Exhibit A - sou capaz de fazer posts mais longos que O Arrumadinho, dizendo muito menos.
Exhibit B - toda a estaleca adquirida em milhentas aulas frente a 30 e mais alunos, gestão de equipas, apresentações em reuniões com big bosses, vale zero quando a insegurança ataca.
Exhibit C - Consegui a façanha de ter relações cortadas com TODOS os espécimes do género masculino que alguma vez me disseram que gostavam* de mim. (Não são muitos, mas são mais de 8...)
*no sentido romântico, que a família, amigos e co-workers falam todos comigo!
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I gave up on you a number of times. Each one, you stopped me. You made promises and begged me not to walk out the door. A few times, I was just so tired of the loneliness, of the emptyness, of the distance, that Ireally did walk out the door. And you came and get me later on. And again, the promises. I tried, so very hard, to believe you. I did for a while. Then I just kept waiting for a miracle. And the miracle never happened. I was so tired, so hopeless... I tried every way to make you stop me from giving up on you.
And then you gave up on me and opened the door.
Someday, when I'm strong enough, I'll write everything and call it a screenplay. A mad woman will play me and a shallow man will play you.
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Não há um diazinho que tenha passado, desde que me conheço por gente, que não tenha este desejo a roer-me a pele por dentro. E podia ir mais além e extrapolar, mas fico-me pelo sentido literal. É um bocado doentio, na verdade. Começa a acumular-se uma pressão cá dentro, uma moinha, uma vontade de pegar na mochila e na máquina fotográfica e sair sem destino e sem dar cavaco a ninguém. É quase uma claustrofobia, uma mágoa na alma, que pede o que lhe faz bem, não sei explicar muito melhor. A verdade é esta, se fico muito tempo sem viajar, passear, ir para fora cá dentro que seja, há qualquer coisa que me morde, a inquietação não dá tréguas. O que pode ser uma real chatice, porque nem sempre há condições: dinheiro, companhia, tempo (por esta ordem, que o tempo vai-se arranjando, nem que seja um fim-de-semana quando em vez para desenferrujar). Estou desesperadamente a necessitar duma injecção de passeata veias adentro. E depressa!
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Se abriria a porta?
Abrir uma porta não significa apenas deixar alguém entrar. Significa que se está pronto para sair e explorar sítios novos, lá fora e cá dentro. Dentro de mim. A ti deixava-te entrar, como deixei sempre, tu entraste mal viste uma brecha, sem perguntar se podias. E eu não te expulsei. Achei até que entraste com tanta avidez que querias mesmo cá estar, e ficar. Entraste de rompante, impuseste a tua voz no meio dos meus sonhos e agarraste-me pela cintura. Deste-me a mão, levaste-me portas fora e portas dentro com rodopios, com esses sorrisos que me desfazem por dentro, com carinho e cumplicidade, possuíste-me, com força, com o que se parecia com mais do que paixão movida a desejo. E um dia saíste sem te despedires, deixaste a porta aberta e eu fiquei, parada, a ver-te longe, agarrada ao espanto do vazio e à solidão da dor. Chegaste a voltar, envergonhado e a medo, quase que a pedir desculpa por não teres resolvido as dúvidas que persistem como ferrugem num prego velho. E com mais amor que medo te voltei a abrir a porta. Agora, que não sei de ti, não sei o que pensar ou onde deixei o coração, decidi manter a porta aberta. Porque tenho todos os motivos para a trancar e vedar a pessoas como tu. Mas repara, está vedada aos outros. A minha porta convida-me a sair, mas eu não vou longe. Não quero ir sem ti. Se soubesse como encontrar-te ia até ao fim do mundo buscar-te, salvar-te. Quando quiseres ser salvo, a minha porta está aberta para ti. E só a fecho quando vieres com mais do que a paixão movida a desejo.
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As palavras não valem nada, já sabemos, são ocas. Mesmo as ditas com vigor e verdade, tendem a trespassar-nos e a não deixar memória. A não ser que magoem muito. Essas tendem a ficar tatuadas na memória, são as mais difíceis de lavar, persistem, languidamente, puxando todas as outras para si mesmas, como um buraco negro.
As palavras não valem nada. Como nos permitimos dar-lhes tamanha importância, acreditar em quaisquer sílabas que alguém se lembra de juntar? As mentiras não são mais do que palavras, palavras na ausência e na distância de factos. Ainda que sejam, concedo, interpretações retorcidas duma verdade desfocada. E as mentiras são abomináveis. Abomináveis amontoados de palavras insignificantes, que não valem nada, mas que têm um inigualável poder corrosivo, destruidor mesmo. E como as palavras não valem nada, nada podemos contra essas mentiras maléficas que alguém plantou de soslaio, nas sombras, às escondidas. Na sombra lá germinam o seu putrefacto caminho e lá se vão apoderando de corações outrora puros.
E quando alguém que pensamos amar nos mente? Ousamos acreditar, porque quem julgamos amar roça a perfeição e vamos engolindo mais ou menos a seco. Vou confessar: alguém que amei mentiu-me, há muito tempo. E eu sabia, tentava não ver, e o amor foi criando rachas. Quando a pressão rebentou o amor desfez-se em cacos e desapareceu na maré. É que os amores construídos sobre mentiras são ocos e fraquinhos.
As mentiras são hediondas e as bocas que as proferem ou os dedos que as escrevem deviam um dia ser condenados ao silêncio, para que não mais magoassem. Deviam, mas não são, porque as palavras não são provas nem testemunhas, as palavras não valem nada. O que se diz hoje desdiz-se amanhã, os sonhos caem por terra, os planos fingem que nunca terão existido nem na imaginação. Afinal, é tão fácil mentir! Dizer que se ama, se odeia, se pretende ou se deseja. Dizer para sempre, dizer nunca mais. São só verbos, sinónimos e pronomes misturados com pouca mestria e olhos baixos.
Devia aprender a mentir um dia destes. Talvez me fosse menos tumultuoso conviver com as mentiras alheias. Isso e ficar de boca calada quando as verdades andam ao soco para se libertar. Um dia destes...
Acho que fiz outrora o elogio do verbo. Tão fundamental que ele é. Com verbos as mentiras são mais fáceis de articular. E as verdades também. Valem o mesmo. Nada.
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ou será wishlist?
A princesa republicana e ateia até gosta do Natal, dos embrulhos, das caras dos special ones quando abrem prendinhas, das comidinhas gulosas e hiper-calóricas... E portou-se tããão irritantemente bem este ano que foi do piorio, que até acha que merece um miminho extra. Pai Natal (ou caríssimos desconhecidos que visitam este humilde palácio), toca a abrir cordões à bolsa e a meter umas cunhas para fazer a vontade à Princesa Canela!
Só de olhar para os índices fico em pulgas, mais ou menos como uma criança numa loja de brinquedos. "Quero esta, e esta, e esta!!!" Mas ao mesmo tempo uns desabafos menos alucinados e mais adultos "porra, mas porque é que eu sou pobre?!" e ainda "porra, não vou ter companhia para esta". Porra, Pai Natal, um prémio no Euromilhões e o parvalhão do um Prince Charming, não se arranja? Queroooooo*!!! A pontos de fazer birra (princesinha mimada, acostumada a conseguir sempre tudo o que quer).
* Para quem não percebeu, não são só os livros que estão na wishlist, são as próprias 'biages' também.
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No mesmo dia recebe três piropos elogiosos e dois vêm de outras gajas e o terceiro dum gay.