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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

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Dói recordar.


Doem as pernas entrelaçadas, os cabelos afagados, os pés ousados.


Doem os beijos que ninguém viu, os sorrisos tão verdadeiros.


Dói o nariz no pescoço, a língua nas orelhas, cada curva arrepiada.


Dói a lágrima derretida que não soube esconder-se.


Doem os dedos entretidos, os pêlos espantados.


Doem as carícias lambidas, os lábios longos e mornos.


Chega a doer o cheiro das flores, o vapor do duche, o abraço nú.


Dói aquela sede, o suor e o prazer.


Dói a palavra que escapou a medo, o brinde enganado, a gargalhada abafada.


Dói andar à deriva, mas também atracar. Dói regressar.


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