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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

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Os beijos saem por instinto, a qualquer momento, aonde te chego: cotovelo, ombro, costas, queixo. Quase em névoa de sonho, puxada de repente do sono pela tua mão quente a afagar a perna fria que deixaste descoberta quando roubaste o lençol, o que nos cobre carinhos e ternuras, quase sai em jeito de suspiro um "meu amor". Ousadia proibida, essa de assumir que a mão cheia de nada que é o que existe podia ser uma mão cheia de tudo.
São intervalos por cima dos telhados, excepções que devolvem o sentido ao que é irracional. Brechas em estrondo na normalidade pálida que se cimentou.
A tentação de dinamitar tudo para evitar uma morte triste e murcha seduz. Uma enorme explosão é sempre mais poética do que um definhar lento e sofrido. Com fogo e luzes, isto que é nada até parece ser alguma coisa a ser sugada com avidez pelas chamas, até parece que havia pilares e coisas frágeis que se partem em grande estardalhaço. No lugar de cinzas vão ficar planos para os quais nunca houve tempo, mais umas páginas rasgadas do teu caderno e a culpa da revolução falhada uma vez mais.

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