Se nos seguissem também no facebook? A parvoíce por lá é espalhada mais amiúde.
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Se nos seguissem também no facebook? A parvoíce por lá é espalhada mais amiúde.
Há pessoas, que serão representativas duma secção importante do eleitorado, calculo eu, que tentam desculpar o voto ignóbil chamando-lhe "voto útil", que consiste em votar num grande partido ou coligação para que outro grande partido ou coligação não "ganhe" eleições. Defendem-se com o ainda mais ignóbil argumento de que os pequenos partidos nunca irão "ganhar".
Quando às legislativas, não só essa interpretação se esquece de que o CDS, a quarta força política do país, conseguiu constituir (des)governo com os laranjas, como - muitíssimo importante - se esquecem de que as eleições legislativas servem primeiramente para eleger os deputados representantes dos respectivos círculos eleitorais. E só depois para o(s) partido(s) mais representado(s) ser(em) convidados pelo P.R. para constituir governo. Trocando por miúdos, gostava que ninguém pensasse que no próximo 4 de Outubro tem de escolher entre a dupla Passos + Portas (= ❤?) e o Costa. Gostava que ninguém tivesse dúvidas que não é disso que se trata. (Até porque, aqui entre nós, entre uma e outra opções, venha o Diabo e escolha.) Um deputado honesto e competente pode fazer uma enorme diferença. Cada voto conta. Conheçam as listas de todos os partidos a votos no vosso círculo eleitoral, pesquisem sobre o seu trabalho se já foram eleitos ou ocuparam cargos públicos anteriormente.
Perdoem a expressão, mas não se limitem a escolher entre a merda e o cagalhão (rima e é verdade). Façam-se representar!
Ainda estamos, oficialmente, na silly season. Em Agosto o país está a banhos, as notícias nem chegam a ser parciais de tão tontas (há umas semanas vi um efeito, num jornal da noite, com as cabeças dos líderes dos principais partidos políticos dentro dum carro a dirigirem-se aos seus locais de férias - de onde me surge a exclamação "mas vão todos no mesmo carro?!"). Sendo que o povo português já não prima propriamente pela boa memória, tão pouco pela seriedade quando é chamado a botar cruz nos boletins de voto, esta silly season inquieta-me sobremaneira. Mesmo as poucas pessoas que ainda pensam, falam e debatem política, chegam aos seus dias de dolce fare niente de papo para o ar e a cabeça entra em modo de poupança de energia, em que a decisão mais crítica que deve fazer é se vai para a praia do costume ou se vai para a outra praia, se vai à vila almoçar um peixe grelhado ou se fica por ali e petisca qualquer coisa numa esplanada. (E estão no seu mais pleno e amplo direito, sobretudo após 11 meses de trabalho num emprego cansativo, mal pago, longe de casa, em que são feitas muitas horas extra não remuneradas, com medo de o perder e com ele o sustento da família, dos problemas de saúde agravados pela ansiedade e pelos cortes forçados nos cuidados médicos e até no tipo de alimentos.)
Mas é precisamente por isto que a silly season é tão perigosa. O neurónio com consciência crítica e política, a existir, vai de férias e, no regresso, já nem tem bem presentes as patifarias perpetradas durante todo um mandato, ou toda uma república. E depois ainda há a agravante do futebol, ópio do povo, com mais intrigas do que as novelas da TVI, o mercado dos jogadores, os treinadores "traidores", a pré-epoca e toda essa puta da loucura que tem zero interesse para a vida real e os problemas reais do país, mas consegue absorver energias e paixões de homens e mulheres que vivem daquela fogosidade, sofrem pelas suas cores, saem à rua em êxtase quando o seu clube ganha qualquer coisa, mas não têm qualquer interesse em ir votar, ou em conhecer aquilo em que votam.
Em suma, o português "médio" (é como o português suave mas sem nicotina) regressado de férias é bem capaz de se ter olvidado dos desabafos, argumentos e declarações convictas do "nunca mais voto nestes ladrões!". Pior, vem conformado e já diz "os outros ainda são piores, querem é encher os bolsos".
É verdade que amanhã já será Setembro e vai passar a falar-se da reentrée. Mas quanto ao que interessa, deu-se o reset "que lhes interessa". Em termos políticos, a silly season portuguesa dura 12 meses no ano. E enquanto não for exigida uma cultura política e social participativa, que é o pilar da Democracia, enquanto não se ensinar nas escolas, em cada casa, na comunicação social, que a política é feita por todos os cidadãos e que só não somos donos do nosso destino colectivo se não quisermos, então seja o (des)governo PS, PàF, PSD ou outra corja idêntica, temos exactamente o país que merecemos.
Os meses de verão são um prado ressequido por onde arde, impiedosa, a Silly Season, e isso nota-se sobretudo no mês de Agosto. Se faz parte da minoria de portugueses que, como nós, prefere não fazer férias em Agosto (ou não pode) e se vê perante o mesmo dilema de tentar fugir à estupidificação das massas sem saber bem como, nós estamos cá para ajudar, em 3 simples passos.
1º - Ignorar toda a programação televisiva. [Ou, vá, pode tentar ver as notícias, mas assim que começarem a falar do que almoça David Cameron no Algarve ou outra coisa de elevadíssimo interesse nacional, carregar no botão do OFF. Idem aspas para a rádio.]
2º - Arranje um sítio para obter séries de TV. Não estamos, naturalmente, a incentivar a partilha ilegal de ficheiros em clientes de torrents, cruzes credo, jamais! Faça um empréstimo da sua biblioteca/videoteca local, peça a um amigo rico que compre os DVDs ou assim.
3º - Recoste-se no sofá com um refresco na mão, ou durante o jantar, e carregue no play, para pôr-se a par de séries boas que lhe possam ter escapado e estar preparado para a rentrée com novas seasons. [Vai dar jeito, acredite, sobretudo se na noite eleitoral as profecias sondagens se concretizarem, porque as notícias daí em diante serão cada vez mais indigestas.]
Aproveitando o destaque do Sapo para fazer um update com algumas coisas que ficaram esquecidas, algumas séries que já toda a gente viu (ou não?)... O que recomenda este casal de geeks: