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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

origem

  • Chorei tanto;

  • Conheci pessoas de quem gostei;

  • Criei uma pasta no PC chamada “Gajas 2011”;

  • Deixei cair uma omelete no chão;

  • Esperei por um idiota que não chegou;

  • Fui fotografada com uma SuperBock em frente à tromba cara;

  • Fui fotografada nO vestido azul;

  • Consegui dizer aos meus pais coisas que nunca tinha dito;

  • Quebrei a dieta inúmeras vezes;

  • Constatei que perdi mais de 1Kg desde a semana passada;

  • Lanchei bolo-rei ainda morno;

  • Jantei abacaxi;

  • Desejei um abraço que não foi dado;

  • Bati (com força e vontade) em alguém;

  • Senti o coração parar;

  • Senti o coração bater como um tambor;

  • Bebi ginjinha com elas;

  • Constatei que nunca fui realmente amada por um homem;

  • Recebi sms dum ex-namorado;

  • Parti uma gilette;

  • Senti-me completamente enlouquecida;

  • Reflecti muito sobre o conceito de perdão;

  • Abanei fortemente alguns dos pilares por que sempre me defini;

  • Comprei mais anéis do que os dedos que tenho;

  • Adormeci no caminho para casa;

  • Bebi champanhe pela(s) garrafas(s);

  • Descobri mentiras terríveis;

  • Chorei a ouvir Lhasa;

  • Chorei a ouvir Tindersticks;

  • Chorei a ouvir Caetano;

  • Chorei a ouvir-me chorar;

  • Estive noiva;

  • Comprei tabaco e fumei-o com gosto;

  • Chovi;

  • Jantei com alguém que adoro;

  • Ainda não almocei;

  • Fui a um hospital;

  • Ri até me doer a barriga;

  • Desejei profundamente adormecer e não voltar a acordar;

  • Tomei ansiolíticos e anti-depressivos;

  • Rompi o noivado;

  • Encontrei conforto em pessoas que nunca vi;

  • Esbarrei no metro com a pessoa de quem mais senti saudades e que era a última que queria ver;

  • Sonhei com cajús;

  • Li Ruy Belo, citei Ruy Belo;

  • Detestei o poema das luvas;

  • Comecei a planear viagens com amigos de sempre;

  • Comecei a planear viagens com quase-desconhecidos (outra vez);

  • Revi amigos muito queridos;

  • Discuti com a chefia e sugeri que me despedisse;

  • Odiei a minha mãe;

  • Bebi demasiado, várias vezes;

  • Passei dias inteiros sem comer;

  • Estive 48h sem dormir;

  • Recebi notícias dum amigo que está longe e não bem;

  • Andei sempre de saltos ou de chinelos;

  • Sangrei;

  • Acabei com o blogue;

  • Decidi deixar de esperar;

  • Recebi presentes;

  • Ainda não bebi café;

  • Encontrei por acaso um querido amigo com quem não falava há anos e achei que ele mantém o sorriso e o espírito puro que tinha aos 14 anos;

  • Fui apanhar chuva na cara porque me apeteceu;

  • Beijei o maior amor da minha vida;

  • Andei a pedir prozac emprestado;

  • Constatei que de entre tantas ideias estúpidas a pior terá sido fazer limpezas com as calças de fato vestidas;

  • Pensei que estava a viver um pesadelo distante da realidade;

  • Perdi toda a esperança;

  • Descobri verdades que nunca ninguém me tinha contado;

  • Andei todo o dia com umas calças azuis que pensei que eram pretas;

  • Ainda não conheci o meu sobrinho-perú;

  • Esvaziei uma casa de todos os meus pertences;

  • Quis tanto acreditar nas cartas da Maya;

  • Gastei 8 pacotes de lenços de papel em 3 dias;

  • Fiz reclamações a 3 entidades prestadoras de serviços;

  • Apaguei cartas de suicídio;

  • Dei notícias de esperança a quem não espera nada de mim, e menti ao fazê-lo;

  • Descobri que pareço estar imune às propriedades terapêuticas do etanol;

  • Contei todos os meus problemas a alguém que conheço mal numa casa-de-banho;

  • Parece que se calhar não acabei bem com o blogue;


E ainda só estamos a dia 6. 2011 promete...

Daqui por uns meses estou eu a queixar-me que não sei porque é que me meto nestas andanças, e que não tenho neurónios que chegue para tudo, que estou mais morta que viva, etc. e tal. Eu sei. E mesmo sabendo, lá fui eu a cantarolar por mais uma aventura adentro. É que não há ninguém a competir pelo meu tempo e atenção, portanto, o melhor é mesmo dar amor e mimos e atenção a moi même, que bem preciso e mais mereço. A seguir a viagens e passeatas, the next best thing. Número 1001945. A treat for my soul.


 


 


Sei que digo coisas esquisitas quando ninguém está à espera. Quando o tom de voz se veste de veludo e navega ondulante ao sabor dos pensamentos. É distracção. Normalmente fico sem resposta para além de monossílabos surpresos. Já não sei endereçar as palavras, o único endereço que lhes dava desapareceu. Se calhar estou a perder a noção da realidade. Estarei a enlouquecer para lá dos limites a que o corpo já se tinha habituado. Tenho de me deixar de tiradas literárias em voz alta e deixar de fazer figuras tristes.


Original de Gnarls Barkley. Para lembrar que há mais gente crazy. We are not alone, babe.



I remember when, I remember, I remember when I lost my mind 

There was something so pleasant about that place 

Even your emotions had an echo 

And so much space 



And when you're out there 

Without care, 

Yeah, I was out of touch 

But it wasn't because I didn't know enough 

I just knew too much 



Does that make me crazy?

Does that make me crazy?

Does that make me crazy?

Probably



And I hope that you are having the time of your life 

But think twice, that's my only advice 




Come on now, who do you, who do you, who do you think you are, 

Ha ha ha bless your soul 

You really think you're in control 



Well, I think you're crazy 

I think you're crazy 

I think you're crazy 

Just like me 



My heroes had the heart to lose their lives out on the limb 

And all I remember is thinking, I want to be like them 

Ever since I was little, ever since I was little it looked like fun 

And it's no coincidence I've come 

And I can die when I'm done 



Maybe I'm crazy 

Maybe you're crazy 

Maybe we're crazy 

Probably

Se abriria a porta?


Abrir uma porta não significa apenas deixar alguém entrar. Significa que se está pronto para sair e explorar sítios novos, lá fora e cá dentro. Dentro de mim. A ti deixava-te entrar, como deixei sempre, tu entraste mal viste uma brecha, sem perguntar se podias. E eu não te expulsei. Achei até que entraste com tanta avidez que querias mesmo cá estar, e ficar. Entraste de rompante, impuseste a tua voz no meio dos meus sonhos e agarraste-me pela cintura. Deste-me a mão, levaste-me portas fora e portas dentro com rodopios, com esses sorrisos que me desfazem por dentro, com carinho e cumplicidade, possuíste-me, com força, com o que se parecia com mais do que paixão movida a desejo. E um dia saíste sem te despedires, deixaste a porta aberta e eu fiquei, parada, a ver-te longe, agarrada ao espanto do vazio e à solidão da dor. Chegaste a voltar, envergonhado e a medo, quase que a pedir desculpa por não teres resolvido as dúvidas que persistem como ferrugem num prego velho. E com mais amor que medo te voltei a abrir a porta. Agora, que não sei de ti, não sei o que pensar ou onde deixei o coração, decidi manter a porta aberta. Porque tenho todos os motivos para a trancar e vedar a pessoas como tu. Mas repara, está vedada aos outros. A minha porta convida-me a sair, mas eu não vou longe. Não quero ir sem ti. Se soubesse como encontrar-te ia até ao fim do mundo buscar-te, salvar-te. Quando quiseres ser salvo, a minha porta está aberta para ti. E só a fecho quando vieres com mais do que a paixão movida a desejo.


 


Ridículo é eu ficar com os joelhos a tremer quando te encontro na rua. Tremer toda, não sei bem se de contrariada porque querendo-te, quero afastar-te da vista (na improvável hipótese de que ajude a afastar-te do coração), ou de medo de ai ficar, quebrada em mil pedacinhos, num sopro fulminada pelo teu olhar calado.


 


Ridículo é ainda almejar o tudo de quem não quer nada de mim.

 Estou com problemas de expressão. Ora porque me faltam as palavras, ora porque sobram as tantas coisas que queria dizer-te. É que as palavras são pequenas, são poucas e indignas do que te quero dizer. Queria dizê-lo com olhares e sorrisos pendurados ao peito, queria que os lesses com avidez e te lambuzasses em cada sílaba. Nem todas doces, algumas mais amargas, como o tempero que nos traz de volta ao inverno, que te permite comparar as realidades que tens e os sonhos que podem ser teus, nossos.

A incerteza move-me, sabes que adoro aquela adrenalina da descoberta pela descoberta, a dúvida e as possibilidades exponenciais que me significam sonhos sem rédeas. Pesadelos e dores, também tenho encontrado. Mas não me queixo senão quando a escuridão não me permite ver mais além. E tu és a luz. Iluminas e arrepias, calor doce e pura ventania.

Queria dizer-te que sei. E que estou dentro de ti. Que quando te sentes a perder o fio condutor, sou eu. Que quando a lógica impera, também sou eu. E que quando sentes a minha falta, não sentes apenas a falta da companheira de aventuras. Queria que fosses tu a reconhecer a capacidade que tens de fazer alguém feliz. Queria que te entregasses ao sabor dessa maré que tens dentro, que pousasses esses remos obstinados. Os planos antigos que traçaste eram bonitos, eu sei. Aconteceu como não devia. Faz as pazes com o passado, com os erros e as razões. Começa de novo, planos novos, que nunca poderão ser iguais... mas serão planos onde cabes tu por inteiro, onde nenhuma dimensão tem de ser vergada. Onde possa caber todo um mundo além do teu.

Queria dizer-te que gostava que me desses flores. Que cometesses uma daquelas loucuras anunciadas, tão tuas. Que me convidasses para um passeio. Queria contar-te da vontade que tenho de te oferecer presentes de Natal todos os dias, de levar-te sumo de laranja à cama e de nunca mais ter saudades tuas.

Queria que pudesses apagar algumas palavras, que as quisesses retirar para sempre. Queria que pedisses desculpa.

Queria dizer-te para perderes esse medo. Queria ensinar-te a amar de novo, melhor. Queria mostrar-te o que me comove no nascer do sol e queria aprender todos os teus risos e olhares. Queria caminhar lado a lado contigo, de dedos entrançados nos teus.

Sei que te encontras nas minhas palavras, sei que a perturbação também chega a esse lado. Queria dizer-te para não resistires... Para arriscares. Para experimentares. Queria que, se no futuro houvesse lugar para arrependimentos, que os houvesse pelo momento em que valeu a pena e não pela ausência duma estória.

Queria dizer-te que há dias em que um beijo vale tudo. E que há beijos que me dão vontade de chorar.

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Lembrei-me de quando te ensinei a contar. Ou comecei a ensinar. Chegámos ao seis ou sete, não? Eram tentativas de alcançar o 658 mil e qualquer coisa, se bem me lembro.





Prometeste-me beijos, não cumpriste o suficiente. Um... Dois... ...





"Achas que se pedirmos muitas vezes o mesmo desejo às estrelas cadentes aumentam as probabilidades dele se realizar?"






 


Eu peço sempre o mesmo, desde que te conheci, pelo menos. Na noite em que comecei a ensinar-te a contar devo tê-lo pedido umas 7 vezes. Sete, my lucky number. Um por cada uma das estrelas cadentes, ao som do nada, ao som apenas das nossas vozes, das nossas respirações. Ao som do vento.


 


Nunca desejei tanto coisa nenhuma. Preferia este desejo realizado a meia dúzia de primeiros prémios no euromilhões, a poderes mágicos ou aptidões extra-sensoriais. Nunca desejei tanto. Nunca me senti tão rendida e presa a um sentimento que mais parece calamidade, condenação a prisão perpétua. Nunca fugi com tanta obstinação, querendo fugir na direcção oposta. Também nunca antes tinha amado assim, antes não havias tu e não vou repetir-me os porquês e os talvez.





Evito falar-te, ver-te e pensar-te. Ambos sabemos que não adianta um milímetro. Se consigo abafar a maior parte das recordações, continuo a não conseguir escapar às imagens dos abraços que me são devidos pelo destino ou pela justiça. Quase como premonições, vejo-te a procurares o meu calor para enterrar o sorriso frio, sinto os beijos que ficaram por dar, vejo a tua felicidade reflectida nos meus olhos. Tão reais, estes sonhos acordados, com os teus sons e cheiros, sem fantasmas nem medo.





Talvez esteja só a ficar demente. Mas ainda peço às estrelas o mesmo desejo, sempre o mesmo. Às estrelas, à lua, ao mar e ao vento, só ainda não pedi a deus nem aos santinhos, para não darem ainda mais azar. Perturba-me a realidade em que este desejo não tem lugar, mas ainda me perturba mais que não consiga deixar de pedi-lo e não peça antes alguma paz. Tu e eu, não fomos feitos para estar a flutuar numa paz sem sentido. Fomos feitos para conquistar (o mundo?), para voar, juntos.


 


Até quantos sabes contar?

Era um embrulho pequeno, sem caber no bolso dum casaco. Rectangular, papel e laço branco. Para comemorar. Ou lamentar. Porque sim, havia algo deveras importante, mas nunca saberás, não por mim nos próximos 20 anos, pelo menos. Mandei o embrulho fora, perfeitinho, sequer o amachuquei antes. Directo para o contentor. Como devia fazer contigo.


 



                                                                                                                          


How can I think I'm standing strong,


Yet feel the air beneath my feet?

How can happiness feel so wrong?

How can misery feel so sweet?

How can you let me watch you sleep,

Then break my dreams the way you do?

How can I have got in so deep?

Why did I fall in love with you?



[CHORUS:]

This is the closest thing to crazy I have ever been

Feeling twenty-two, acting seventeen,

This is the nearest thing to crazy I have ever known,

I was never crazy on my own...

And now I know that there's a link between the two,

Being close to craziness and being close to you.



How can you make me fall apart

Then break my fall with loving lies?

It's so easy to break a heart;

It's so easy to close your eyes.

How can you treat me like a child

Yet like a child I yearn for you?

How can anyone feel so wild?

How can anyone feel so blue?



[CHORUS]

This is the closest thing to crazy I have ever been

Feeling twenty-two, acting seventeen,

This is the nearest thing to crazy I have ever known,

I was never crazy on my own...

And now I know that there's a link between the two,

Being close to craziness and being close to you.