Hoje incomoda-me o silêncio. As sinapses nem sempre são profícuas o suficiente nos seus afazeres e sobram uns milhões de neurónios que vão buscar às profundezas das memórias e divagações o que se quer (tanto e há tanto tempo) calar. O tratamento habitual é injectar mais tarefas na "to do list" dos ditos cujos. Hoje não está a resultar.
Tanto tempo, a passar por mim, eu a passar pelo tempo, em bicos de pés, quase a flutuar...
Tão livre, todas as escolhas à disposição, como para um recém-nascido. Como se faz para contrariar aquela vontade, movida a "pedaços desfiados de esperança", de não ir sem ti?
Incomoda-me o silêncio. Vou cantar.
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e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia
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São 5 da manhã. Estou a jantar. Fui fazer uns rissóis de frango com caril e feijão com linguiça. Tenho vontade de lhe enviar um sms e pedir para vir cá ter, ajudar-me a comer aquele feijão todo. Ele não gosta muito de rissóis, mas nunca provou dos meus, que não são fritos.
Acordei pelas 02:30, estava ele a chegar a casa de outro alguém. Talvez tenha pensado em mim e me tenha acordado com a força do pensamento.
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De ti. De mim e do mundo. Sem ver e sem ouvir, não estou. Ao longe. Pode ser só miragem. Melhor que seja emptiness. Ausência. Vazio. Inundação de coisa nenhuma. Onde?