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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

origem

Há pessoas que me fazem pasmar. De espanto, queixo caído, incrédula e sem reação. Porque são ridículas, porque são más, porque mentem, porque distorcem. Outras ocasiões, ou outras pessoas, me fazem pasmar pela coragem, pelo risco, a ousadia. Admiro-as secretamente. Tomara ter a confiança de dizer aquilo sem a voz tremer. Já pasmei com a generosidade, com a subtil percepção dum lamento quando se diz uma palavra, quando me abrem a alma perante os incrédulos olhos. E pela crueldade. Pelo incumprimento de promessas, de juras, pelos sonhos renegados.

Por estes dias, pasmo sobretudo comigo. Mais do que algumas vezes me disseram que sou uma caixinha de surpresas. "Q.b.", parafraseio. Quem acredita pouco no que tem por dizer limita ao mínimo as sílabas, di-lo tão "vagamente" quanto possível.

"O que queres de mim?" "Não sei. Algo entre o tudo e o nada." (Devia ter perguntado se os intervalos abertos ou fechados, ][ ou [].)

Adiante. 

Eu que tanto prezo a beleza do inesperado, a poesia da exclamação, encontrei em mim mesma surpresas de pasmar. As possibilidades são infinitas. Ir, até onde quiser, a galope ou a voar. Eu sou capaz de tudo, se acreditar. Querem ver?

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