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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

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Desculpa se quero saber de ti e isso te incomoda. Desculpa inquietar-me com os teus silêncios e zangar-me se desconversas. Desculpa se não me contento com migalhas. Desculpa se te quero dar beijos todos os dias. Desculpa às vezes querer deitar-me ou acordar contigo. Desculpa ver significados nas palavras, as que dizes e as que calas. Desculpa querer partilhar-me contigo. Desculpa celebrar as tuas vitórias com vaidade e orgulho. Desculpa fazer-te rir quando digo que te desejo. Desculpa não querer ser o teu penso rápido descartável. Desculpa dizer-te sempre a verdade e dizer-te verdades que doem e que mais ninguém te diz. Desculpa se embarquei nas tuas fantasias. Desculpa não fazer de ti o meu centro. Desculpa não te deixar desistir de ti. Desculpa corrigir-te quando estás errado. Desculpa não navegar orientada na indefinição. Desculpa que a minha existência te seja penosa. Desculpa que me recorde de tudo o que me disseste. Desculpa não conseguir aliviar-te da tua vida. Desculpa que a minha presença seja um peso nos teus ombros. Desculpa se te aponto as injustiças. Desculpa não fraquejar. Desculpa conseguir respirar sem ti. Desculpa já não ser o que era. Desculpa ter saudades tuas. Desculpa se me pareceu verdade que quisesses fugir comigo. Desculpa se preciso de razões e de porquês. Desculpa ter espinhos e não ser fácil. Desculpa ser pesada. Desculpa ser um fardo. Desculpa eu existir.

Ou então não desculpes.

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[Publicado originalmente a 13.07.2010.  E mantenho cada palavra.]

 

 

Hoje vou citar. E vou citar aos bochechos, que muito há para dizer. E quem vou citar? O Edson Athayde, no ionline. Ora vamos:

Fazer amigos, manter amigos, perder amigos. A vida, para mim, é isso. Tudo mais é complemento, é consequência, é redundância.

 

Não sou tão extremista. Há mais na vida para além dos amigos e, pese embora deva ser uma vida incomparavelmente triste e pobre, há quem não tenha amigo algum (acreditem, há) e tenha uma vida, lhe confira significado e talvez até tenha interesse. E há que separar o trigo do joio. Hesito em chamar amigo a pessoas que conheço, até com profundidade, se não as gosto. Outras há que, conhecendo em menor extensão, confio sem second thoughts, de natural que é. Daquelas coisas que não se explicam com muita lógica, mas que se sentem sem dúvida.

 

Fazer amigos: o mais difícil, com o passar do tempo. Quando miúdos, só são necessários uns interesses em comum. Entre os rapazes a coisa é ainda mais simples: basta ser adepto da mesma equipa, gostar do mesmo sabor de gelado, demonstrar alguma habilidade no Subbuteo, ter uma certa fixação pelos seios da professora Sónia. E assim começa uma longa amizade. Depois de cruzarmos o cabo da boa esperança dos 30 anos aparecem as complicações. Mais ninguém que nos aparece é assim tão confiável. Fazemos colegas de trabalho, companheiros de futebol, cúmplices de bares, mas amigos novos é coisa que vai rareando.

 

Na infância, os conceitos de lealdade e confiança são menos permeáveis às nuances das realidades que a vida adulta impõe. E talvez por isso mesmo, quer-me parecer que sempre coloquei as fasquias demasiado elevadas, e cada vez mais com o passar dos anos. No entanto, a vida te-me reservado boas surpresas (ao menos) neste campo. Não guardo amigos de infância. Alguns da adolescência, mas devo dizer que as pessoas excepcionais que fazem ou fizeram parte do meu círculo de Amigos, encontrei-as em grande parte em idade adulta. A comunicação vai muito para além do corriqueiro e toca sensibilidades que não estão expostas aos 15 anos. A frontalidade, o despretenciosismo de se dizer o que se pensa sem querer impressionar ninguém, ajuda imenso a conhecer as pessoas com quem se interage. E por vezes bastam meia dúzia de frases, uma empatia inicial que abre caminho a gargalhadas ou a reflexões. Falo por mim, que tomo consciência de que tenho feito novos amigos, de quem gosto genuinamente e a quem abro a alma sem reservas. As duas moças do curso de escrita, de quem sinto falta das cumplicidades. O pescador gótico com um sentido de humildade que me tocou. A ex-chefe a quem arregalava os olhos e não poupava críticas, de onde nasceram laços profundos. A velha colega de curso que de repente se revelou em palavras à distância. A amiga de amigos com quem estive em duas ocasiões apenas e me lê mais pensamentos do que os que partilho. O dentista que passei a tratar por tu por entre estórias de vida. A colega de trabalho com quem podia conversar dias a fio. É preciso não ter medo. Medo de ser quem somos, de assumir os nossos sonhos e as nossas falhas. Dar um pouco de nós aos outros não nos torna frágeis nem susceptíveis. Torna-nos mais ricos. Dar um sorriso que seja, não custa nada e pode alegrar o dia de alguém. Mais, pode convidar a entrar na nossa vida pessoas que, só por existirem, fazem da vida um sítio melhor.


Manter amigos: dependendo de com quem é pode ser uma missão simples. A amizade permite-nos um sem-número de erros, vacilos, pequenas maldades, desconsiderações. A amizade pressupõe uma quantidade hiperbólica de perdões. Claro, há sempre um limite. Mas não há amigos perfeitos, porque não há pessoas perfeitas. E o que seria da amizade sem a misericórdia, sem a compreensão? Aos amigos, tudo. Aos inimigos, o justo.

 

Não há amigos perfeitos, nem pessoas perfeitas. Dos grandes amigos espera-se demasiado, porque são aqueles que admiramos, que prezamos. As pequenas falhas magoam demais e podem tornar-se desilusões. As mesmas que causamos nos outros. Não há regra nem receita para o sucesso. Bom senso e compreensão costumam ajudar. Ver o lado do outro, walk a mile in their shoes. Perguntar "porque fizeste isto?" antes de julgar. E perceber que se a amizade não vale o suficiente para engolir o orgulho e perdoar, então não é amizade, é conveniência.

 

Perder amigos: costuma ser uma tristeza pior que a morte. Quando o que morre é a amizade e não o amigo, o fantasma do que antes era belo assombra e assusta. Quer pior coisa que um ex-amigo? O ressentimento é o cancro das emoções.

 

Não o diria melhor. Tristeza pior que a morte. Sei bem o que é perder um amigo, a pouca importância que têm as culpas e as razões perto do vazio que se instala no peito. Coloca-se tudo em causa: a importância que se teve para o outro, as palavras ditas, a confiança quebrada. Permanece, sobretudo, o sentimento de injustiça. Como pode alguém a quem quero tão bem descartar-me como se lhe fosse incómodo ou nefasto? A amizade valia tão pouco que foi trocada por isto?

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Fazer amigos, manter amigos, perder amigos. Repito, repito, repito. Penso e repenso nisso ao reparar nas mais de 6500 almas que me adicionaram como “friend” no Facebook. O que devo fazer para não decepcionar essas pessoas que não conheço? Como posso tornar sustentáveis milhares de relações virtuais sem (com isso e para isso) descuidar das pessoas de carne e osso que teimam em ter-me como amigo?
Há muitas respostas para essas perguntas. Mas não gosto de estabelecer regras nem professar ciências. Só queria alertar para que vale a pena pensar no assunto. Conheço gente que, desde que começou a facebookear, passou a tratar com descaso as pessoas reais das suas vidas. Eu mesmo apanho-me de vez em quando enciumado com amigos que postam nas suas páginas coisas que, teoricamente, só os mais íntimos deveriam saber. Se calhar é coisa minha (minha idade emocional não vai muito além dos cinco anos). Mas recomendo atenção. Amigos, amigos, Facebook a parte.
Ou como diria o meu Tio Olavo: “Amigo é alguém que, ao nos conhecer de verdade, não sai a correr.” 

 

Amigo é quem me conhece e, ainda assim, gosta de mim. Digo eu, que nunca privei com o Sr. Olavo. Não vejo porque separar os amigos "reais" do facebook. O facebook (e quem  diz facebook diz qualquer rede social) pode (e deve) conter apenas laços reais, cujo suporte se prolonga no mundo virtual. Longe das advertências do Edson, eu sou apologista incondicional das vantagens emocionais do facebook. Cuide-se da privacidade com bom senso (sempre) - e há ferramentas para isso, e as amizades não têm porque não sair fortalecidas. Claro que não é caso para trocar o convívio pessoal com o virtual. Mas, é inevitável, uma boa parte dos amigos e conhecidos não estão sempre por perto. Há uma boa porção de pessoas que as circunstâncias da vida afastam do dia-a-dia e que nas redes sociais não têm de estar afastadas. Convenhamos, quem vai telefonar ou enviar um e-mail àquele velho colega que está há dois anos emigrado e com quem não se manteve contacto regular só para dizer "olá" ou "ontem li uma notícia que me fez pensar em ti"? E porquê criar anticorpos à tecnologia, se esta, bem utilizada, não só não se substitui aos laços 'reais' como pode mesmo estreitar laços em que, de outra forma, não se investiria o suficiente?...

Queria escrever coisas sensatas, coisas credíveis e cheias da racionalidade que me vai faltando. Mil e um textos começados, mil e uma ideias à deriva. Ia escrever sobre o turismo, sobre o racismo e a caridadezinha. Não consigo escrever nada além de duas frases, nada me sai escorreito, o tema na minha cabeça é sempre o mesmo, em repetição perpétua. Sinto-me presa e isso vai ter de acabar. Se não há quem corte suavemente este limbo, dar-lhe-ei uma machadada, não quero saber se sangra ou não.

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Olhar para o calendário consegue deixar-me ainda mais boquiaberta. Foram precisos apenas 20 dias (menos, bem menos) para questionar quase tudo. Do avesso, repito, foi o que me aconteceu. Virada do avesso.
Talvez tenha sido precipitação, mas já sou crescida o suficiente para não ter medo de mergulhar. Não sei mergulhar, não sei suster a respiração e desconheço os segredos das sereias lá no fundo dos oceanos, mas sei que os travões da razão não podem nada contra o sonho. É apenas e só pelo sonho que vamos, que ninguém se iluda. Se pudesse fazer chegar conselhos a mim própria numa viagem ao passado, dizia-lhe isso, em jeito de confirmação do que já sabia há muito e teimo em contrariar. Aliás, pudesse eu e espetava com essa verdade na minha própria tromba diariamente, com força, para doer.

Se o sonho se materializa, ali à tua frente, sem plano e sem rede, num qualquer Largo do Regedor, atira-te de cabeça. Não o deixes escapar, porque talvez nada volte a ser feito dos mesmos sonhos que aqueles, no mesmo plano terreno, porque não há outro daqueles e em havendo, que importa, se é aquele o teu sonho, o único que queres viver, com que queres ir à luta e mudar o mundo. Se o sonho te quiser beijar, não fujas. Beija-o com toda a vontade que tens - tanta!, como nunca antes tiveste. Agarra-te ao pescoço dele e não largues. Roça-lhe os dentes pela barba, agarra-lhe as duas mãos e diz o que estás a calar, até hoje. Faz todas as promessas que não podes fazer, dá por completo o que tens tanto medo de dar, aceita o que é bonito e genuíno - e teu se o quiseres. Sem garantias de nada, só com a subtil magia da antecipação de ter o mundo todo, ou tudo o que interessa do mundo, naquelas duas mãos que te querem, que te procuram desde sempre. Se te chamarem quando segues para norte, fica. Deixa de armadilhar o caminho enquanto dormes e de inventar desvios. Se acaso tiveres o privilégio de sentir o sonho a teu lado, tão real, de mãos dadas e com os lábios colados aos teus, não penses. É quando pensas demais que falas demais e dizes o que não queres para ouvir o que queres. Tão independente, tão aventureira e destemida em tudo o resto na vida, e encolhes-te toda quando o amor te puxa. Pensas que não é verdade, que não mereces, e borras-te toda com medos mil. Tanto tempo passado a lamentar fugas alheias e rejeitas o sentido disto tudo só porque vem numa hora difícil, sob formatos inéditos, com dificuldades acrescidas. Sabes bem que isso não vale, quando o fim vale muito mais. As Revoluções não se fazem sem vítimas. Venham os cravos. O que vale é o Sonho. Pelo sonho é que vamos. Cola-te ao sonho como se lhe pertencesses mais do que o sonho pertence a ti, cobre-o de beijos em rajadas, navega nas barbas dele, manda-o ao chão indefeso, entrelaça os teus pés nos dele, adormece-o com festas nos caracóis.

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Na semana deserta entre o Natal e o Ano Novo, chovia o Chiado todo com aquele cheiro de ciclo prestes a recomeçar.


Debaixo do toldo que ainda cheirava ao doce dos crepes ao lado, dois espelhos de frente um para o outro devolvem-se o que são, uma fuga apressada e uma pausa em contemplação.


 


"Se não estivesses caidinha por mim, podíamos ter aqui uma bela amizade." desviou-se o espelho da moldura.


 


Falas em atrasos e também eu penso “e se?...”, também eu imagino o teu rosto encostado ao meu, a provar o teu perfume, o calor da tua pele. Cheios de névoas, os nossos caminhos cruzados por aí. O mistério tem sempre uma atracção quase fatal, uma tentação que chama as pontas dos dedos a aventurarem-se por baixo da camisa, descobrindo a textura dos poemas que não dizes alto.


 


 



 


 

Cada pessoa tem um número de mentiras bem definido para gastar na sua vida, e o mesmo se pode aplicar às metáforas que diabólica e sorrateiramente assaltam a demência criativa do escritor. As duas poderão ser simultâneas e compulsivas, logo não desprovidas de sinceridade. Como as pessoas más podem ser fracas ou fortes, mas pessoas boas são sempre fortes, de que modo estabelecerias uma ponte entre a metáfora, a mentira, a sinceridade e tu mesma?




A ponte do meu âmago para a mentira está por descobrir, que me causa inegável repulsa sob todas as formas. Concebo, sim, representar um papel distante de mim, que terei feito em ocasiões distantes e cuja infelicidade profunda que me causei mais reforçou a necessidade de verdade, quase como uma adicção. Desconfio que quem mente não é feliz. E eu sei que não sou feliz com mentira a poluir-me o sangue, ou a vista, for that matter.


Sendo que as verdades de cada um mudam consigo e com o ponto em que se encontra - é natural que assim seja porque a própria verdade da realidade que percepcionamos é lida de múltiplos ângulos e, assim, cria uma multiplicidade de verdades - e que raramente coincidem com as verdades alheias, a não ser em tratando-se de verdades factuais e verificáveis globalmente, a própria definição categórica que adiantes, de pessoas boas e pessoas más, é permeável, no mínimo. Não há pessoas sempre boas nem pessoas sempre más, há sim pessoas de essência pura e generosa e pessoas de essência egoísta e invejosa (substitui os adjectivos pelos que melhor sumarizarem a tua experiência pessoal).


Ou seja, a relatividade é uma constante até da verdade. A minha verdade pode não ser a tua e vice-versa, o que não significa que um de nós esteja a mentir. É desta percepção que nasce a tolerância e compreensão perante os outros. Não mentir é ser fiel à tua verdade. É em cada momento agires e comunicares exactamente o que pensas e sentes. Ainda que saibas bem que passada uma hora possas discordar de ti próprio. Aqui entra a capacidade de controlar a impulsividade (que tanto me falta e a outros sobeja). Falta-me porque não me rendo à verdade que exista daqui a uma hora, porque aqui e agora não tenho como escapar ao meu crivo interno de autenticidade, que me impele e me ferve, me mantém viva.


Deixei as metáforas para o fim, como uma criança gulosa, porque são as minhas preferidas. E são-no pela absoluta sinceridade que não se transmite de nenhuma outra forma. Muito mais que um simbolismo inerente e as vastas possibilidades de interpretações pessoais que oferecem, mais que a beleza com que os mestres as desferem, as metáforas são, elas próprias, verdade. Repara como alguém se  identifica com as características que encontra, por exemplo, numa ventania. Uma metáfora apresenta um carácter bem mais amplo, livre, capaz de evoluir e permanecer, que uma mera descrição, um nome, e só encontra caminho para instalar-se (mais que nascer) nas palavras dum escritor através da sinceridade. Doutra forma, não passa(ria) duma coxa tentativa de forjar figuras de estilo sem identidade, mal semeadas.


E, dizia o Kundera que o amor nasce de metáforas. Sei que sim. Sei duma paixão muda que nasceu de mãos que se tocavam sem se procurar, dum amor que pegou em duas noites estreladas e atou-lhes um nó sem tempo, sei de flores silvestres que brotaram das asas azuis de pássaros perdidos. E esta é a Verdade, esta sou eu.


 


 


 



 


 


 

Aqui há uns anos, havia alguém que me repetia amiúde “há que dar tempo ao tempo...”, “temos de ir com calma...”. Sempre me mexeram com os nervos, estas hesitações que de tantas reticências colocarem nem chegam a ser dúvida. Sempre a espera, por um momento melhor, pelas condições certas, pelos planetas alinhados. Em prol de quê? Comodismo, talvez. Eu protestava e esperneava, mas depois lá pensava que se calhar têm razão, que sei que eu é que sou a impulsiva, e tolerava. Ia tolerando. Ia controlando o anti-conformismo, aguentando, esperando, desesperando.

 

Nunca soube esperar. E se estou dependente de outros que tardam, arregaço as mangas e atiro-me à jornada. Se sabemos para onde queremos ir, não começar a caminhar é pura perda de tempo.

 

 

 

Soube pelos sorrisos. E sei, porque o conheço tão bem, que aqueles sorrisos são de ocasião, são honestos, mas não são aqueles que brilham com uma luz que vem de dentro da alma. Sei, porque já lhe vi muitos sorrisos. E cheguei a ver um ou outro que se escapuliram pelo meio das realidades, esses sim, sorrisos plenos de magia. Pode mais ninguém saber, mas sei eu. Aqueles sorrisos podiam ter sido outra coisa, uma coisa que não é, nem nunca passa a ser por força da vontade que seja.

E se em Madrid eram as papoilas rojas, em Berlim bananas azuis. Em Amsterdão o loirinho de sotaque british nos piropos.

 

Este post não tem nada a ver com futebol.

 

Mas pelo menos matei saudades do "meu" Porto.

Corri um risco, pelo isco.


Tinha nome de constelação. Era tudo o que parecia ser e parecia um tesouro raro, com qualidades que aprecio e me falam ao coração. Cheia de defesas (armadura de ferro e arame farpado) fui abrindo a porta e os sorrisos. Querendo acreditar, mas cheia de medo de novas nódoas negras emocionais, que as novas já não têm onde caber e as antigas não dão sinais de sarar. Ou procurando comprovar que não, que nunca mais, que ninguém. O receio falou mais alto. Bati todos os records de rapidez e consegui enxotar a constelação inteirinha enquanto o diabo esfrega um olho. E com uma grande pinta.


 


Podem passar um certificado de estupidez em nome de sótôra Ventania. Eu mereço!