mimadas." "Já vive sozinha?! Se calhar está farta de meter homens em casa!" "Tem tantos cursos?! Sabe mais a dormir do que tu acordado, filho." "Nunca tirou um curso porquê? Se calhar não tem cabecinha e quer é boa vida." Basicamente, pode implicar com o que bem entender, o importante é criar reservas na cabeça do seu filho, passar a ideia que acha que ele merecia melhor.
Se nada disto foi ainda suficiente para se livrar da fulana que anda a roubar o amor do seu menino, e deu-se o infortúnio da relação estar sólida / o casal ter juntado trapinhos / já ter havido casamento, não desespere. Está na hora de passar às armas hardcore e ver-se livre da megera para sempre!
- Convide o casal para jantar na sua casa. No primeiro dia ganhe a confiança da namorada/noiva/esposa do seu filho. Faça os elogios que conseguir, diga quão feliz está por ele ter encontrado uma pessoa assim, blablabla.
- Quando estiver a sós com o seu filho, faça reparos sobre a rapariga. Diga-lhe que parecem ter personalidades muito diferentes, pergunte se ele tem realmente a certeza de que é aquilo que quer. Aponte que ele já teve namoradas mais bonitas/simpáticas.
- Nas ocasiões seguintes, pode começar a pôr as garras de fora! Engane-se no nome da sua nora, chame-a pelo nome duma ex-namorada do seu filho. Repare no erro, hesite e finja que não se lembra do nome dela. "Ah, não é Karin, que disparate... Ai... Como é que ela se chama?..."
- Aproveite os instantes em que ele não está na mesma divisão para fazer reparos, como "o meu filho dantes vestia-se melhor" ou "ele está mais magrinho e mal encarado, se calhar não se alimenta como deve ser". Incuta também na rapariga a dúvida. Fale do seu filho como se de um adolescente se tratasse, conte-lhe as peripécias e asneiras que ele fez quando era mais novo.
- Leve a sua nora a confiar inteiramente em si. Faça-a sentir que tem em si uma aliada. Telefone-lhe quando souber que o seu filho não está por perto, faça perguntas sobre ele e sobre o quotidiano do casal, sempre dando a ideia de que não se quer intrometer. Concorde com tudo o que a sua nora disser: "ainda bem que pensa assim, como eu!", "concordo inteiramente, tem toda a razão!".
- Manifeste preocupação. Diga ao seu filho e à sua nora, em ocasiões separadas, que está preocupada, porque ele tem andado com um ar abatido, nem parece o mesmo, há qualquer coisa que não está bem. Se tiver cumprido o ponto anterior na perfeição, a sua nora vai confiar o suficiente para lhe dizer o que eventualmente não esteja a correr pelo melhor entre o casal, e quanto mais informação tiver, mais potentes as armas que tem para usar.
- De cada vez que falar a sós com a sua nora, fale-lhe das ex-namoradas do menino seu filho. Crie fantasmas e inseguranças. De quantas mais falar, melhor, e não se esqueça de realçar sempre as qualidades delas, e o quanto ele gostava delas. "O grande amor da vida dele foi a Cláudia, e não sei se já passou completamente". "Aquela moça muito gira que canta na televisão foi a primeira namorada dele." "Ele tinha sempre montes de raparigas atrás dele. Já lhe falou daquela francesa que era juíza? Não? Olhe que ele tinha uma fotografia dela dentro dum livro." "Ah, aquela moça sueca que ele trouxe cá a casa, ESSA SIM, era muito bonita. E ele gostava muito dela." "É natural que ele tivesse tido muitas namoradas e todas muito bonitas, ele também é um rapaz tão bonito e cuidado, pode escolher a que quiser."
- Faça o mesmo quando estiver a sós com o seu filho. Recorde-lhe que ele já teve namoradas muito mais giras do que a actual, e que estavam mais próximas do estilo de vida dele. Pergunte-lhe "ó filho, a tua namorada / noiva / mulher está mais gorda, não está? Nota-se que tem a cara mais bolachuda." "Há tanto tempo que não fazes aquelas noitadas na discoteca, filho, nem 8 nem 80, o que se passa? É ela que não quer?"
Execute, repita os vários passos durante dois a três meses. É receita certa. Se por alguma razão, a relação do seu filho com a megera continua sólida e saudável, de vento em popa... É porque você não tem jeito nenhum para ser sogra. Desista.