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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

origem

#dia 1

Foi a olhar para o pinheiro do lado de fora de uma janela que não era a minha, numa cama que não era a minha que os conselhos desapareceram e ouvi só a voz da consciência, que há tanto me dizia o mesmo que as vozes em uníssono no coro regado a álcool. Decidi. Fixei prazos e metas. Suspirei. Tive vontade de me afundar num outro corpo sedento à procura do desejo que não encontrei em ti. Decidi escrever e não te escrevi uma palavra.

 

#dia 2

Silêncios que estranhas, que vou convertendo em palavras e frases que não são inéditas. Tento começar pelo fim, para não perder o rumo. Suspiro e arrumo coisas nas gavetas, na cabeça também. Reparo que tenho mais tempo livre quando não estás. Escrevo em chorrilho. Abro e fecho o mesmo documento mil vezes. Hesito. Tenho raiva. Odeio que perguntes por mim.

 

#dia 3

Reparo que é só a saudade que me desata as lágrimas. São ribeiros encharcados de saudade. Ultimo os escritos, apago farpas. Tenho saudades de te abraçar, de te falar, de me rir dos disparates e de te beliscar o ego. Mergulho em músicas que contrariam o meu estado de espírito para não fraquejar. Fraquejo, repenso tudo, equaciono tudo. Respiro fundo e avanço. Aceitas com a leveza que te admiro e ressinto. Pondero fazer uma lista de coisas que terei para te contar quando regressar. Aceito que serei sempre ridícula. Adormeço a chorar.

 

#dia 4

Ainda respiro, com alguma surpresa. Tenho amigos maravilhosos. O mundo segue lá fora e o dia será bom. Tenho orgulho de ter feito algo só por mim, movida a egoísmo. A música ainda ajuda e o chocolate não atrapalha.

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