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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

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Não falecemos nem fomos de férias, mas temos andado ainda mais baldas no que concerne à actualização do blog. Acho que o motivo principal é não termos nada de especial a relatar e a eterna desculpa de não ter tempo para nada também assenta aqui bem. Para terem uma ideia da pasmaceira da vida na margem certa, relato o meu dia até agora.


 


Acordei à hora do costume, apesar de hoje ser dia de folga (a malta reclama, mas a empresa ainda tem umas coisas porreiras). Arrastei o homem da cama (a empresa dele é menos porreira). Tomei o duche da praxe, vesti-me, coiso e tal. Arrumei quase toda a roupa passada. Fui à cozinha reclamar com ele porque deixou a loiça suja espalhada pela mesa e pela bancada e ameacei matá-lo ou acabar tudo com ele (já não sei bem porque são os argumentos que vou alternando conforme o tempo e/ou a disposição das facas do pão, sujas, em cima da superfície visível). Saímos os dois juntos, como de costume, mas hoje cada um para sua direcção. Fui (finalmente!) cortar o cabelo. Corte valente (os olhinhos da cabeleireira até brilharam quando lhe disse isso mesmo). Disse-me que sou parecida com a minha mãe, cliente habitual. Não é verdade, mas aceito. Deve ser por causa da cara de bolacha. Regressei a casa ainda não eram 8 horas. Tirei selfie para enviar ao babe (para o preparar e minimizar o choque, na verdade). Troquei a roupa pelo outfit de dona-de-casa-abençoada. Lavei uma montanha de loiça, arrumei duas montanhas de loiça lavada. Meti roupa na máquina para lavar. Acabei de levantar a mesa de jantar (porque para ele "levantar a mesa" é mover a loiça suja de uma mesa para outra e mesmo assim consegue ficar loiça por mover - é uma luta com anos, mas jamais irei facilitar ou ceder à visão falocêntrica do "ele até ajuda", comigo não funciona!). Abri a mesa da sala para caber tudo logo à noite, a toalha não é grande o suficiente, torna a fechar uma parte da mesa. Pus a toalha e o centro e umas taças com mimos. Lembrei-me das flutes, torna a lavar mais loiça. E mais umas taças e umas chávenas, é aproveitar a embalagem. Separei uns papéis para a reciclagem. Porra, o vaso da varanda tombou outra vez com o vento. Fiz a lista de tarefas com que vou brindar o babe quando ele chegar. Limpei o chão da casa toda, mesmo sabendo que logo vou ter de repetir a limpeza da cozinha e da sala.Tomei o pequeno-almoço e as drogas do costume. Passei a base nas unhas ("garra de leão"), que estão estranhamente fracas, e a merda da tiróide que não atina. Vim ler uns posts e deixar a quem por aqui passar um abraço sem promessas nem listas de objectivos para 2016, mas com boa vontade, gratidão e esperança genuína num mundo melhor amanhã do que é hoje. Vou decidir o que vou cozinhar e voltar ao serviço à cozinha. E logo vou brindar à saúde, à paz, à justiça e aos espumantes brutos. May the Force be with you!


 

As fashionistas e trend-setters hão-de ficar horrorizadas com as minhas escolhas (e nem precisam de ver as coxas da coxa!), mas eu sou uma miúda low-profile, simples e prática e, basicamente, com o mesmo estilo de roupa desde a minha fase neo-gótica-comuna-punk na adolescência.

 

E sou gaja. Logo, nunca tenho nada para vestir, por muito que o roupeiro não feche de cheio que está. E ainda sou pobretanas. Ou tenho mais onde gastar o ordenado que em trapos (viagens, estou a piscar-vos o olho!).

 

Ergo...

 

A Primark é uma perdição para mim*. Cumpre quase todos os requisitos para me agradar, só falta ter o espaço só para mim, loja online e uma loja física na margem certa (diz que será lá para meados de 2016) para ser perfeita.

 

Tem de tudo, de todas as gamas ao alcance da minha carteira (desde o tão-barato-quase-descartável até ao deves-ter-a-mania-que-és-a-gama-alta-da-Zara), tem acessórios giros, e calçado, e uns jeans que gosto de vestir. Eram baratos, 10€, e depois ainda baixaram de preço. E eu gosto tanto que compro o mesmo modelo em quase todas as cores, e... - o drama, o horror! - compro vários pares iguais e da mesma cor.

 


*sem publicidade paga ou "parcerias". Infelizmente. (Já mencionei que não tenho nada para vestir?)

 

 

Comprei umas sandálias. Não são de marca, foram baratuchas, não têm pingo de glamour - têm a minha cara! Rasinhas, de borracha, ideais para caminhar com conforto e manter os pés frescos no Verão. De certezinha que as vou levar de férias em Julho e se em Setembro ainda estiverem inteiras vão comigo para a Festa do Avante, olaré. Sou tão pouco fashion-coisa que as comprei no mesmo sítio onde comprei o pão e as cervejas. No supermercado, pá, não pensem que há por aí sapatarias com serviço de snack-bar. Não digo qual que, sem contrapartida financeira ou material, não há cá referências passíveis de confusão com publicidade.


#JeSuisBregaAndILoveIt


(Também há em cor-de-rosa e outras cores para os meninos.)


 


sandalochas.jpg