Alguém a quem dar um beijo de bom dia quando se acorda.
Alguém em quem aquecer os pés no Inverno e aninhar a cabeça no peito em qualquer dia.
A quem dar um beijo urgente só porque sim.
Alguém com quem partilhar o duche, as contas da casa, todos os poemas e abraços.
Alguém com quem construir as ideias, partilhar ansiedades e episódios ridículos.
A quem confiar os medos e os desejos mais absurdos.
Alguém com quem chegar a casa e adormecer de mãos dadas.
Com quem fazer planos de viagens, de remodelações, de projectos, dos nomes dos hipotéticos filhos.
Alguém a quem conhecer de olhos fechados, perceber pelo ritmo da respiração se está a dormir, a ler ou a ter uma tontura.
Alguém a quem pentear a barba e ajeitar o casaco e gritar quando está a ser idiota.
Com quem ter olhares cúmplices que inflamam ataques de riso.
A quem quase tudo perdoar e com quem errar sem medo de perder.
Alguém a quem pedir mimos, fazer surpresas e morder as orelhas.
Alguém em cujos olhos perder noção do tempo ou da inconveniência do sorriso.
Com quem dar guinadas bruscas na vida, mudar tudo, virar do avesso e tornar a repor tudo no seu lugar.
Alguém a quem amar de volta.