Ataques de riso, quem nunca os teve? Pois esta que vos escreve consegue ter ataques de riso (daqueles incontroláveis, com gargalhadas gigantes e lágrimas a escorrer e falta de ar e abdominais contorcidos) com alguma frequência. Sobretudo quando há "espectadores inocentes", para tornar a cena ainda mais embaraçosa. Como num stand de automóveis quando o vendedor se apresenta como “qualquer coisa Murcho”, num autocarro apinhado enquanto recordo cenas hilariantes da vida, durante aulas na faculdade, no restaurante enquanto se pede “uma laranja”, na sala de espera dum consultório, num estudo de mercado onde, supostamente, não se conhece ninguém e se está sentada em frente à melhor amiga, no local de trabalho com as chefias mesmo ao lado, numa sala de espectáculos durante os mais sepulcrais silêncios, and so on, and so on. Normalmente recorro a pensamentos tristes na tentativa de afugentar os risos, digo para comigo “pensa em mortos, pensa em funerais!”, mas nunca resultou. Pior, agrava. Sem ter graça nenhuma, imagino o que os mortos pensariam de me ver naquelas tristes figuras, o que só me dá mais vontade de rir. É, como compreenderão, um verdadeiro drama.