“Sadly, the signals that allow men and women to find the partners who most please them are scrambled by the sexual insecurity initiated by beauty thinking. A woman who is self-conscious can't relax to let her sensuality come into play. If she is hungry she will be tense. If she is "done up" she will be on the alert for her reflection in his eyes. If she is ashamed of her body, its movement will be stilled. If she does not feel entitled to claim attention, she will not demand that airspace to shine in. If his field of vision has been boxed in by "beauty"--a box continually shrinking--he simply will not see her, his real love, standing right before him.” ― Naomi Wolf, The Beauty Myth
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[Deitei-me ontem ansiosa, a pensar em como terei de digerir e lidar com mais uma distância que há-de surgir, em data por anunciar. Pensava em como a distância não trará substancial diferença, ponderava suposições e tentava adivinhar cenários, sempre com o peso da antecipação já doer como nunca devia ter doído. Como habitualmente, a antena mística que capta no ar o que ainda não é estava a adivinhar sem saber o que nem tu sabias ainda.]
Pilar diz, sobre Saramago, que era um homem arrasador, e que conhecê-lo foi uma maldição. Consigo compreender bem. É extraordinariamente difícil seguir com a vida depois de conhecer uma pessoa que nos abala a estrutura toda, que supera largamente tudo o que ousámos desejar, que acreditávamos não poder ser real, tangível, próximo, humano.
Quando alguém assim, arrasador como Shiva, nos surge na vida, palpável e concreto, todo o nosso futuro se torna numa mentira. Tudo o que vier depois é insuficiente, é ridículo e deprimente, se posto em perspectiva. A solução será fingir que não se vê, que não se sabe, que não se deseja com ardor respirar aquela existência a tempo inteiro, viver e morrer nos seus braços.
Se calhar o amor é muito isto, uma inesgotável admiração, o carinho e o instinto de proteger e de consumir aquela beleza até à última gota, que até poderá passar despercebida aos olhos do resto do mundo, mas é inesgotável para quem ama, para quem deseja, para quem constrói mundos assentes em toda a poesia por nascer de entre dois lábios e combate uma luta perpétua entre a vontade de o calar com beijos ou continuar a conversar sobre tudo o que existe. É esta batalha que vai sustendo a compostura e bastando para dobrar noites de ausências.
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Deve ser um preconceito tão parvo como o são, afinal, todos os preconceitos.
Sabem como os dentistas desdentados, nutricionistas gordos, pintores cegos, não passam assim graaande confiança ao cliente? Pois é.
A minha cabeleireira tem cabelo à tigela.
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Lavagem com massagem capilar, creme amaciador, corte e brushing, finalizado com laca xpto. Atendimento 5 estrelas.
Tudo por 5,50€, no centro de Lisboa.
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Sentados num transporte público, lado a lado. O homem vê-me a colocar uma máscara de pestanas transparente (na verdade é um tratamento para fortalecer e fazer crescer as pestanas). "Isso é cola?"
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Um paquete dourado com o sol da manhã rasga o rio como se o lambesse. Ninguém olha o rio e isso dói-me como me dói sempre que há desperdício, sobretudo de poesia, que sabemos que existe sob milhentas formas, até na forma de poemas - que perco cada vez mais. Dói-me a ignorância, dói-me a solidão, sobretudo a injustiça (libriana sou e não há como renegar). Sempre o tempo, o perdido, o que não volta nunca para trás, cada segundo precioso, se for o último não será desperdiçado. Olha o rio e o mundo a girar.