Meu coração doido é pólvora, explode em festim desregrado à ignição certeira.
Meu coração despedaçado, espalhado em granulado pelo mundo,
não tem poiso quieto nem caminhos pavimentados em que deslizar.
Meu coração gelado, pingado a cada ebulição,
contido em caixas estanques para não evaporar.
Coração bravio, valente e solto, ousa desafiar regras que ninguém ditou.
Meu coração pachorrento, encostado a cada lugar,
derretido em poemas e canções de embalar.
Coração perdido, vagabundo e trôpego, embriagado de sal e de vinho a sangrar.
Coração vadio, disputa com o vento a leveza e não sabe aterrar.