No outro dia escrevi para mim própria o seguinte:
"É difícil conter a vontade de te mandar beijos aleatórios a qualquer hora, despedir-me sem abraços nem lábios colados. É difícil manter uma capa de aparente sangue frio e descontracção quando o coração aos pulos ameaça desintegrar-se em salpicos. É muito difícil não te contar da vontade de fazer planos a dois e das outras vontades que ainda me assombram. Podias ser menos perfeito, podias não me ler os pensamentos, podias não ter sido desenhado à minha medida. Facilitaria a minha tarefa. Assim, sobra-me apenas a esperança de que venhas a ser um calhorda para poder odiar-te em paz."
Dia após dia, constato repetidamente o que sempre soube e nunca escondi, nomeadamente de ti. Não tenho vocação para relações superficiais e ainda menos para mentir, esconder ou ocultar. Sou o que sou, quem não gosta pode pôr à borda do prato (como tu). Não vou deixar de ser quem sou. Não vou esconder que (ainda) gosto de ti e sempre que me der na real gana digo-o ou faço o que bem entender. Beijos mil.