Que dia! Fora este monitor um diário e deixaria a página em branco. Que a guardar, “só o que é bom de guardar”. No limite da tolerância ao choque ideológico (pet name para emprego), na incerteza do rumo que pretendo mas na certeza do que não pretendo, no cansaço das fugas, que todas as direcções estão esgotadas. Já consumi o pouco talento que tive outrora para fazer com que uma migalha de alegria enchesse a barriga (no sentido figurado) e o espírito (no sentido literal). Já não me chega a promessa, a esperança, sequer o sonho. Só a vontade me traz força, e a vontade não é de caminhar nesta direcção.
Não sei fazer planos. Não sei pensar estrategicamente, não sei esperar pelos momentos oportunos, não sei fazer bluff. Mas sei, tão bem, o que quero. Sei o que gosto de fazer e melhor ainda de quem gosto, sei o que me motiva e o que me contenta, sei onde guardo os talentos e onde devia esconder as falhas. Sei o que valorizo e que não valorizo o mesmo que os outros. Há uma diferença enorme entre estar perdida e não saber para onde vou.
As decisões foram tomadas. Agora, é ir.