Há dias em que acordo triste. Esgueiro-me aos pensamentos que sei que ardem, por entre rotinas e obrigações. E noutros dias, em que acordo ainda mais triste, falham-me as vontades, permito o alívio duma ou outra lágrima mais longa, por baixo dos óculos de sol, no meio de tanta gente, ninguém vê, nem ninguém se importaria se visse. É a tristeza assim concentrada, que liberto quando a pressão quer fazer rebentar o peito, que me vai permitindo alguma sanidade, mesmo um ocasional e pouco motivado sorriso. Ainda bem que aprendi a chorar.