É engraçado, não é? Podia estar aqui do topo dum pedestal a dizer que é bem-feita, que ela merecia o que teve, por ter sido falsa, por me ter mentido (e provavelmente não só a mim), por se ter feito desinteressada quando o ego clamava por atenção. Se calhar é uma daquelas formas de justiça do universo em que às vezes escolho acreditar, não sei. Preferia que tivesse sido feliz para sempre. Lamento que não esteja ainda nesse trilho. Vasculhei os cantos, e nada. Nem vestígios de rancores, nem de sede de vingança, nem de prazer de saber que o amor também morre nas mãos de quem apunhala amores alheios. Pena, só. Pena da pessoa que imaginei ter existido e pena mesmo da pessoa que não sei quem é por trás das aparências.
Eu não a conheço, não sei que tipo de pessoa será. Foi isto, ipsis verbis. Ninguém merece certas dores.