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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

origem

Sabes, P., quanto mais tempo passa maior é a certeza de que sempre gostaste (muito) mais de mim do que quiseste admitir. Não importa agora, depois de tudo, claro que não, agora sorrio-te por cima de todas as dores. Nem muda nada na inexistência hipotecada dum nós. As tuas incoerências agudizam-se, maiores que a tua vontade. Nunca me perdeste o rasto, nunca te fui indiferente, não adianta que negues. Continuas a preocupar-te comigo, e não só por sentimento de culpa, que o tens, e bem. E é bom sabê-lo. É bom saber que não estive sempre louca e que a realidade que queria ver, sem provas para além de mim e de ti, não era completamente fruto da idealização. E talvez devesse dizer-te que, apesar de todo o mal que nos trouxemos, toda a dor gelada que me causaste, ciente dela (só nunca da sua dimensão, isso não, nunca a poderias imaginar), todos os mares que chorei, não há, não pode haver, nem quero que haja, esponja que ilibe toda a verdade, que sempre está pendurada nos nossos olhos. Nunca deixei, nunca deixarei, de te gostar, profundamente (da pessoa que és, repeti tanto isto), de te respeitar, de te admirar, de todas as maneiras que sempre te disse e que não tornarás a encontrar. Esta sou eu. Eu, a mesma que nunca chegaste a conhecer inteiramente. A que andou perdida de si enquanto te procurou num reflexo qualquer. Continuo a querer-te muito bem, o melhor... Ao longe, sem farpas. Continuo a dizer-te sempre e nunca. Sabes?


 


 




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