O que eu quero?
Em três palavras: que sejas meu.
Em duas palavras: ser tua.
Numa palavra: quero-te.
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O que eu quero?
Em três palavras: que sejas meu.
Em duas palavras: ser tua.
Numa palavra: quero-te.
Disseste tu quando estavas no meu lugar.
Tinhas razão, até certo ponto. Mas os ultra-racionais adoram provocar...
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in Paixão ou a Batalha contra as Sombras
O problema dos lugares é que ficam tatuados nas memórias, acoplados aos cheiros, às emoções [coração no túnel, fora do peito], ao tacto, ao som de cada palavra [tuas dentadas, bochechas salgadas]. Não se consegue dissociar o lugar das memórias fortes, felizes ou infelizes, e isso gera toda uma expectativa inconsciente de que os lugares, só por existirem, asseguram para a eternidade os sentimentos que outrora testemunharam. Por isso se recomenda não voltar aos sítios onde já se foi feliz. O cérebro adora encontrar padrões na realidade que apreende e espera a reprodução daquela outra felicidade [os beijos de nuvem, boca macia de volúpia]; claro que o mais certo [o amor não é física, não se reduz a explicações nem a fórmulas matemáticas] é a realidade não encaixar na expectativa. Se a História se repete é por falha no guião, alheio à natureza mutável do mundo e dos homens [podia bem ser a tua mulher]. Culpa da memória que vai lapidando e erodindo as recordações, às vezes forjando algum pormenor [as tuas mãos nas minhas mãos, o meu nariz aninhado] ou submergindo-o por inteiro.
Insisto na teimosia [camarada]. Lugares há em que deambulo todos os dias, vão massacrando pela repetição da ausência, raspando ao de leve a pele com uma lixa suave e meiga [a tua barba negra, os caracóis], mais e mais, até a ferida aberta já não ter pele nem carne nem osso nem sangue nem vazio [fome de ti]. Comprarei um seguro contra desgostos. Uma mezinha para me untar, inteira, loção de aço, à prova de corações partidos e promessas de poesia [Teresinha]. Não tenho como atravessar os mesmos lugares de primeiros beijos [tão doces] e joelhos no chão, com os cacos espalhados, enterrados.
Como é que se esquece, como é que se cala, como é que se ignora que estamos a ir no sentido oposto - e não era nada disto que eu queria [à nora]? Caramba, como é que se respira?!
Um nome não é nada além de um aglomerado de sons, não tem significado intrínseco até lho atribuirmos. Ninguém deixa de ser quem é por ser chamar João ou José. Mas é quando ouves o teu nome ser dito por outra boca que o nome faz toda a diferença. Na entoação dos outros podes ouvir todos os discursos da história, se escutares atentamente. Os meus instintos sanguinários, que deixei de reprimir por ter permitido o espírito ser adulto e assumir a paixão pela destruição, gritam o vosso nome com paixão e faíscas, gratidão e doçura. Com vontade de dinamitar cada sílaba desse nome que dá e tira sem pedir permissão, de lançar ácido no acento e transformar em nada o desvio que vive em mim. Gosto que digas o meu nome. Completo ou não, com diminutivos palermas ou fofinhos, mas gosto que me chames pelo nome. Que saibas que sou eu e mais ninguém. Nem Alexandra nem Maria, sem margem para equívocos. Gosto que o sussurres baixinho, em súplica, ou que o digas com esse tom sério de sobrolho franzido, como quem quer repreender mas só me quer prender, chamar à razão, colar-me ao chão. Sabe que não podes! Eu só sossego quando quero, se me tentas agarrar eu vôo em vendaval. Desfaço-te em mil folhas de papel, as letras alvoraçadas, borrões de notas graves aos trambolhões. Todos os nomes são poesia se uivados à lua, soltos à toa. Que nomes tens, que nomes me dás? Incendeia-me o sangue, dobra-me, esmaga-me, estala-me os ossos, derrete-me. Escreve o meu nome nas paredes da rua, trarei a picareta para as fazer ruir. Destroços de ti nas minhas mãos, todo pó, todo ilusão.
A Revolução não é feita só de tiros nem de cravos. A Revolução também é feita de beijos que atingem em cheio o peito - uns ferem, outros matam - e de beijos perdidos, disparados sem mira e sem pontaria, para o ar.
A Revolução não se acompanha só de música de intervenção. Também se instiga com estrofes melosas cantadas baixinho ao ouvido, com poemas de Cortázar, e com a canção do bandido.
A Revolução sou eu, foi o que ele disse. Não acreditas? Ou tens medo de ir à luta sem armas?
Quero cuidar-te. Lamber as tuas feridas.
O amor não oprime, ou não é amor. E não havendo maior Revolução que o amor, também não existirá amor maior do que a transformação revolucionária do que está errado, injusto e triste. Eu sou a Revolução, tu és a Revolução. Seremos mártires ou carrascos, mas jamais amordaçados, jamais apenas vítimas sem nome, águas estagnadas e conformadas. Não me renderei.
Olhar para o calendário consegue deixar-me ainda mais boquiaberta. Foram precisos apenas 20 dias (menos, bem menos) para questionar quase tudo. Do avesso, repito, foi o que me aconteceu. Virada do avesso.
Talvez tenha sido precipitação, mas já sou crescida o suficiente para não ter medo de mergulhar. Não sei mergulhar, não sei suster a respiração e desconheço os segredos das sereias lá no fundo dos oceanos, mas sei que os travões da razão não podem nada contra o sonho. É apenas e só pelo sonho que vamos, que ninguém se iluda. Se pudesse fazer chegar conselhos a mim própria numa viagem ao passado, dizia-lhe isso, em jeito de confirmação do que já sabia há muito e teimo em contrariar. Aliás, pudesse eu e espetava com essa verdade na minha própria tromba diariamente, com força, para doer.
Se o sonho se materializa, ali à tua frente, sem plano e sem rede, num qualquer Largo do Regedor, atira-te de cabeça. Não o deixes escapar, porque talvez nada volte a ser feito dos mesmos sonhos que aqueles, no mesmo plano terreno, porque não há outro daqueles e em havendo, que importa, se é aquele o teu sonho, o único que queres viver, com que queres ir à luta e mudar o mundo. Se o sonho te quiser beijar, não fujas. Beija-o com toda a vontade que tens - tanta!, como nunca antes tiveste. Agarra-te ao pescoço dele e não largues. Roça-lhe os dentes pela barba, agarra-lhe as duas mãos e diz o que estás a calar, até hoje. Faz todas as promessas que não podes fazer, dá por completo o que tens tanto medo de dar, aceita o que é bonito e genuíno - e teu se o quiseres. Sem garantias de nada, só com a subtil magia da antecipação de ter o mundo todo, ou tudo o que interessa do mundo, naquelas duas mãos que te querem, que te procuram desde sempre. Se te chamarem quando segues para norte, fica. Deixa de armadilhar o caminho enquanto dormes e de inventar desvios. Se acaso tiveres o privilégio de sentir o sonho a teu lado, tão real, de mãos dadas e com os lábios colados aos teus, não penses. É quando pensas demais que falas demais e dizes o que não queres para ouvir o que queres. Tão independente, tão aventureira e destemida em tudo o resto na vida, e encolhes-te toda quando o amor te puxa. Pensas que não é verdade, que não mereces, e borras-te toda com medos mil. Tanto tempo passado a lamentar fugas alheias e rejeitas o sentido disto tudo só porque vem numa hora difícil, sob formatos inéditos, com dificuldades acrescidas. Sabes bem que isso não vale, quando o fim vale muito mais. As Revoluções não se fazem sem vítimas. Venham os cravos. O que vale é o Sonho. Pelo sonho é que vamos. Cola-te ao sonho como se lhe pertencesses mais do que o sonho pertence a ti, cobre-o de beijos em rajadas, navega nas barbas dele, manda-o ao chão indefeso, entrelaça os teus pés nos dele, adormece-o com festas nos caracóis.
Os primeiros beijos contam toda a história da relação que selam. Um pouco como a máxima da ontologia recapitular a filogenia em reverso. O quando, o onde e o como dizem tanto sobre os enamorados.
Às vezes penso nestas coincidências que o Universo nos apresenta, ou que teimamos em escarafunchar até as descobrir.
À porta de casa, como nos filmes, beijo de cinema, longo e lento, uma mão que levava a chave para se despedir, num final já antecipado - e que afinal saiu tão ao lado.
Um atrevimento num comboio lá do outro lado do mundo, com a noite estrelada a lambuzar de azul dois rostos que brilhavam, espantados, mais que nunca, além da projecção imaginada. Ao som de carris a cantar às constelações, a marcar com sinais atabalhoados a surpresa na vida de cada um. Algo mágico que só funciona noutro continente e com outra pele, como um capítulo inteiro entre parêntesis rectos - a retomar um destes dias, bem sei.
E depois os beijos roubados, de repente, a meio de uma rua da cidade, no dia (instante?) em que nos conhecemos, coração a palpitar e pernas a tremer - e agora, o que é que eu faço?!
Beijos inesperados, antecipados num outro cenário ou com outro guião, que saem do plano, que trocam as tintas e as voltas - sou pião, barata tonta, nómada sem mapa. Ainda não lhes sei antever rumo certo, ou suave. Destinados a ser desde a primeira sílaba, inevitáveis, fatais como o destino de que tentamos escapar a todo o custo. Como se acreditássemos em fados, como se não fosse o nosso âmago cristalizado em qualquer coisa sem nome certo, alma ou coração ou quem somos, que nos empurrasse para aquele momento, aquela fuga. Desastre, ruína, sangue e entranhas a escorrer, e tudo está certo e no seu lugar, que o único desfecho possível é morrer de amor de todas as vezes.
Deixa-me ser tua namorada por um dia. Assim como que à experiência. Tirávamos as dúvidas e eu podia morrer em paz, tendo sido feliz mesmo que só por um dia. Só pedia um dia. Um dia que ia querer esticar ao infinito para lhe caber tudo o que quero fazer contigo, tudo o que quero dar-te. E dava-te os meus dias, todos, inteiros, e as minhas noites com lua e estrelas. Ama-me um dia. Um que seja. Pausa a vida que te afasta de mim, esquece tudo o que já aconteceu e dá-me um dos teus dias. Como se eu fosse novidade. Deixa-te amar por um dia. Tenho mais beijos que minutos, mais sorrisos que palavras. Só um dia. Acordamos juntos e chamamos o sol para as nossas mãos. Não precisas de bagagem nem relógio, traz só o coração limpo e dois braços abertos. Deixa-me fazer dum dia o primeiro nosso dia. Todo nosso, de verdade. Mesmo que a seguir tornes a partir sem olhar para trás. Queria um dia. Um dia em que não tivesse de chamar por ti com todas as energias que já não tenho. Um dia de ti.
(publicado originalmente em 19.05.2010)
Disclaimer: as minhas definições, a vocês (os três) que me lêem, estejam à vontade para discordar.
Para que saibas, estou óptima. Mil vezes melhor do que quando estávamos juntos. Olha para mim, reconheces-me?! Olha para a minha pele fantástica, tão bem que me fica esta maquilhagem. Repara no brilho do meu cabelo, e no meu sorriso que nunca foi tão branco e direitinho. Nunca me viste sem aparelho. Os medicamentos estão a resultar e já quase não tenho dores. As drogas que me incharam também já acabaram, dentro de meses vou voltar ao peso com que me conheceste, vais ver. Vais ver-me passar à tua porta de sorriso em riste e vais ficar de queixo caído a pensar "Quem é aquele avião?", vais deixar o cigarro queimar-te os dedos de estupefacção.
Estou óptima. Passei o sábado inteirinho sem derramar uma lágrima, nem uma. Na minha casa está tudo nos seus lugares, como se nunca tivesses passado pela minha vida. A mala de viagem que me emprestaste para a mudança está na arrecadação, à espera que a venhas buscar. O perfume que me ofereceste está escondido e nunca mais o usei.
Estou fantástica. Aposto que de cada vez que bebes para esquecer acabas a chorar e a pensar em mim, nos erros todos que cometeste. Aposto que vais sempre, a vida toda, lembrar-te do que me disseste no último dia: que estás bem ciente de que nunca ninguém te vai amar como eu te amei, e que vais sempre, a vida toda, lembrar-te que nunca vais amar ninguém como me amaste a mim. Espero que te arrependas amargamente cada dia da tua vida do mal que me fizeste, como eu nunca me vou arrepender de nunca ter desistido de ti, de ter dado tudo e feito tudo pela promessa que tínhamos.
Mas não te preocupes, eu estou óptima. Não precisas de andar a verificar o obituário, não vou atirar-me de lado nenhum por não te ter. Não sou do género de fugir às dores, se me conhecesses saberias isso. Como é que pudeste acreditar que eu tinha mesmo encontrado outra pessoa passado um mês?! Um mês, Hugo... Isso é o que tu fazes, é a tua forma de lidar com a minha ausência, procurar outro colo, que sabes que não vai resultar em mais nada, que sabes que nunca se vai comparar ao nosso amor. Não sou eu. Se me conhecesses, saberias. Se me conhecesses, ou não te terias apaixonado por mim ou nunca terias desistido sem antes tentar de tudo.
Sonhei outra vez contigo, naquela forma de assombração que consigo sentir e cheirar. Abraçaste-me e beijaste-me o pescoço enquanto pedias desculpa, mas eu sabia que era um sonho e só disse "vai-te embora". Apertavas-me com mais força e começaste a chorar, mas desta vez não foi suficiente. Nem sonhos, nem mentiras, por muito que queira acreditar, já não servem. Tornei-me cínica, desprezo o amor, desisti de tudo e a culpa é inteiramente tua. Mas eu estou óptima. Mil vezes melhor do que quando estávamos juntos. No sábado não chorei uma única vez, já te disse?
Se eu voltasse a nascer, e
as minhas mãos me ensinassem o caminho
que vai do coração ao mundo, e
os meus olhos me abrissem o círculo
que o mar desenha no horizonte,
e o meu nariz respirasse a luz que a manhã
solta de dentro da névoa, e os meus lábios
pedissem o pão de estrelas que as aves
trocam entre si, e os meus passos me conduzissem
para onde ninguém precisa de voltar,
o tecido da minha vida seria transparente
como o vidro da janela que não abro,
o fio que vou puxando seria eterno
como os números que contam os dias de um deus,
a tesoura da noite ficaria na caixa
que não precisei de abrir. Se eu voltasse
a nascer, e as velas do sonho me envolvessem
com o linho do seu vento.
We had fun. We had our moments. You made me feel a Woman. You were always such a dear friend. You were the first one I loved whole. You were the saddest piece of my life. You were the one I missed most. Your words hurt like knives. I will never forget you.
Nunca pensaste que falasse a sério quando disse "nunca mais".
Nunca achaste que fosse forte o suficiente, que valesses tanto ou tão pouco.
Nunca me conheceste. Nunca te ocorreu que das palavras se fizesse lei.
Nunca sonhaste que depois do "nunca mais", nunca mais um som, nunca mais uma aproximação, um acidental piscar de olho.
Nunca imaginaste que depois do "nunca mais" fosses tu a esticar um dedo na escuridão.
Nunca acreditaste que fossem os teus olhos espantados a travar e todo o meu gelo a dizer-te o que só nos silêncios se ouve.
Nunca viste o que era mais óbvio.
Nunca mais, ninguém. Nunca mais.
E já to disse, e já to repeti, e repetirei, e desejarei, porque não sei saciar a fome da minha pele pela tua.
Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto tanto de ti. Gosto de ti.