(Al Che Guevara)
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(Al Che Guevara)
Baía de Guanabara
Santa Cruz na fortaleza
Está preso Alípio de Freitas
Homem de grande firmeza
Em Maio de mil setenta
Numa casa clandestina
Com campanheira e a filha
Caiu nas garras da CIA
Diz Alípio à nossa gente:
"Quero que saibam aí
Que no Brasil já morreram
Na tortura mais de mil
Ao lado dos explorados
No combate à opressão
Não me importa que me matem
Outros amigos virão"
Lá no sertão nordestino
Terra de tanta pobreza
Com Francisco Julião
Forma as ligas camponesas
Na prisão de Tiradentes
Depois da greve da fome
Em mais de cinco masmorras
Não há tortura que o dome
Fascistas da mesma igualha
(Ao tempo Carlos Lacerda)
Sabei que o povo não falha
Seja aqui ou outra terra
Em Santa Cruz há um monstro
(Só não vê quem não tem vista
Deu sete voltas à terra
Chamaram-lhe imperialista
Baía da Guanabara
Santa Cruz na fortaleza
Está preso Alípio de Freitas
Homem de grande firmeza
É-me difícil escrever ou falar sobre este assunto. Não lido lá muito bem com a morte, mas tendo ideias claras sobre a soberania das decisões de cada um sobre a própria vida, lido pior com a aceitação da decisão legítima de uma morte "prematura". Porque é que é tão fácil validar a decisão em caso de doenças terminais e sofimento físico, mas tão complexa a aceitação da mesma decisão face a um sofrimento emocional, muitas vezes ligado a doenças psiquiátricas? A resposta ronda a possibilidade de recuperação, cura, melhoria, talvez, mas provavelmente radica inteiramente numa desvalorização injusta (tão injusta!) das doenças mentais e do sofrimento não palpável.
Há dores que não se exteriorizam. Há doenças que não se vêem. Há sorrisos gloriosos em pessoas massacradas com dor, com percepções tão erradas de si próprias que lhes parece que a sua vida não vale nada. É desesperante essa dor, esse sentimento de invalidez permanente, de uma sentença perpétua de angústia insuportável. É desesperante o sentimento de impotência perante uma pessoa que nos diz que quer morrer.
As pessoas não são, nem têm de ser, fortalezas o tempo todo. Ninguém é. Mesmo as pessoas que parecem ser, que aparentam estar sempre bem ou ter uma vida perfeita, que parecem felizes, podem estar a travar batalhas gigantes sem que ninguém se aperceba. Por favor, perguntem aos vossos amigos se estão bem; oiçam; não julguem. Se estão deprimidos e já tiveram ideias suicidas, por favor falem com alguém, com um profissional ou um amigo de confiança.
Linhas de ajuda e apoio ao suicídio em Portugal
Caso tenha pensamentos suicidas ou conheça alguém que revela sinais de alarme, fale com o médico assistente. Se sentir que os impulsos estão fora de controlo, ligue 112.
Outros contactos:
SOS Voz Amiga
Lisboa (atendimento das 16 às 24h)
21 354 45 45
91 280 26 69
96 352 46 60
SOS Telefone Amigo
Coimbra
239 72 10 10
SOS Estudante
Coimbra
808 200 204
Escutar - Voz de Apoio
Gaia
22 550 60 70
Telefone da Amizade
Porto
22 832 35 35
A Nossa Âncora
Sintra
219 105 750
219 105 755
Departamento de Psiquiatria de Braga
Braga
253 676 055