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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

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Ontem decidimos aproveitar a tarde depois de irmos almoçar fora (no âmbito da Restaurant Week) para irmos ao cinema. Não nos lembrámos sequer que era a noite dos Óscares e quando chegámos ao Corte Inglès a fila para comprar bilhetes era gigante. Tínhamos decidido ver o Moonlight, mas como já estávamos em cima da hora começámos a ver as alternativas. Não foi preciso, o serviço nas bilheteiras foi bastante rápido (e muito simpático, o que é de louvar sobretudo numa tarde de confusão e enorme afluência, já que o rapaz que nos atendeu não só forneceu informação extra, nos deu um trato exemplar e sempre com um tom de voz calmíssimo e caloroso, que é coisa que aprecio em pessoas no atendimento público). 

 

Sala cheia mas não lotada, um caramelo sentado a meu lado não parou de falar durante todas as apresentações, fartou-se de usar o telemóvel (e iluminar o meu campo de visão) durante o filme e chegou mesmo a sair durante um longo período, dando-me a vã esperança de um resto de filme tranquilo, mas depois voltou.

 

Bom, o que interessa: o filme. 

 

Não tendo visto vários dos restantes candidatos aos Óscares, arrisco-me a assegurar que a vitória de Óscar de Melhor Filme foi muitíssimo justa.

 

A fotografia belíssima, a banda sonora excelente, os actores fenomenais. Mesmo. A realização muito envolvente e inteligente, cheia de simbolismos não óbvios. E possivelmente o melhor de todo o conjunto: o argumento. Sem haver nenhuma história rebuscada, "só" a vida comum de um rapaz comum que cresce no seio de uma comunidade comum. Por comum aqui entende-se cheia de violência, dificuldades, pai ausente ou desconhecido, mãe abusiva, em que a droga é a forma de vida de todos à sua volta, sem surpresas, sem saída esperada do círculo vicioso. Não há grandes picos dramáticos, não há epifanias que mudem a vida de ninguém, há apenas clichés atrás de clichés, e talvez por isso o filme seja tão tocante, tão fácil de ver na realidade de todos os dias. Moonlight toca-nos profundamente por ser tão crú e real. Os diálogos não são poéticos, são cheios de vernáculo e dos desvios de todos os dias. São sinceros.

 

Inesperadamente - quase, trata-se de uma história de amor, tratada com delicadeza, sem alarido, com elegância. E, de uma assentada, confronta-nos com todos os estigmas, todas as dores, as causas e consequências de percursos de vida que tantas vezes são julgados sem pudor, sem conhecimento.

moonlight-movie-3.jpg

 

 

A narrativa surge-nos em três janelas de tempo, em que o personagem principal é interpretado por 3 pessoas, de idades distintas, e que até têm nomes distintos. Entre os três períodos retratados, o vazio, porque na realidade não é preciso mostrar mais nada, de tão inevitável que o curso da história é. Isto, dito assim, parece curto, parece escasso, incompleto, mas o que é, é arte.

 

A minha primeira reacção quando o filme terminou foi dizer: "gostei, muito, mas faltava-me mais um bocadinho de narrativa." Isto porque os finais abertos me deixam sempre uma ansiedadezinha a latejar. Mas só podia ser assim, não faria sentido ser de outra maneira. A ansiedade, o facto do filme continuar a martelar dentro da minha cabeça, de inquietar, é a evidência de que se trata de um grande, grande filme.

 

 

O actor de Chiron adolescente, Ashton Sanders, quanto a mim, mereceria uma nomeação para melhor actor. Achei o desempenho abolutamente arrebatador. O melhor actor secundário, Mahershala Ali, que já conhecia de outro desempenho exímio em House of Cards, merece ter sido premiado. Uma surpresa que só se me revelou aquando do genérico, foi o facto de Teresa ter ser interpretada por Janelle Monáe (que não reconheci durante o filme), que conhecia apenas enquanto cantora extraordinária que tive a sorte de ver há uns anos num Vodafone Mexefest a, quase literalmente, mandar o Tivoli abaixo.

 

 

Muito mais poderia comentar sobre Moonlight, mas não querendo fazer spoilers a quem ainda não viu, deixem-me só apontar a curiosidade de, no ano seguinte a protestos e polémicas intensas sobre o facto de não existirem negros nomeados para os Óscares 2016, o grande vencedor ser um filme em que não surge um único personagem branco, o que poderá (e será que deve?) ter um acrescido significado político. Se ainda não viram, corram a ver.

Ingredientes:



  • 5 ovos (5 gemas + 5 claras)

  • 1 colher de sopa de óleo de côco

  • 1 colher de sopa de manteiga (pode ser só óleo de côco, ou só manteiga)

  • 50 g de cacau puro + 50 g de chocolate negro (ou 100 g de chocolate negro)

  • 4 colheres de sopa de avelã moída (ou de côco, ou de amêndoa)

  • 4 colheres de sopa de farinha de alfarroba

  • 4 colheres de sopa de farinha de mandioca

  • 4 colheres de sopa de linhaça castanha moída

  • 1 a 2 colheres de sopa de stevia (ou mel, ou xilitol)

  • 1 colher de chá rasa de fermento

  • 1 colher de chá rasa de bicarbonato de sódio

  • 200 ml de leite de côco

  • essência de baunilha (opcional)

  • 1 cálice de rum, conhaque ou whiskey (opcional)


 


Separar as claras das gemas e bater as claras em castelo muito firme, com uma pitada de sal. Reservar.


Numa tigela, derreter o chocolate com a gordura escolhida (no microondas ou em banho-maria)


Bater vigorosamente as gemas com o creme de chocolate não muito quente (para não cozer as gemas). Misturar as farinhas, o fermento e o bicarbonato, o adoçante e o cálice de pinga. Por último, envolver as claras em castelo lenta e delicadamente, com movimentos em 8. 


Levar ao forno pré-aquecido a 180º C, numa forma larga de silicone, por cerca de 25 minutos (ir controlando e fazer o teste do palito).


Pode-se fazer uma cobertura ou calda (ganache de chocolate ou caramelo de tâmaras, por exemplo), ou comer assim mesmo, e fazer mil e uma alterações e experiências, juntar frutos secos em pedaços, ou sumo de uma laranja, ou uma calda, a imaginação é o limite.

Nos últimos anos, tenho dado por mim a gostar de alguma ficção televisiva que, à partida, diria que não me interessaria por aí além. Um exemplo imediato (entre outros): Walking Dead. Resisti bastante no início, das pequenas partes que já tinha visto lembro-me de achar inúmeras falhas no enredo e na caracterização dos zombies, por exemplo, mas perante a insistência do homem, lá tive de papar acedi a ver as 3 ou 4 temporadas iniciais.


Fiquei "agarrada". Ainda hoje faço os mesmíssimos comentários às incoerências científicas (e não só) que vou apanhando, ou a coisas que me intrigam (tipo o cabelo do Darryl ser SEMPRE oleoso, mesmo depois de tomar duche!...), mas a verdade é que me tornei fã da série.


Pensando a sério sobre o assunto, concluo que os enredos distópicos, quando bem explorados, atraem o público em geral por demonstrarem, com recurso a situações extremas, a verdade nua e crua sobre a natureza humana:



  • Somos animais - e tantas vezes nos esquecemos que somos regulados principalmente por instintos e toda uma herança genética que busca apenas a propagação da espécie, atendendo às necessidades básicas em primeiro lugar, e só depois a considerações morais, filosóficas ou teológicas. Antes de sermos seres cientes, somos bichos.

  • A sobrevivência do mais apto é a regulação natural do sistema; todos morrem, os mais fracos/menos adaptados morrem primeiro.

  • As pessoas nunca mudam! Podem apurar alguns traços de personalidade ou aprender algumas coisas, mas a essência de cada um é essencialmente imutável. Somos fracos, temos vícios, erramos, e a história repete-se porque não se consegue fugir a quem somos.

  • Ninguém é inocente. Nem crianças, nem personagens insuspeitos que foram "bonzinhos" e almas caridosas a vida toda - aparentemente. Todos temos segredos, falhas, vergonhas ou arrependimentos.

  • Todos podemos ser monstros; en circunstâncias extremas vamos buscar forças escondidas e somos capazes de fazer TUDO (mesmo tudo!), para proteger a prole, o clã e a nós próprios (não necessariamente por esta ordem).

  • Os momentos extremos trazem à tona o melhor e o pior da humanidade. Como descrente na Humanidade em geral, desconfio que isto seja mais verdade na ficção do que na realidade, mas dou o benefício da dúvida. Se calhar todos temos um herói cá dentro, mas se calhar também todos temos um vilão à espera de oportunidade para se revelar.

  • Não há bons nem maus. Isto é o que mais me fascina nos cenários distópicos, na televisão, mas sobretudo na Literatura (arte maior, a meu ver), como comprovam grande parte dos clássicos mais geniais. Ao contrário da ficção banal e sensaborona, os grandes mestres conseguiram captar nas suas obras o âmago da essência humana. Não há bons versus maus, não há preto no branco. Todos e cada um de nós somos ambas as faces da mesma moeda. A sangue frio, a análise duma qualquer cena cruel, descontextualizada, leva-nos a tecer quase imediatos juízos de valor. E depois, quando nos envolvemos com a história, e com uma sólida construção dos personagens, invariavelmente criamos empatia, solidarizamo-nos, compreendemos os "actos atrozes" e às vezes passamos a simpatizar com os "malfeitores", porque nos revemos. Porque ninguém é sempre canalha, ninguém é sempre bonzinho, porque ninguém é perfeito nem infalível. Porque isso é ser humano.


O estagiário (não o "meu", que esse já se foi embora, infelizmente, mas regressou um dia para me trazer os limões que havia prometido na primeira semana de estágio - quase um ano antes) chegou uma semana antes do natal. Foi bem acolhido, claro. Eu fui lembrar The boss de contar com o miúdo para o almoço de empresa e para o cabaz de Natal. Teve, portanto, direito a uma festa de empresa, um outro almoço comemorativo de já não sei o quê (qualquer pretexto serve para a malta se juntar na galhofa e, sobretudo, comer - aquela malta é tipo marabuntas, vocês não estão bem a ver!), e ao cabaz de Natal (bem jeitoso, por acaso). Ao terceiro dia, saiu mais cedo, estava doente. Depois um familiar teve um problema de saúde, não veio. Depois teve problemas no regresso da terra e também não apareceu. Depois esteve doente outra vez. E depois deixou de avisar e continuou a não aparecer.
Depois houve algo entre um reality check e um puxão de orelhas e apareceu numa bela tarde. Depois melhorou, "só" não aparecia se algum dos chefes estava ausente. Ou se tivesse de "estudar", como se lembrou de avisar numa 2ª feira depois das 10. Além de tudo isto, nunca conseguiu chegar a horas, queixava-se da instabilidade dos comboios (só que há comboios de 10 em 10 minutos).
Deve ser do generation gap, mas isto faz-me uma confusão dos diabos. Comentava isto com o marido, e ele conta-me episódios idênticos na empresa dele. O melhor de todos foi o moço que, como lhe estavam a dar pouco trabalho para fazer (algo a ver com a indisponibilidade das chefias para dar orientação), decidiu deixar de ir durante uns dias, sem dar cavaco a ninguém e achando que ninguém daria pela sua ausência. Claro que a sua esperteza foi detectada (as leis de Murphy não falham) e não se deu lá muito bem.
Eu juro que não sou daquelas pessoas que dizem "no meu tempo é que era", mas o meu primeiro instinto é de indignação, por não compreender que noção distorcida da realidade que estes putos têm, se acham que este tipo de comportamentos é aceitável em ambiente laboral. Interrogo-me que noção de responsabilidade lhes foi passada em casa e nas escolas. Depois lembro-me que estamos em Portugal, terra onde reina a impunidade e onde a Chico-espertice dá vantagens inequívocas, e isso, infelizmente, serve de atenuante.



 

"Gostos não se discutem", diz-se. E eu não concordo nada. Porque quando eu digo "isto é feio" parece que estou a ofender todos quantos discordam e até acham que "isto é lindo". Naturalmente que ninguém pode impor aos outros o seu gosto e obrigar alguém a mudar de opinião. Quando eu digo "isto é feio" é óbvio que estou a expressar a minha opinião e de mais ninguém. Portanto escusam de vir reclamar e ofender, que não alteram em nada a minha opinião.
Posto isto, poderá alguém que não partilhe do meu gosto (obviamente de pelintra, qual é a novidade?) tentar explicar-me onde é que vê beleza no padrão Louis Vuitton? A não ser que se chame Luísa Vanessa ou Leopoldo Vitorino, a quem é que lembra ostentar as ditas letrinhas dependuradas na sua pochette? Se é só para mostrar que se pode, que se tem uns cobres, há padrões tão mais bonitinhos! E a malta que compra imitações, porquê?! A sério que acham bonito e tendo tanta variedade à escolha preferem isto? (Nada contra imitações, é a estética que questiono.) Só consigo ver poluição visual, cor de cocó com dourado (as duas piores cores de sempre), uma amálgama sem sentido.
Deve ser como o vestido azul / dourado, mas decididamente quem gosta vê qualquer coisa que eu não consigo ver...

 

 

 

 

Eu adoro couve-flor! Em sopa, cozida, assada no forno com especiarias "fortes" (caril, por exemplo), e ainda desta nova forma que descobri com a mudança para a vida "paleo": como se de arroz se tratasse, para um excelente acompanhamento para qualquer tipo de pratos.


Separar os floretes e folhas externas da couve-flor (a maior parte das pessoas não aproveita mas eu recuso-me a desperdiçar as folhas e talos se estão em boas condições) e lavar. Ir picando numa picadora ou processador até ficar com uma textura que faz lembrar arroz.


Numa frigideira ou num wok, aquecer um fio de azeite. Colocar um alho esmagado ou picado, a couve-flor, sal, pimenta acabada de moer e os temperos que mais gostarem (eu normalmente uso gengibre em pó, cominhos e um pouquinho de piri-piri). Saltear uns minutos e usar como acompanhamento ou base de uma óptima refeição saudável. Algumas sugestões: "empadão de arroz" e atum, com carne picada, com mais legumes e ovo mexido tipo "arroz xau-xau", num risotto de gambas ou cogumelos...


  

É verdade. Continuo a odiar a Fertagus. Às normais horas de ponta a coisa já é difícil, irritante, incómoda, cheia de gente, muito cheia de gente, com pouco espaço, cara. Mas pensava (pensava mesmo, sou tão ingénua!) que antes e depois a coisa marchava com mais facilidade. Mas consegue ser pior.

 

Chegar à estação antes das 7, com alguma pressa. Não ter bilhete. A bilheteira está fechada. Vou às máquinas, no outro extremo da estação. Mete cartão, escolhe bilhete, escolhe trajecto, escolhe quantidade, escolhe com NIF, o teclado está perro, repete o NIF. Paga. Não tenho moedas, não faz mal, a máquina aceita notas de 5, 10 e 20. Tenho uma nota de 20. Afinal a máquina não gosta das notas de 20, só tem troco se for nota de 10. Não tenho mais nenhuma nota, experimento a máquina do lado. Mete cartão, escolhe bilhete, escolhe trajecto, escolhe quantidade, escolhe com NIF, o teclado está perro, repete o NIF. Paga. A máquina também não gosta da nota de 20. A pessoa atrás de mim na fila confirma que as máquinas nunca deram para as notas de 20, não se percebe porque é que têm indicação das notas de 20 como aceites... Volta para trás, vai ao Multibanco, espera na fila, procura cartão, continua a esperar. Mete cartão, mete pin, escolhe operação, escolhe levantamento, escolhe valor: 10€. Volta para trás, mete cartão na máquina da Fertagus, escolhe bilhete, escolhe trajecto, escolhe quantidade, escolhe com NIF, o teclado está perro, repete o NIF. Paga com os 10 euros, sai o jackpot, moedas por todo o lado, agarra o talão, agarra as moedas, agarra o cartão. Comboio quase a chegar. Cartão dá erro de leitura. Outra vez. Parece que a culpa é da bagagem que está em frente ao sensor. Passa finalmente. Desce as escadas, o comboio chegou, já vem cheio, porra. Entra no comboio, encontra um lugar, tira a mochila, mete mala ao colo, mochila de lado. Encolhe joelhos para outra pessoa passar. Joelhos da frente a roçar nos meus joelhos. Pessoas por todo o lado, nos corredores, nos degraus. Entram mais e mais pessoas na estação seguinte e a minha mente divaga sobre a dinâmica de fluidos e a arrumação de passageiros nas carruagens. Chego ao destino. O intervalo entre o comboio e a plataforma é enorme, não sei como não há gente a esbardalhar-se ali a toda a hora. Escadas rolantes paradas. Odeio a Fertagus!

Nos dias 14 de Fevereiro que passei, desde a adolescência, sem namorado (e foram muitos), sofri. Porque parecia que toda a gente tinha alguém com quem partilhar não só a data, mas a vida, menos eu. Toda a gente estava feliz e eu acreditava que iria ser infeliz a vida toda, que nunca ia ter uma alma gémea que me compreendesse e que gostasse de mim. Via casais de mãos dadas em todo o lado e, apesar de nunca dar parte de fraca nem lamentar-me em voz alta sobre o assunto, sofria. Sofria calada, chorava até, de uma solidão que via como sentença ou premonição. Às vezes chegava a comprar prendas, quase sempre perfumes, para mim própria, como forma de me mimar nesse dia em que me sentia tão pouco amada, o que me tornava mais triste ainda.
Depois as coisas mudaram.
Desculpem a frase feita mas comigo foi mesmo assim: primeiro, tive de aprender a gostar de mim, e só depois acreditei (e permiti) que outras pessoas também gostassem.
E então passei a ter um jantar romântico a 14 de Fevereiro, declarações de amor e corações, tudo cor-de-rosa e exactamente como os filmes de Hollywood nos ensinam que deve ser o amor. Todos estes rituais ocos, mas idênticos ao que o resto da tribo cumpria, faziam-me sentir normal, ou pelo menos "como as outras pessoas", e durante algum tempo pensei que a minha insatisfação era uma falha minha, que o amor era mesmo assim, uns dias melhores e outros piores, um contínuo esforço de compromisso e cedências mútuas - que não serviam a nenhuma das partes.
Os ciclos repetiram-se umas poucas de vezes, em nada iguais, em tudo idênticos.

 

O que me salvou foi a descrença. Questionei demais, e deixei de me conformar. Também deixei de acreditar no Amor e na minha sanidade mental, fiz um esforço para ver a vida com um olhar frio e cínico. Decidi que se o amor era aquilo, então não servia para mim, e fiz-me à vida. Sempre soube que o que quero para mim não está nos cânones, não é previsível nem está escrito em lado nenhum. Deixei de me importar. Tinha coisas mais importantes a acontecer para me perder em lamentos.

 

Nunca olhei para trás. Não procurei, cheguei a resistir, e não tive como fugir. Aconteceu. Num ápice, mas sem pressas. Porque tinha mesmo de ser assim. Quando é óbvio, não há porque adiar ou recear. Não importa para onde vamos, se vamos juntos no mesmo caminho.

 

Agora, não preciso de presentes e corações desenhados para a fotografia. Agora, o Amor não tem dia marcado porque existe, entranhado suavemente em cada gesto, todos os dias. Agora, o 14 de Fevereiro é tão especial como o 12 ou o 13. Agora, também há cedências e compromissos, mas há mais do resto, da intimidade e cumplicidade, do carinho, da calmaria das certezas, sempre em crescendo, com segurança e em pleno. Agora já não sei dissertar sobre o Amor. Já não sei o que é sofrer por falta dele. Só sei que ele não é nada do que se vê nos filmes e será diferente para cada um. Para mim é um barbudo branquelas que me irrita como ninguém e que me dá abraços que valem o mundo. Agora, é Amor.

 

 

 

Encontrei este quadro muito interessante e que responde a uma questão que, parecendo óbvia, não é.


Quando é que devemos lavar a roupa? Além da resposta óbvia, "quando estiver suja", quando não se suja visivelmente a roupa, há peças não tão simples para decidir. Por exemplo, fatos de homem ou calças de ganga. Confesso que não espero que as jeans cheirem mal para as lavar (por comichices cá da minha cabeça), mas de resto cumpro com todos os pontos. E vocês?



 


 

Ingredientes:



  • 1 lombo de porco

  • 1 dl de azeite extra virgem

  • sal marinho q.b.

  • mistura de ervas para caça

  • alho em pó

  • gengibre em pó

  • sumo de 1 limão

  • sumo de 1 laranja

  • 1 dl de cerveja preta*


*A cerveja não é paleo e não era a minha ideia inicial. Tinha em mente usar um copo de vinho branco para o molho, mas quando o lombo já estava no forno é que reparei que afinal não tinha o vinho branco que queria usar (e não me apeteceu "desperdiçar" vinho demasiado bom no lombo), por isso recorri a uma lata de cerveja preta que ainda tinha.


 


Temperar de véspera o lombo de porco com o azeite misturado com bastante alho (usei em pó mas podia ter usado massa de alho ou alho fresco esmagado), sal marinho, pimenta moída na altura, gengibre em pó e as ervas. Espremer um limão e uma laranja e acrescentar à marinada.


No dia seguinte, colocar em forno médio e ir regando e virando o lombo, para ambos os lados ficarem bem cozinhados. Quando o molho começar a secar, juntar a cerveja. Deixar ficar bem tostado e servir em fatias fininhas, com bons legumes a acompanhar. Uma delícia!


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Já há bastante tempo que costumo usar uma questão, quer num exercício contínuo de auto-análise, quer quando aconselho outras pessoas: o que é mais provável, és tu que estás errado(a) ou é o resto do mundo (que faz/pensa o contrário de ti) que está errado?

 

Não é suposto a resposta ser sempre a da concordância com a maioria, porque as maiorias nunca foram garantia de sensatez ou de razão (a única falha da Democracia?), mas apenas dar o mote para uma reflexão descentrada do próprio umbigo. É que muitas vezes basta colocarmo-nos na pele de outra pessoa para perceber que aquilo que achamos óbvio pode não ser nada claro para outros, para perceber que os interesses pessoais conflituam muitas vezes com os interesses da maioria, ou até para aceitar contrariedades inevitáveis da melhor maneira possível. É, no fundo, o exercício elementar de nos colocarmos na posição dos outros, ou da mudança de perspectiva. Faz pela tolerância e compreensão do mundo e dos outros o equivalente à psicoterapia sobre o próprio. Experimentem, é grátis!

 

1. Manuel Maria Carrilho


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Isto sim, é amor! Bebia só para que ela não bebesse tudo sozinha. É o que se chama partilhar o fardo. (Por acaso eu também faço o mesmo, não posso ver o homem a comer um pedaço de chocolate que me atiro logo a ele e roubo-lhe uns quadrados, só para ele não comer tudo, que lhe faz tão mal...)


Além disso, Manuel Maria Carrilho compara ainda os seus livros a filhos, que foram maltratados e atirados para dentro de caixotes (os livros), como se fossem batatas. As batatas às vezes também têm olhos negros, os livros não sei...


 


2. François Fillon



François Fillon foi um marido do caraças, tendo arranjado uns piquenos biscates à sua esposa, que não davam muito trabalho (quase nada, na verdade) e por isso pagavam pouquito. Além disso, é ainda um pai do caraças, tendo ajudado os seus filhos na difícil integração no mercado de trabalho mesmo antes de terminarem os cursos.


 


3. John



 


Escolha difícil...


 

Bem sei que o gin está na moda, cheio de ervas e condimentos. Bem sei que o possuidor de gosto requintado prefere e conhece vinhos. Bem sei que a geração do imediatismo bebe refrigerantes cheios de gás e açúcar. Tal como os homens de negócios escolhem whisky (sem gelo). E que as senhoras de meia idade tomam um Porto a acompanhar a sobremesa caseira. Já a tribo "fit" escolhe chás, infusões e leites vegetais. Todos regados a café, esse sinónimo de modernidade quando verdadeiro, e de pose para o instagram se um daqueles sucedâneos aguados do Starbucks.

Se os blogs fossem bebidas até era bem simples identificá-los, hein?
Este blogue é diferente, a antítese, o contrapeso. Responde a uma necessidade mais primitiva (a necessidade de escrever, opinar, disparatar). Mais puro? Não sei. Sem froufrous especiais de corrida, sem dúvida. Este blogue não é servido em flutes nem vive das etiquetas e rótulos. É água da torneira.

 

(Às vezes rum cubano, añejo, que somos pelintras mas não abstémios.)

Ingredientes



  • 4 ovos

  • 2 colheres de sopa de azeite

  • 2 colheres de sopa de farinha de mandioca

  • 5 colheres de sopa de linhaça castanha moída

  • 2 colheres de sopa de avelã moída

  • 1/2 chávena de sementes de sésamo

  • 1 colher de chá de fermento

  • 1 colher de chá de bicarbonato de sódio

  • sal q.b.


 


Começar por bater os ovos, o sal e o azeite. Ir incorporando de seguida os ingredientes secos. Deitar numa forma de silicone e por cima, se quiser, ainda pode colocar mais sementes (usei de girassol). Coze em forno médio durante cerca de 30 minutos.


Ainda morno com manteiga é um mimo para paleos com desejos de pão! ;-)


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Último ataque de riso (acontece-me, às vezes nos piores momentos).


Em viagem de trabalho aos Açores, com a chefe.


Assim que o avião aterra, anda só um pouco na pista e pára. A tripulação (bem divertida e simpática, por sinal) pede desculpa pela pequena interrupção e esclarece que a mesma se deve ao facto de estar um pequeno animal na pista, mas que já estava no local uma viatura com alguém para remover o bicho. Pergunta a chefe: "O quê, está uma vaca na pista?!"


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