Foi um ano bom. Muito bom. Fiz Amigos. Dos grandes. Estive com os Amigos de há 20 anos, que são tesouros. Aprendi. Viajei um punhado de vezes. Fiz uma série de coisas que tinha dito que nunca faria, lições de humildade, descoberta e auto-conhecimento. Apaixonei-me várias vezes pelas mesmas pessoas (é doença ou casmurrice). Comecei projectos pessoais gigantes. A minha saúde melhorou significativamente e a auto-estima também. Aprendi a gostar um bocadinho mais do meu corpo (é muito difícil e há dias de extremos, mas estou no bom caminho). Senti-me desejada, amada e valiosa. Equacionei mudar radicalmente de vida, em vários aspectos (é uma reflexão em curso e tendencialmente irreversível). Continuo a ter presentes todos os que me importam. Sindicalizei-me. Fiz nódoas negras, sobretudo sentimentais. Regressei ao blogue e voltei a escrever mais com o coração do que com o cérebro. Escrevi cartas em que me pus completamente a nu - e só perdi com isso. Sonhei alto e cheguei a achar que era tudo realmente possível. Arrependi-me de um instante em que não fiz o que queria ter feito. Continuo a ser a pessoa mais destemida que conheço. Consegui não bater em ninguém. Fartei-me de rir. Chorei menos do que me apetecia. Continuo a sentir-me muito mais nova do que diz o cartão de cidadão, quase adolescente. Continuo sem rumo e errática e sei que é esse mesmo o meu caminho.