Cold bones Yeah, that's my love She hides away like a ghost Does she know that we bleed the same? Don't wanna cry but I break that way
Cold sheets But where's my love? I am searching high I'm searching low in the night Does she know that we bleed the same? Don't wanna cry but I break that way
Did she run away? Did she run away? I don't know If she ran away, If she ran away Come back home Just come home
I got a fear, oh in my blood She was carried up into the clouds, high above If you bled, I bleed the same If you're scared I'm on my way
Did you run away? Did you run away? I don't need to know If you ran away If you ran away, come back home Just come home
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O silêncio, deixa-me ileso E que importância tem? Se assim, tu vês em mim Alguém melhor que alguém Sei que minto, pois o que sinto Não é diferente de ti Não cedo, este segredo É frágil e é meu
Eu não sei... Tanto, sobre tanta coisa Que às vezes tenho medo De dizer aquelas coisas Que fazem chorar
Quem te disse coisas tristes Não era igual a mim Sim, eu sei, que choro Mas eu posso, querer diferente pra ti
Eu não sei... Tanto, sobre tanta coisa Que às vezes tenho medo De dizer aquelas coisas Que fazem chorar E não me perguntes nada Eu não sei dizer...
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You're never with me you're never near me What time is it? What time? Whose time is this? Give yourself a chance to breathe I'll give you the room you need
You're never here You're never near here What day is this? What day?
Whose day is this? Put me in your supermarket list I'm here, I'm real, it's true, I do exist
Today you may feel a little sleepy Maybe the morning is too soon I guess I'll have to borrow One of your sunny afternoons But afternoons they never come There's nothing left for me to borrow
I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow
You're wasting me You're breaking, you're wasting me Can this be love? Is this? Whose love is this? What is wrong with you? I don't know No place in you for me And me, I need you so
And if you want to be by yourself No one disturbing, that's alright I guess I'll have to borrow A little of yourself tonight But tonight it never comes There's nothing left for me to borrow
I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow
It may seem a little hollow But I'll try again tomorrow
There's nothing left for me to borrow I guess I'll try again tomorrow
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Eu não quero ser Eu não quero pedir Mas estou a perder E não sei que fazer mais
O que eu era desapareceu E quando falo parece, parece Que não sou mais eu
Tento encontrar-me, desenrascar-me Já faço a cama Ando ocupada a tentar fugir de ti Mas mais longe é mais perto Mais difícil fazer o correcto, o que está certo
Por isso
Cedo o meu lugar a quem te mereça Que decore os teus planos e que não se esqueça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que te dê tudo e que nem pareça
Cedo o meu lugar a quem te mereça Que fique do teu lado e que não esmoreça Cedo o meu lugar… Mas a seguir peço para voltar
Para mim nunca foi um jogo Foi apenas um retrato Onde ficávamos bem os dois Onde as dúvidas são para depois Gosto mesmo de ti Mas tu nunca estás Nunca estás aqui
Por isso
Cedo o meu lugar a quem te mereça Que decore os teus planos e que não se esqueça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que te dê tudo e que nem pareça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que fique do teu lado e que não esmoreça Cedo o meu lugar Mas a seguir peço para voltar
É que eu gosto mesmo de ti Eu gosto mesmo de ti
Tento encontrar-me, desenrascar-me Mas quanto mais longe, mais perto de ti O que eu era desapareceu A culpa persegue-me, eu não sou mais eu
Cedo o meu lugar a quem te mereça Que decore os teus planos e que não se esqueça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que te dê tudo e que nem pareça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que fique do teu lado e que não esmoreça Cedo o meu lugar Cedo o meu lugar
Cedo o meu lugar a quem te mereça Que decore os teus planos e que não se esqueça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que te dê tudo e que nem pareça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que fique do teu lado e que não esmoreça Cedo o meu lugar Mas a seguir peço para voltar
É que eu gosto mesmo de ti Eu gosto mesmo de ti
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[Desafio a adivinhar o que me passa na alma, desafio o ordem e a racionalidade a que tenho tanto apego, desafio a lógica das promessas que respeito, culpada sempre de sentir demais o que não se devia sentir, de dizer o que provoca dor, apesar de ser 'apenas' amor, culpada de não conseguir calar, e maior vilã dos silêncios não há.
Ouve o que eu calo, enxuga-me a dor, abdica de mim por amor.
As muralhas também fraquejam.]
"Às vezes o amor", do Sérgio Godinho, na versão da Márcia. Arrepia.
Que hei-de eu fazer Eu tão nova e desamparada Quando o amor Me entra de repente P'la porta da frente E fica a porta escancarada
Vou-te dizer A luz começou em frestas Se fores a ver Enquanto assim durares Se fores amada e amares
Dirás sempre palavras destas
P'ra te ter P'ra que de mim não te zangues Eu vou-te dar A pele, o meu cetim Coração carmesim As carnes e com elas sangues
Às vezes o amor No calendário, noutro mês, é dor, é cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
E se um dia a razão Fria e negra do destino Deitar mão À porta, à luz aberta Que te deixe liberta E do pássaro se ouça o trino
Por te querer Vou abrir em mim dois espaços P'ra te dar Enredo ao folhetim A flor ao teu jardim As pernas e com elas braços
Às vezes o amor No calendário, noutro mês, é dor, É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
Mas se tudo tem fim Porquê dar a um amor guarida Mesmo assim Dá princípio ao começo Se morreres só te peço Da morte volta sempre em vida
Às vezes o amor No calendário, noutro mês é dor, É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo Da morte volta sempre em vida
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Cerca del mar
Ayer tuve que acercarme al mar Ayer tuve que rendirme ante la soledad Necesité ahogar mis penas Dejarlas llevar por la marea en Luna Nueva
Hoy tuve que gritarle al miedo de cambiar No persigo destinos si no formas de andar Como el río su camino Me desvío para avanzar
Cuando el barco parezca perdido Recuérdame para qué lo hicimos Cuando el barco parezca perdido recuérdame adónde quisimos llegar
Cuando el barco parezca perdido recuérdame para qué lo hicimos Cuando el barco parezca perdido recuérdame adónde quisimos llegar Cuando el barco parezca perdido recuérdame para qué lo hicimos Cuando el barco parezca perdido recuérdame adónde quisimos llegar
Los barcos llegan a la orilla El sol se hunde atrás Con sólo un respiro la niebla se va Para ver frente a mis ojos que no necesito más.
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Eu tenho um fraquinho por ti tu não me dás atenção tu não me passas cartão quando me ponho a teu lado tremo nervoso de agrado e meto os pés pelas mãos tu vais gozando um bocado a beber vinho tostão eu com o discurso engasgado fico a um canto, que arrelia de toda a cervejaria onde vais rasgar a noite se te olho com ternura olhas-me do alto da burra que mais parece um açoite é um susto um arrepio que me malha em ferro frio.
Eu tenho um fraquinho por ti que me vai de lés a lés tu dás-me sempre com os pés quando me atiro enamorado num estilo desajeitado disfarço em bagaço e café tu fumas o teu cruzado e fazes troça, pois é, já tenho o caldo entornado esqueces-me da noite p´ro dia em alegre companhia de batidas e rodadas tu ficas nas sete quintas marimbas, estás-te nas tintas p´ra que eu ande às três pancadas basta um toque sedutor eu cá sou um pinga-amor.
Eu tenho um fraquinho por ti que me abrasa o coração quase me arrasa a razão a tua risada rasteira põe-me de rastos, à beira do enfarte da congestão encharco-me em chá de cidreira mofas de mim atiras-te ao chão zombando à tua maneira lá fazes a despedida ao grupo que vai de saída dos amigos da Trindade mas no fim da noite, à noitinha, tu ficas triste e sozinha à procura de amizade e como é costume teu chamas o parvo que sou eu.
Afino uma voz de tenor ensaio um ar duro de macho quando estás na mó de baixo quero ver-te arrependida mas numa manobra atrevida rufia, muito mansinha, dás-me um beijo e uma turrinha que me põe num molho num cacho estremeço com pele de galinha e gosto de ti trapaceira da tua piada certeira do teu aparte final do teu jeito irreverente do teu aspecto contente do teu modo bestial noutra palavra mais quente eu tenho um fraquinho por ti.
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- diz (quase) assim a música.
Ouvir as mesmas canções é ter uma base de comunhão, de entendimento, quiçá de visão sobre uma série de aspectos. E é bom apanhar um murmúrio entoado no duche e fazer coro, pegar nas deixas e completar versos entre risos e uivos. É tão bom dançar em silêncio com a mesma banda sonora que não dá tréguas a ecoar em duas mentes sintonizadas na mesma estação, ondas médias ou curtas, inverno ou verão. Uma mão pousada na cintura, outra desleixada a deambular corpo acima, corpo abaixo. Como ímanes, dois animais que se pertencem, enganchados, bailando no ritmo que sabem de cor, suspiros e gemidos entredentes a marcar o compasso da sinfonia suprema sem maestro.
Partilhar com outra pessoa as nossas, tão nossas, canções, deixar escorregar uma gota atrevida e partilhá-la à janela com quem mora no silêncio invisível, do outro lado do coração, é todo um outro capítulo. É uma dádiva pessoal feita de adivinhas e silêncios, de empatias mudas e verborreias extensas. É abrir uma nesga da concha e soltar cavalos de batalha pela imaginação fora, sem coreografias ensaiadas. É fazer rebentar desejos de beijos como ervas daninhas na berma, persistentes, por muito que se tente arrancá-las pela raiz. São mãos que se tocam sem pele, tacto profundo, direito ao canto seguro onde enterramos segredos, sementes, sem medos.
[Quem me dera, meu bem, que te deixasses perder no olhar da Ventania. Quem me dera, amor, morrer para nascer de novo e te resgatar das labaredas que te gelaram, abraçar-te com toda a força e prometer que nunca te vou deixar cair, mais depressa cairia eu contigo do que soltar-te incerto no mar revolto. Enquanto eu estiver aqui, neste plano, não te faltará com quem ouvir a mesma canção ou espantar a solidão.]
Restolho - Mafalda Veiga
Geme o restolho, triste e solitário
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário
Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
p'ra receber daquilo que aumenta o coração
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
p'ra receber daquilo que aumenta o coração
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Este blogue repudia veementemente o Acordo Ortográfico. Neste blogue não se faz corridas. Nem passatempos. Nem giveaways (que são a mesma coisa que os passatempos com um nome mais snob). Neste blogue não se mostram outfits ou detalhes (também conhecidos por trapinhos ou fatiotas). Também não se mostram fotografias da blogger (até para protecção ocular dos leitores). Este blogue pode ser tudo menos politicamente neutro e está em permanente campanha eleitoral pela oposição de esquerda, que deixou de existir no Parlamento. Mesmo quando se fala de outra coisa qualquer, porque tudo é política, até o Amor. Neste blogue normalmente não se fala de clubes nem de futebol porque é tema que me entedia enormemente - a não ser que seja para arreliar lampiões. Neste blogue não há bebés nem animais de estimação. Não há demagogia, não há juízos de valor nem lições de moral.
Neste blogue o que há são gritos, desabafos, opiniões, suspiros, alegrias, música, poesia, há flashes do quotidiano de uma pessoa banal e seus encontros e desencontros com pessoas especiais. Há pedaços de insignificâncias e dissertações de suma importância. Há rajadas de raivas e paixões, fragmentos de vidas reais cobertos de palavras tecidas em mantos frugais.
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Ouvi dizer que o nosso amor acabou. Pois eu não tive a noção do seu fim! Pelo que eu já tentei, Eu não vou vê-lo em mim: Se eu não tive a noção de ver nascer um homem. E ao que eu vejo, Tudo foi para ti Uma estúpida canção que só eu ouvi! E eu fiquei com tanto para dar!
E agora Não vais achar nada bem Que eu pague a conta em raiva! E pudesse eu pagar de outra forma!
Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã, E eu tinha tantos planos pra depois! Fui eu quem virou as páginas Na pressa de chegar até nós; Sem tirar das palavras seu cruel sentido! Sobre a razão estar cega: Resta-me apenas uma razão, Um dia vais ser tu E um homem como tu; Como eu não fui; Um dia vou-te ouvir dizer: E pudesse eu pagar de outra forma! Sei que um dia vais dizer: E pudesse eu pagar de outra forma!
A cidade está deserta, E alguém escreveu o teu nome em toda a parte: Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas. Em todo o lado essa palavra Repetida ao expoente da loucura! Ora amarga! Ora doce! Pra nos lembrar que o amor é uma doença, Quando nele julgamos ver a nossa cura!
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Baía de Guanabara Santa Cruz na fortaleza Está preso Alípio de Freitas Homem de grande firmeza
Em Maio de mil setenta Numa casa clandestina Com campanheira e a filha Caiu nas garras da CIA
Diz Alípio à nossa gente: "Quero que saibam aí Que no Brasil já morreram Na tortura mais de mil
Ao lado dos explorados No combate à opressão Não me importa que me matem Outros amigos virão"
Lá no sertão nordestino Terra de tanta pobreza Com Francisco Julião Forma as ligas camponesas
Na prisão de Tiradentes Depois da greve da fome Em mais de cinco masmorras Não há tortura que o dome
Fascistas da mesma igualha (Ao tempo Carlos Lacerda) Sabei que o povo não falha Seja aqui ou outra terra
Em Santa Cruz há um monstro (Só não vê quem não tem vista Deu sete voltas à terra Chamaram-lhe imperialista
Baía da Guanabara Santa Cruz na fortaleza Está preso Alípio de Freitas Homem de grande firmeza
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Onde estás, faz um som Chama o meu nome dentro ou fora de tom Diz-me que guardas um pouco de mim Na carteira um retrato, uma flor no jardim
A estação já mudou Levaram os móveis e o sol lá fechou Para onde foi, para lado nenhum Lugar tão deserto esse lugar comum
Caem as folhas no livro maior E corre o tempo a secá-las lá dentro
Deixa estar Deixa ser Tudo vai num instante Amanhã Sem saber Vai parecer tão distante Resta só Adormecer E sonhar sem te ver Outra vez
Não procures o meu rosto espantado Essa já não sou eu Mistério do amor O coração fui trair Abri-o ao meio pra te deixar Para onde foste, quem sabe onde vai Perdido lá dentro a arrastar-se no tempo
Deixa estar Deixa ser Tudo vai num instante Amanhã Sem saber Vai parecer tão distante Resta só Adormecer E sonhar sem te ver Outra vez
Sem te ver outra vez Deixa estar Deixa ser Tudo vai num instante Amanhã Sem saber Vai parecer tão distante E quando nada restar Vou adormecer E talvez vá sonhar, sonhar Só pra te ver Só pra te ver
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Da próxima vez Que eu voltar a cair Se me vires a insistir Não olhes p'ra trás
Eu não vou estar em mim Se te quiser mais uma vez Mesmo que diga que é de vez Vou estar a mentir
E se eu disser que foi tudo confusão Não falo com o coração, não falo com o coração E se eu disser que ainda não é tarde Não é amor, não é verdade
E se eu tiver ainda saudades Deixa-me curar a ferida que arde Deixa-me ficar com as melhores memórias Acabou-se a história Não olhes p'ra trás
E se eu disser que foi tudo confusão Não falo com o coração, não falo com o coração E se eu disser que ainda não é tarde Não é amor, não é verdade Não é verdade
E se eu tentar falar contigo para voltar Não há volta a dar Se eu me iludir que te vou perdoar Não vale a pena acreditar
E se eu disser que foi tudo confusão Não falo com o coração, não falo com o coração E se eu disser que ainda não é tarde Não é amor, não é verdade Não é verdade
E se eu disser que foi tudo confusão Não falo com o coração, não falo com o coração E se eu disser que ainda não é tarde Não é amor, não é verdade Não é verdade
Mais para ler
Os anjos não têm costas, por isso não te vi Só mais tarde ao passar eu reparei em ti Quando quis desviar os meus olhos dos teus Já não era possível, já não te disse adeus Os anjos têm asas, abriste-as para mim Levaste-me ao céu e fiquei voando por aí Completamente perdida por ti Completamente perdida por ti
Os anjos não têm casa, telefone ou morada Assim fiquei à espera de uma tua chamada Mas como para os anjos o tempo não existe O tempo foi passando e eu cada vez mais triste Deixei a minha nuvem perdida por aí Completamente perdida por ti Completamente perdida por ti
Os anjos não têm sombra Eu não te vi descer do céu com uma flor que me querias ... oferecer Hoje vivemos juntos aqui ao pé do mar Porque eu não tenho asas, porque eu não sei voar Mas sempre que te peço tu levas-me ao céu Abres as tuas asas e o teu corpo é meu E deixas-me nas nuvens voando por aí Completamente perdida por ti Completamente perdida por ti Completamente perdida por ti Completamente perdida por ti
Os anjos não têm costas, por isso não te vi Só mais tarde ao passar eu reparei em ti Quando quis desviar os meus olhos dos teus Já não era possível, já não te disse adeus
Os anjos não têm casa, telefone ou morada Assim fiquei à espera de uma tua chamada Para os anjos o tempo não existe O tempo foi passando e eu cada vez mais triste
Os anjos não têm sombra Eu não te vi descer do céu com uma flor que me querias oferecer Hoje vivemos juntos aqui ao pé do mar Porque eu não tenho asas, porque eu não sei voar
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Para os meus amores difíceis.
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There's been a sayin' goin' round And I begin to think it's true It's awful hard to love someone When they don't care about you
Once I had a lovin' gal The sweetest little thing in town But now she's gone and left me She done turn me down
Now I ain't got nobody, and nobody cares for me! That's why I'm sad and lonely, Won't somebody come and take a chance with me?
I'll sing you love songs, honey, all the time, If you'll only say you'll be sweet gal of mine, Oh, I ain't got nobody, nobody cares for me!
I'll sing you love songs, honey, all the time, If you'll only say you'll be sweet gal of mine, Oh, I ain't got nobody, nobody cares for me!
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Uma das expressões da genialidade dos Ornatos Violeta pela interpretação agri-doce da excelente Margarida Pinto.
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Estar no cinema e começarmos os dois a cantar alto esta canção, alinhados com o filme, e os adolescentes ao nosso lado fazerem uma cara de ligeiro pânico. É o amor, estúpidos!
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Entristece-me ter sido cá que sucederam a vitória sionista, o regresso à glorificação da música de PVC, o regresso injusto de Portugal à cauda da tabela de classificações. Mas entristece-me mais constatar uma série de pontos que acusam a podridão televisionada e narrada em tons de rosa deste mundo.
Abordar a Eurovisão como se a política lhe estivesse alheia
A Eurovisão sempre foi e sempre será uma extensão reflexiva da política e, em particular, do carácter capitalista do certame. Desde a afirmação de uma espécie de geopolítica unificada, de estados muito próximos e com filosofias e culturas comuns (o que seria uma manifestação inequívoca da globalização, se fosse verdade), ao trabalho escravo, perdão, voluntário, de que um evento que movimenta milhões se faz valer (seria possível ser mais evidentemente neo-liberal?), à garantia de um lugar na final por parte dos estados que maiores contribuições financeiras disponibilizam, às votações por simpatia/proximidade/interesse, às vitórias (já lá vamos), absolutamente tudo na Eurovisão é política. Como tudo na vida é política (sim, pareço um disco riscado, bem sei).
O politicamente correcto
O incidente que ocorreu na actuação da representante do Reino Unido, em que um jovem subiu ao palco, tirou o microfone das mãos da cantora e disse "nazis of the UK media, what about freedom?" passou pelos intervalos da chuva. A realização do programa esteve impecável, mostrou imagens do público e rapidamente substituiu o microfone, a concorrente também continuou a sua actuação sem se deixar perturbar, e o espectáculo seguiu sem hesitações. Não se fala sobre o assunto. Varre-se para baixo do tapete os temas importantes e passíveis de clivagem ou agitação política. A admoestação a Salvador Sobral o ano passado, por ter levado a t-shirt a dizer S.O.S. Refugees, não foi um acaso. E caso tenha passado despercebido a alguém, o comentário da vencedora "next year in Jerusalem", muito menos. Curiosas coincidências, não é? E ainda mais curioso que o benefício seja sempre colhido do mesmo lado, o lado das grandes potências assassinas financiadas pelos mesmos do costume.
As micro-manifestações de xenofobia
A Austrália e Israel participam do Festival Eurovisão da Canção e isso parece fazer comichão a muita gente, só porque não são europeus. Ora, vamos lá ver. Antes de destilar fel, um pouco de informação não magoa ninguém. A organização não tem relação com a União Europeia, mas sim com a EBU/UER, União Europeia de Radiofusão, que integra países europeus, do médio oriente e norte-africanos, bem como outros países com o estatuto de membro associado, como é o caso da Austrália.
[O estado de Israel (que nem devia ser reconhecido como estado, dado o seu carácter colonizador, ocupacionista, fascista, xenófobo, criminoso) não me merece um pingo de consideração. Mas o estado e as pessoas não são equivalentes e há muitas pessoas israelitas que não se revêem nas acções genocidas. Não foi, de todo, o caso, mas o representante de um estado no evento não é necessariamente reprodutor das barbaridades perpetradas pelo mesmo.]
As macro-manifestações de xenofobia
Sabiam que a bandeira da Palestina é proibida no terreno de organização da Eurovisão? Pois é, a propaganda sionista que se fez valer este ano de quantidades massivas de pinkwashing nunca será suficiente para ocultar a verdade. celebração da diversidade e empoderamento e tal, ao mesmo tempo que a faixa de Gaza continua a ser bombardeada, o genocídio, apartheid, ocupação e colonização continuam, diariamente, a fazer vítimas de todas as idades entre um povo massacrado, torturado e roubado de tudo. Glorificação da intérprete sionista que em 2014 pertencia à Marinha israelita e se orgulha de ter servido a mesma, quando esta Marinha perpetrou mais um massacre do povo palestino.
O machismo em cada canto
Por onde começar? Pelas ofensas à figura e ao corpo da candidata israelita, pela sua comparação a Assunção Cristas com cortisona ou a uma galinha? Pelos comentários às pernas e decotes das quatro apresentadoras? Pelos elogios à canção cipriota "ouvida em silêncio"? Tantas belíssimas oportunidades de deixar a eloquência do silêncio tomar a palavra. Como se tudo isso não bastasse, a vitória de uma canção péssima, com uma letra paupérrima, e fazê-la passar por emancipação feminina.
A qualidade musical, ou falta dela
Sendo a Eurovisão um jogo de interesses revestido de certame musical, quem segue por apreciar a música tem de ter um coração (e ouvidos) fortes para suportar crimes acústicos do calibre de alguns que passam pelo evento. Pessoalmente, costumo seguir pela música e pela política, sendo que a primeira ganhou novo alento o ano passado, com a canção esmagadoramente bela dos manos Sobral. Deste ano, os momentos musicais de qualidade não se estenderam muito além do fado de Mariza e Ana Moura, de Sara Tavares, Maya Andrade, Salvador Sobral e as pianadas incríveis de Júlio Resede e o dueto com Caetano Veloso. Desculpem bater mais no ceguinho (fascista sionista, neste caso), mas a composição vencedora de 2018 é só mais um perfeito exemplo do péssimo que se faz na música pop. Não bastando a espécie de apropriação cultural asiática com o kimono, os maneki-neko e a alusão óbvia à Bjork, o cacarejar electrónico de letra ridícula e pobrezinha completam o panorama da mediocridade.
2019
Para 2019, faço votos que exista um boicote internacional sério à realização do evento em Jerusalém e que seja significativamente mais bem sucedido que a tentativa de boicote deste ano com a campanha #zeropoints.
Mais para ler
Com cheiro a Trás-os-Montes, a aguardente, a pedra fria, aos riachos e campos verdes que povoam os meus sonhos, e a saudade.
Tenho dentro do meu peito dois moinhos a moer, um anda, o outro desanda, e assim é o bem-querer.
Tenho dentro do meu peito um alambique de aguardente p'ra destilar as saudades, ai as saudades, quando de ti estou ausente.