No rescaldo das festas de Natal e Ano Novo, decidimos ir partilhando algumas das iguarias saídas da cozinha cá de casa que fizeram mais sucesso.
Para começar, um clássico incontornável na maior parte das casas portuguesas, a Mousse de Chocolate. Há mil versões diferentes, mas quanto a nós esta é uma confirmação da regra do quanto mais simples melhor. Como em tudo, é a qualidade dos ingredientes que faz toda a diferença (e aqui são poucos, por isso ainda mais importante é que cada um seja muito bem escolhido).
Fica a nossa versão hiper-simples, Paleo e maravilhosa da Mousse de Chocolate.
Ingredientes:
5 ovos (de preferência de galinhas "felizes")
1 tablete de chocolate negro de boa qualidade, com pelo menos 70% cacau
2 colheres de manteiga com sal (usei boa manteiga dos Açores, feita só de nata de leite do dia e sal, mas também se pode usar ghee, que é uma manteiga clarificada sem sal nem lactose)
umas gotas de essência de baunilha (opcional)
mais nada (não, não é preciso nada mais para adoçar, a baunilha aromatiza bastante, mas se o paladar dos comensais exigir mais doce, pode-se usar um pouco de mel ou stevia nas gemas)
Preparação:
Separar as claras das gemas e bater mesmo muito bem com umas pedras de sal, em castelo muito firme, quase merengue. Reservar.
Derreter o chocolate partido em pedaços com a manteiga, no microondas ou em banho-maria. Se derreter no microondas é muito importante não deixar ferver, por isso o melhor é colocar na potência máxima em intervalos de 10/15 segundos de cada vez, mexendo entre cada um até se obter uma mistura homogénea, escura e brilhante.
Bater as gemas com a essência de baunilha até o volume duplicar. Quando a mistura de chocolate tiver arrefecido um pouco (o suficiente para não cozer o ovo), misturar bem com as gemas. Envolver as claras em castelo aos poucos e em movimentos suaves, para não perder muito ar.
Colocar em taças individuais ou numa taça de servir e decorar com pinhões ou raspas de chocolate. Manter pelo menos umas 2 horas no frigorífico até à hora de servir.
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Foi em Setembro, antes das "férias grandes" que a decisão foi tomada, em conjunto. Antes disso, lemos muito, ouvimos opiniões a favor e contra.
Precisamos de perder peso, com calma e sem radicalismos, a bem da nossa saúde. Já acreditávamos que somos o que comemos e por isso mesmo já tínhamos banido alguns venenos há bastante tempo, como o açúcar refinado, refrigerantes com gás e com açúcar, e óleos vegetais manhosos. Não faço fritos em casa, nunca fiz, e já tinha comprado uma fritadeira a ar quente como solução para alguns alimentos ficarem mais apelativos sem cair no desenxabido (como rissóis e outros salgados que antes fazia no forno ou no microondas).
Como tenho alguns problemas de saúde que não ajudam em nada a perda de peso, mas que são agravados com o excesso de peso, tomei a palavra da médica especialista que me acompanha como a mais decisiva. Disse-lhe o que planeava fazer, e ela deu-me todo o apoio, incentivou e não mostrou qualquer desconfiança. Ainda bem, porque para eu tomar esta decisão tinha de acreditar que fazia sentido. E cientificamente, fazia para mim todo o sentido, e quanto mais me informava mais sentido fazia, e quanto mais vivo desta forma ainda mais sentido faz, e com evidências empíricas para atestar a fiabilidade desta forma de alimentação - custa-me chamar-lhe dieta, só porque a maior parte das pessoas pensa que dieta é uma coisa com princípio e fim para atingir um objectivo, e não é disso que se trata. O estilo de vida paleo não é algo temporário, é para manter a vida toda. E é tão simples quanto manter presente a ideia de comer apenas "comida de verdade", abolindo açúcares processados e evitando cereais e excesso de hidratos de carbono.
Começámos gradualmente em Outubro (gradualmente porque não concebo a ideia de estragar comida, por isso fomos consumindo as coisas desaconselhadas que já tínhamos em casa, outras demos). Tivémos uns períodos de excepção que não conseguimos contornar, como férias em sítios mais difíceis para seguir uma alimentação paleo e aniversários, mas em cerca de 2 meses de paleo 80% as mudanças são evidentes:
perda de peso (eu 6 Kg, ele 10 Kg)
aumento notável do nível de energia
melhorias enormes em termos de inchaço, retenção de líquidos e flatulência
alteração de paladar, maior sensibilidade ao doce
regulação do ciclo menstrual
carrinhos de compras mais simples, com muito menos embalagens e facturas menores
- "Achas que posso ligar o telefone? É que preciso de falar com a minha mãe..."
*Não, não era um daqueles vôos internacionais com internet e serviço de sms, era mesmo um vôo doméstico, sem comunicações via satélite para os passageiros.
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Há uns 2 anos veio o padre cá da terra viver para o nosso prédio. Fez-se anunciar com uma cartinha em cada caixa de correio, juntou os votos de Boa Páscoa e tal e tal. Era simpático, mas cromíssimo. Uma vez entrei no elevador, no R/C, onde o sr. padre já vinha, vindo da garagem. Vinha a ler, livro aberto numa mão e a outra ocupada com qualquer coisa. Quem é que lê no elevador entre a cave e o 2º piso!? Enfim. Foi substituído por outro padre passado uns tempos, um rapaz novinho que mais parece aluno de liceu - não fosse a batina, claro. Por razões que agora não interessam, assisti a um evento na igreja onde o senhor padre aproveitou para dizer umas palavras. Fiquei horrorizada. Ali mesmo, em frente a umas boas dezenas de pessoas, confessou-se apaixonado por Bento XVI (Ratzinger). Sim, a palavra que usou foi "apaixonado".
Entretanto o tempo foi passando e nós afastadíssimos dos temas relacionados com a igreja e o padre, como sempre (somos ateus do mais convicto que há e até com uma certa "alergia" à Igreja Católica - e não só). Até que há uns tempos nos contaram cenas dignas de telenovela que eu honestamente achava que só seriam possíveis algures na TVI Ficção. Cenas estas que incluem o padre andar a ser assediado e ameaçado - parece que alguém (dizem as más línguas que as beatas mais supostamente devotas) não gosta deste novo padre e anda a tentar fazer de tudo para o mandar embora. Parece que não só o senhor ficou com medo de andar no seu carro e trocou-o ou anda com um outro carro emprestado pela Diocese, como recebeu no outro dia uma estranha encomenda... Uma cabeça de pato (morto, obviamente) pejada de alfinetes!
Parece mentira, só que não é. Quem é que é capaz de fazer uma coisa destas!? Bons católicos, cheios de amor no coração, seguramente...
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A cena que se segue, após as leggings translúcidas sem túnica ou casaco... E a superar os coletes de pêlo tipo urso... é isto! Tornozelos ao léu para exibir o tendão de Aquiles, para eles e para elas.
Estava em Londres no início do ano quando comecei a reparar que o frio parecia não chegar aos tornozelos de muita gente. Muitos eram adolescentes e nós sabemos que as hormonas fazem coisas estranhas. Pessoalmente nunca li nada que correlacionasse as hormonas com calores nos tornozelos, mas nunca se sabe. Mas depois reparei em mais, e mais, e ainda mais, cada vez mais pessoas com os seus casacos, gabardines, gorros e... o tornozelo ao léu. Não só porque as calças eram curtas, não. Mesmo os que tinham calças compridas, deram-se ao trabalho de dar umas dobras nas pernas das calças para o tornozelo poder arejar.
Pelo menos não usam meia branca de raquetes, o que descansa um pouco a minha alma, mas só mesmo um pouco.
Eu, que sou a criatura mais anti-fashion do país, ou pelo menos dos blogs, ainda não consegui compreender esta moda. Alguma alma caridosa e fashion-culta me faz o favor de elucidar? É que não só tornei a ver, amiúde, esta vestimenta, em vários outros sítios, como até aqui mesmo, no Portugalinho sempre seguidor de tendências tontas, é cada vez mais comum. Será, como diz a minha avó, uma zanga entre o alfaiate e o sapateiro?
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Pode ser para muitos uma tarefa fastidiosa e que se vai empurrando com a barriga até à última da hora, mas é uma das coisas que nao me importo mesmo nada de pensar exaustivamente, organizar, e depois despachar em 3 tempos. FAZER A MALA! Até porque fazer a mala é sinal de viagem próxima, e se há coisa melhor do que viajar (de preferência com a nossa companhia preferida), ainda estou por descobrir qual é.
Assumindo que quando chega a altura de pensar na bagagem as coisas mais importantes (como vistos e bilhetes comprados) estão tratadas, tratar da bagagem pode ser uma tarefa bastante simples e rápida. Seguem-se algumas coisas importantes e que podem fazer toda a diferença para que a viagem corra mesmo bem:
escolher a mala, troley ou mochila, conforme o gosto pessoal e o tipo de viagem/destino. Ninguém vai fazer uma escalada de troley numa mão e necessaire na outra, naturalmente... Bem como também não será muito comum aparecer num hotel de 5 estrelas duma metrópole com uma mochila Quechua velha e coçada - eu sou a excepção que confirma a regra... Nós somos fãs de mochilas e não nos vejo a mudar de opinião tão cedo - os troleys pesam menos, verdade, mas só quando estão a rolar, porque sempre que há degraus (e há em todo o lado) não dão jeito nenhum. Eu uso uma mochila de 40l e o homem uma de 60l. Nunca ficam cheias, pelo menos à ida, e andar com elas às costas é o maior incentivo para levar realmente apenas o necessário. Ou seja, deve-se fazer exactamente o oposto do que um amigo que anda por estes dias na Índia fez, com uma mochila de 65l a abarrotar e ainda mais uns extras por fora (saco-cama e outras coisas assim maneirinhas).
verificar o tipo de tomadas eléctricas no destino; se for necessário, levar um adaptador - há uns adaptadores universais que valem o pequeno investimento (comprei o meu no sítio onde há de tudo, o meu amigo ebay);
fazer uma lista com os itens a não esquecer (ou exaustiva, para os maníacos das listas como eu): passaportes, medicação habitual, vouchers de alojamentos e transfers, protector solar, geringonças electrónicas (máquina fotográfica, carregadores, etc.)
se só leva bagagem de cabine, não é preciso, mas se a bagagem for no porão, por precaução, uma roupa interior e uma t-shirt lavada na bagagem de mão, não vá o diabo tecê-las e dar-se um extravio das malas. Nunca nos aconteceu, mas é das coisas mais chatas, mesmo que a bagagem não tenha nada de especial, mesmo que a companhia aérea pague a compensação devida, é um stress acrescido e que rouba tempo da viagem em si para ter de ir comprar uns essenciais enquanto a mala não chega ao destino - e pode mesmo nunca chegar, por isso...
não colocar itens essenciais ou valiosos na bagagem de porão. Eu nunca me separaria da my precious, a máquina fotográfica, por exemplo - vai sempre comigo, bem como medicação crónica e documentos. Para estas coisas e ouras utilidades, como snacks, telemóvel ou um guia do local, costumo usar uma day bag (mochilita leve) para usar durante o dia de passeio.
Last but not least... Roupa. É importante ver a previsão meteorológica antes de escolher as peças de roupa a levar: se vai estar um calor abrasador, pode deixar o casaco de malha no roupeiro, mas se vai chover é melhor levar um impermeável e um pequeno chapéu-de-chuva. A não ser que vão com ideias de desfilar em vez de aproveitar o tempo para conhecer o destino, a palavra de ordem é conforto. Sobretudo no calçado, é imperativo levar o calçado mais confortável que se tenha, ponto. Quantos pares? Os mesmos que os pares de pés que se tenha e uns chinelos de quarto/praia, se necessário. A roupa deve ser versátil e se as peças combinarem todas entre si, é muito mais fácil escolher combinações que agradem sem ter de levar o roupeiro atrás. Descomplicar é a outra palavra de ordem. O que quero dizer com isto é: umas calças de ganga podem vestir-se várias vezes antes de precisarem de lavagem. Outras peças e roupa interior, por exemplo, nem por isso. Mas isso significa que temos de levar 21 cuecas para 3 semanas de férias? Não. Água e sabão, meus amigos... E eventualmente, uma pequena corda para servir de estendal. Lavar t-shirts, meias e cuecas ao final do dia e deixar a secar durante a noite ou no dia seguinte são A chave para o célebre travel light. Com alguma prática acabarão a colocar tanta roupa na mochila para um fim-de-semana prolongado como para 3 semanas.
Dica extra: levar um lenço largo ou uma écharpe é das melhores coisas para o viajante descomplicado: serve de aquecimento para o pescoço, de acessório de moda, serve de chapéu para proteger do sol ou do vento, serve para cobrir a cabeça, os braços ou pernas se estavam mal preparados para visitar um sítio de culto, para tapar nariz e boca quando há muito pó ou smog, serve de toalha de praia e mais trinta por uma linha.
Boas viagens!
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1 Kg de peitos de frango
Meio frasco de pesto verde (uso da marca Baresa, do Lidl)
5/6 fatias de queijo flamengo ou outro que prefira
Manteiga
Sal e pimenta q.b.
Limpar os peitos de frango cuidadosamente, retirando todos os veios de gordura e abrir ao meio com uma faca afiada. Colocar uma folha de película aderente em cima e usar um martelo de carne ou marisco para uniformizar a espessura do frango. Temperar com sal marinho artesanal e pimenta moída na altura (uso uma mistura incrivelmente aromática de pimenta sechuan com pimentas branca e negra). Barrar cada "bife" com pesto verde (cerca de uma colher de chá bem cheia) e por cima colocar uma fatia do queijo. É preferível utilizar queijo que derreta bem, como o flamengo ou chévre. Enrolar os "bifes" da parte mais fina para a mais larga e prendendo com palitos de madeira, tentando ao máximo deixar o recheio completamente no interior.
Alourar os rolos em manteiga ou azeite durante uns 6 ou 7 minutos. Colocar num tabuleiro e levar ao forno a 180ºC-200ºC para terminar de cozinhar.
Sugestões de acompanhamento: batatas doces em palitos no forno ou fritadeira de ar quente, pinceladas com uma mistura de azeite, caril, piri-piri e cominhos, e salada de agriões e espinafres baby com laranja.
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E porque este blog ultimamente parece-se com a página de Facebook da nossa cidade à beira-Tejo plantada, ou seja, um obituário, vamos a animar as hostes antes que o próprio do blog faleça - e não queremos isso, pois não? Vamos falar de uma das melhores coisas da vida: COMIDA!
No último aniversário da família (que foi o meu), e depois de muitos anos a fazer pressão nesse sentido, a geração sénior lá cedeu a concordou em comemorar num dos meus restaurantes favoritos em Lisboa: O Grande Palácio de Hong Kong.
Adoro comida chinesa em geral e cantonesa em particular, quase tanto como adoro viajar, e ainda por cima adoro a cultura chinesa, adoro comprar coisas tipicamente chinesas (nomeadamente comida) e vindas da china (ahahah!) e o Grande Palácio tem o dom de ser um daqueles sítios que nos transporta realmente até à China. Primeiro, grande parte da clientela pertence à comunidade chinesa em Lisboa, e só isso já atesta pela qualidade e genuinidade da comida. O serviço não prima pela simpatia, as mesas são grandes e corridas e se é um jantar romântico com privacidade que procura, não é aqui que o vai encontrar, porque provavelmente vai acabar por ter desconhecidos como companheiros de mesa. Isto também ajuda a formar o ambiente típico dum autêntico restaurante chinês.
Por último e o mais importante, a comida. Depois de nos termos deliciado no fantástico e galardoado com estrelas Michelin Tim Ho Wan em Hong Kong (nós fomos ao de Sham Shui Po, há outros, incluindo um no metro, mas mais concorrido), especializado em Dim Sum e conhecido também por ser o restaurante com estrelas Michelin mais barato do mundo (nós pagámos, pelos 2, com claramente demasiada variedade de pratos e ainda 2 coca-colas "caras", que pedimos estupidamente porque não tínhamos percebido que o chá estava incluído, cerca de 13€), é verdade que nunca mais encontrámos dim sum como aqueles. Com excepção do Grande Palácio, que anda lá perto, muito perto! Adoramos regressar aos nossos clássicos favoritos e experimentar coisas novas em cada visita (quantos mais comensais melhor, porque podem pedir uma variedade grande de dim sum para partilhar). A prova de fogo são os pãezinhos doces com carne de porco... Meus amigos... que delícia! A textura do pão faz-nos acreditar que mordemos uma nuvem adocicada que se dissolve na boca, o recheio tenro de porco com molho barbecue combina na perfeição os sabores doces e salgados, e ficamos com a sensação de que podíamos comer mais 6 ou 7 sem nos fartarmos ou enfartarmos. Ainda na lista das recomendações tenho de incluir o incontornável pato à pequim com pele estaladiça, os bolinhos de nabo, os fritos de inhame, os raviois de gambas... Mas o melhor mesmo é aventurar-se na imensa carta.
Aqui paga-se um bom bocado mais do que no Tim Ho Wan, mas considerando o que se poupa em bilhetes de avião, ir ao Grande Palácio de Hong Kong é uma imperdível oportunidade de comer comida autenticamente cantonesa, preparada de forma exímia e absolutamente deliciosa.
Nota: Nem o Tim Ho Wan nem o Grande Palácio de Hong Kong nos pediram ou compensaram de qualquer forma por este post (mas se nos quiserem dar refeições de borla, estamos sempre à disposição =D).