A mentira continua a ser aquilo que mais me magoa e mais me lixa. Em todos os âmbitos.
Mesmo as little white lies. Nenhuma mentira é tão inofensiva assim.
Por exemplo, o chefe diz a 50% dos seus colaboradores que são os melhores e os maiores e sem comparação. Pretende motivá-los e escolhe fazê-lo pela positiva, mas excede-se. Em vez de apontar e reforçar os pontos positivos de cada um, diz-lhes, a todos estes 50%, "és o melhor de todos". (Como um tipo dizer às 3 namoradas "és o maior amor da minha vida".) E os colaboradores ficam contentes, todos inchados, de ego cheio. Até ao momento da verdade. Sim, que a verdade descobre-se sempre. E os colaboradores vêm-se preteridos, ou prejudicados, ou passados para trás. E percebem que havia mais meia dúzia na mesma situação, convencidos que seriam a primeira escolha do chefe, ou o braço direito, até os factos o desmentirem categoricamente. (Ou as namoradas apanham o tipo em flagrante a pedir outra em casamento.)
Este "balde de água fria" dói sempre muito mais que a verdade nua e crua. Porque mais do que acreditarem em algo irreal, os colaboradores (ou as namoradas) foram feitos de parvos durante um bom bocado. Não só não são os melhores nem os mais bem vistos pelo chefe, como ainda ficam com a certeza que o chefe os acha burros e totós ao ponto de acreditarem... (Ou, não só as namoradas foram todas encornadas como o tipo ainda acha que são tão parvas que nunca iriam descobrir.)
Acredite-se, a verdade é mesmo a melhor política.