Estou cansada, sabes? Cansada de chorar com saudades de ti, cansada de esperar que me estendas a mão e o coração, cansada de não saber qual é o meu lugar, cansada de me convencer que não te perdi, a ti e a mim. Estou cansada de não ter vontade de nada, nem de vir, nem de ficar, de não saber para onde me posso virar e chorar mais um pouco sem ninguém ver. Estou doente de cansaço de não saber de ti, de não saber encher o buraco que deixaste na minha vida. Estou cansada de não dizer o que me apetece gritar. E o que me apetece gritar é que preciso de ti, é que nunca deixarei de te amar, é que a tua ausência me levou a vontade de viver. Não sei o que pensas ou sequer se pensas em mim. Não sei se encontraste alguém para colocar na bagagem ou apenas para ocupar o tempo ou se não encontraste ninguém. E também podia gritar que ninguém te vai amar como eu te amo, que nunca ninguém te soube amar como mereces e que mereces tudo mas não se faz o que me fazes. Não há um minuto em que consiga não pensar em ti, não há noite em que os sonhos de ti me dêem tréguas e não há maneira de encontrar saída daqui. Não quero culpar-te, não quero a tua atenção nem a tua condescendência. Mas continuo a querer-te a ti. Aqui, ao pé de mim. Não quero que o passado regresse, quero reescrever cada linha com a mesma tinta de verdade e ternura. Estou cansada de ter de dar as mesmas explicações às mesmas perguntas, de não conseguir reagir aos tantos esforços dos meus grandes amigos. Estou cansada de ter medo de nunca mais te ter. Estou cansada de sentir tanto assim.