Podes não saber ou não querer saber, mas quero eu saber de ti. Podes lutar contra o afecto que não sabes retribuir, mas precisas dele como de ar para respirar. Como te pode faltar o que tenho de sobra com o teu nome? Em que lodo te perdes que não te deixa ver o que vales, ou que reflexos te chegam de quem não vê além da capa? Quem te matou, meu bem? Quem te deixa solto e perdido nas nuvens escuras de amargura? És tão mais do que crês, tão maior do que a sombra de que foges. Visses metade do que vejo em ti...
Discordamos tantas vezes, campeões dos mal-entendidos, dos arrufos e verbos mal medidos. Contra todas as probabilidades, arcando com todas as impossibilidades. Tantos esforços pela imunidade, pela indiferença, pela distância, e ambos sabemos que é inevitável que os enredos se misturem numa qualquer manhã de jasmim.
Desistimos das fugas e assumimos a complicação. Largamos mensagens encriptadas pelo chão e pelo ar. Ficam beijos pendurados nas palavras, e sílabas evitadas por entre guinadas. Prometo inundar-te de verdades, doam ou elevem as vontades. Não tenhamos medo, que o desastre está assegurado. Destroços seremos, carbonizados, estilhaçados nas músicas que entoamos sincronizados, distantes e unidos por âncoras incompreensíveis.