Revisito os nomes. A sua música, o som ao dizê-los, a forma como escritas, as letras parecem inclinar-se para uma direcção, anunciando a rota dos homens que transportam os nomes. Os nomes ficam agarrados à identidade, como se a identidade deixasse de existir sem o seu epíteto, como se a identidade obedecesse às regras impostas na certidão de nascimento de cada um.
E depois há o significado dos nomes, as origens. A tradução que se pretende encontrar nos olhos que dão todo um significado ao nome.
E os nomes que ficam das pessoas, de tão fortemente nos marcarem a existência, de tal modo que aquele nome será, mesmo noutros, o murmúrio daquele que o encetou primeiramente.
Duas sílabas que passam encolhidas na boca esticada em assobio. Palavras esdrúxulas que pendem languidamente nos silêncios indizíveis.
Afinal os nomes são só palavras e as palavras podem dizer tudo e significar nada.