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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

origem

 

2017 foi um ano bom. Do caraças, mesmo. Insólito, como são sempre os melhores anos.

Apaixonei-me. Fiz Amigos para a vida toda, ou enquanto me queiram. Descobri coisas insuspeitas sobre mim própria, que me fizeram mudar uma série de paradigmas e desafiar-me a mim e ao que me rodeia. Tive uma série de problemas novos, é certo, mas o balanço final é que as coisas boas, que são quase sempre pessoas, multiplicam-se se deixarmos. Vi sororidade brotar de desertos improváveis, aprendi que o que eu quero pode e deve ser tão importante como o que os outros querem, arrisquei quase tudo e assumi o que queria e quero. Não perdi, mas também não ganhei e por isso não desisti. Descobri que há outros bichos raros como eu por aí (o que é um pouco assustador). Abri-me e pus a alma a nú perante desconhecidos. Cortei alguns laços que eram lassos. Perdi vergonhas. Por breves instantes, senti-me realmente especial e capaz de mudar o mundo. Fui à luta e a Luta continua.

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A M@r Ta passou este desafio. 7 é o meu algarismo favorito, ímpar, primo e simplesmente bonito. Eu acho.


 


7 coisas a fazer antes de morrer:



  • Milhentas viagens, não posso escolher só 7 (Oriente, querido Oriente... África, querida África... Rússia, querida Rússia... ...)

  • Alguns cursos (de línguas, de fotografia, de pintura, ...)

  • Tirar um gap year para riscar 90% dos itens da bucket list

  • Pára-pente

  • Pilotar um avião

  • Mergulhar

  • Andar de saltos altos (sem parecer uma aleijadinha)


7 coisas que mais digo:



  • "É complicado..."

  • "Eu tenho sempre razão!"

  • "Tenho a certeza!"

  • "Hás-de ter muito a ver com isso!"

  • "Fofiiii"

  • "Mas porque é que eu sofro tanto?"

  • "Graças a Alá!"


 


7 coisas que faço bem:



  • Desenrascar soluções para quase tudo

  • Sotaques

  • Ouvir

  • Cozinhar

  • Encontrar algo de positivo em tudo

  • Adapto-me rapidamente a quaisquer circunstâncias

  • Organizar (visual, funcional, cronologica e alfabeticamente, entre outros)


 


7 qualidades:



  • Transparência

  • Racionalidade

  • Generosidade

  • Diplomacia (tem dias)

  • Não dou, por norma, erros ortográficos

  • Persuasão

  • Rigor


 


7 defeitos:



  • Mau-feitio (decorre das seguintes)

  • Impulsividade

  • Transparência

  • Obstinação

  • Intransigência

  • Emotividade

  • Avareza


 


7 amores incondicionais:



  • Vida

  • Verdade

  • Viagens

  • Ciência

  • Arte

  • Bichos

  • Os "meus"


 


7 "coisas" preferidas:



  • Viajar: conhecer sítios e culturas, com e sem destino, perder-me, espantar-me

  • Tentar captar e eternizar a beleza da vida, mesmo nos sítios improváveis, em fotografia

  • Mimos, muitos mimos à criatura mais doce! (Dar e receber.)

  • Amigos, abraços e chá

  • Cheiros: canela, café, chocolate, baunilha, chuva, terra

  • Sorrisos

  • Escrever



 


7 desafiados:



  • os 7 anões e quem mais quiser :)

Nunca desisti de nada na vida. De nenhum sonho, de nenhum objectivo. Alguns concretizei, outros mudei, e outros ainda estão por atingir. Mas atirar a toalha, nunca. E parece que estou a ser coagida pelas maiores circunstâncias da vida (aquelas que não podemos contornar porque não está nas nossas mãos nada que as possa mover) a, conscientemente, contra tudo o que sou, desistir duma coisa que quero mais do que alguma vez quis. O que torna tudo mais difícil: uma estreia, um falhanço, e logo o maior possível. Não sou crente, pelo que não posso pedir ajuda a forças divinas. E era preciso qualquer coisa como um milagre para esta situação se inverter e eu não ter de desistir. Seria tão mais fácil a derrota, mas para ser derrotada teria de haver uma 'luta' que, no caso, não pode haver. Eu bem que fiquei no ringue, de luvas calçadas, mas a dar murros só no ar. O adversário baldou-se; fiquei sem saber se por pena de me deixar KO, ou por medo de "levar no focinho".


Sinto-me uma idiota perdida e presa dentro de mim, impotente e vã.


Como desisto de ser quem sou sem desistir de mim?


 


Daqui por uns meses estou eu a queixar-me que não sei porque é que me meto nestas andanças, e que não tenho neurónios que chegue para tudo, que estou mais morta que viva, etc. e tal. Eu sei. E mesmo sabendo, lá fui eu a cantarolar por mais uma aventura adentro. É que não há ninguém a competir pelo meu tempo e atenção, portanto, o melhor é mesmo dar amor e mimos e atenção a moi même, que bem preciso e mais mereço. A seguir a viagens e passeatas, the next best thing. Número 1001945. A treat for my soul.


 


 


Sei exactamente quem sou, do que sou capaz. Sei quando me vão tremer os joelhos e a voz, sei seguir em frente como se fosse a mulher mais segura do mundo. Imponho-me desafios por querer acreditar que vou superá-los e no fundo achar que as probabilidades são 50-50. Não há outra maneira de saber senão tentar.


É pelo sonho que vamos, é por ele que arriscamos e rejubilamos. Não tenho medo de falhar. Tenho medo de viver encolhida no medo de não tentar. Mesmo que as hipóteses sejam remotas, mesmo que haja sempre alguma coisa a perder, eu tento, tentarei sempre. Não conseguia viver comigo se não tentasse. O improvável acontece, todos os dias, e disso tenho provas irrefutáveis. :)


 


Como que a contrariar as impossibilidades que me impus, como que a forçar-me a pular sobre todas as barreiras. Nem sempre o que é real coincide com o que sonhamos nas melhores expectativas. Às vezes as circunstâncias da vida arrumam-nos num cenário aparentemente catastrófico. É agarrar nele e dar-lhe a volta. É lutar com o que se tem e tirar o melhor partido disso.


Eu detesto amarelo. E se de repente todas as outras cores se dissipassem num filtro soberano? Se só me restasse o amarelo, todos os dias? Ia desistir, fechar os olhos e sonhar com um arco-íris? Jamais. Tive uma conversa com o amarelo, olhos nos olhos. Como tive há anos com umas enguias (don’t ask). Não sou mulher de me esconder da vida, relativizo os riscos e as tragédias. É assim que tem de ser? Pois que seja! Mesmo com condições adversas, não me dou por vencida, pelo menos não antes de dar luta, até ao último esgar. Não tenho medo de nada, a não ser de não ser feliz ou não viver uma vida plena. Agarrei o amarelo pelas goelas. Cobri-me dele e senti-me linda e esvoaçante, senti-me eu.


O que seria de mim sem desafios? ;)