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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

origem

Procuro o sentimento que quero destilar, para o entender, acatá-lo com respeito ou lutar contra ele, conforme as curvas da razão me ditem ou permita a voz do outro, do malfadado coração. Abro gavetas, entorno frascos escondidos nas poeirentas prateleiras da memória. Encontro instantes há muito calados, novelos de teias enredadas em mim, mas não te acho a ti. Não sei dar-te nome, idiota sentimento que persiste, como uma sombra… Sempre presente, sem grande definição, sem contornos. Ainda que sob o Sol do meio-dia, sei-te aí à espreita, dona de mim. Não te odeio nem desejo libertar-me. Gosto de ti. E sabes que o grande busílis é esse. Apesar de não quereres, de ninguém querer (alegra-te saber que ninguém quer?), só eu, gosto de ti. E mais não consigo dizer. Não é inédita a Paixão, essa tonta que me agarra pela cintura e me leva pela mão até ao fim do mundo. Essa também por cá anda, paixão por ti, paixão por ele também (é verdade, dei por mim a palpitar de emoções por ele, disse-te?). Mas não anda só, a Paixão. Vem carregada e espessa, essa assombrosa sombra, de sentimento sem nome e que obriguei a calar, que talvez seja apenas uma estrondosa certeza de saber que és ideal para mim, como eu para ti, e que juntos fomos um só. Fomos, naquela outra existência que desapareceria, não fossem as evidências fotográficas a que nos escusamos. Não tenho como negar; quero-te bem. E mais do que a ti, quero-me bem a mim. E bem, fico eu quando te tenho enlaçado em mim. Eu, sou Eu quando me beijas e ris e cantas e o nosso olhar se encanta de estrelas e de Lua. Como já disse: Gosto de Ti.

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