E se todos os milhares de pedacinhos dizem o mesmo que os fez estilhaçar? E se nada muda, se nada nunca mais mudar? Se não houver cola que me valha? Se todas as portas por onde vou fugindo forem dar ao mesmo lugar? E se este amor nunca morrer, nem depois de me matar? Viver com um coração morto não me deixa em paz. Mesmo com tudo o resto, os muitos sonhos, os desafios, a vida que me pulsa, sempre a pedir mais. Seguir o coração, mas e o coração, onde fica, se o que resta dele é pó, cinza? Arrumado num baú e escondido nos antípodas, será longe o suficiente para fugir dele? E porque não ser o coração a seguir-me a mim?
