Não sabes que podes chorar, que podes falhar, que podes dizer coisas de que te arrependas e que os pedidos de desculpa não te enferrujam. Não te perdoas os erros e esse será provavelmente o maior de todos. Tentar não falhar é o melhor que se pode fazer. Esse muro que não me impede só corta a tua luz. Não tens de ser perfeito, impoluto ou imaculado. Podes ser assim tal qual como és, às vezes imbecil, um bocado estúpido, um estropício e tudo o mais que te chamo quando falho também.
Gosto de ti à mesma, digo em tom de brincadeira. Gosto de ti, digo com toda a seriedade.
As palavras valem o que valem, ambos sabemos. Servem de rampa à magia, de almofada em consolo ou de rastilho às divisões. Os silêncios que te encontro e os teus olhos às escuras dizem perdão. Tuas mãos atrevidas dizem distâncias que precisam encurtar. Certos são os meus dois braços abertos para te acolherem em qualquer maré, sem lugar a gratidão. Repito até perceberes, a amizade não se agradece. Os amigos não se abandonam, ecoas tu de dentro de mim. Quero-te, mas não quero nada em troca. Abraço-te, dou-te colo e guardo as velas para um dia mais bonito. A minha mão estendida leva-te ao teu lugar. Apeado não te deixo. Sozinho não ficarás.