Anda meio mundo doido com a última maravilha da alimentação "fitness", um iogurte com elevado nível de proteína e baixo em gorduras, o skyr.
Não é para ser do contra, juro, mas provei um, natural (claro), e penso que será o último. Não gostei nada!
Em primeiro lugar, o sabor é... mauzinho. Não se assemelha assim tanto a iogurte, nem a kefir, mas mais a quark, numa versão pobre e deslavada. Deixa na boca uma sensação algo adstringente, a língua encortiçada.
Não duvido que misturado com mais alguma coisa melhore substancialmente, mas para quem gosta realmente de um bom iogurte natural (que não tem nada a ver com algumas mistelas rijas e sensaboronas que habitam as prateleiras dos supermercados), o skyr nem sequer chega perto...
Para mim, o melhor iogurte continua a ser o grego natural, na versão inteira e não light ou ligeira (não é completamente paleo, está na zona cinzenta). Sim, sim, tem mais gordura, naturalmente, mas quem disse que toda a gordura "faz mal" e engorda, mentiu! Porquê? Resumindo e simplificando bastante, porque não é a gordura que provoca picos de insulina, mas sim os açúcares!
Da próxima vez que forem ao supermercado, façam um teste: comparem os rótulos do skyr, do iogurte grego natural inteiro e do ligeiro. Qual é o que tem menor teor de hidratos de carbono? Pois, surpresa! É o grego inteiro.
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Cá em casa, e acredito que na grande maioria das casas portuguesas, adoramos iogurte. Mas somos esquisitinhos. Eu não gosto de iogurtes de aromas, e de há bastante tempo para cá reduzi o consumo de açúcares ao mínimo. O homem (que é o maior esquisitinho do mundo!) não gosta de todos os sabores, nem consistências.
Por consumirmos quase diariamente, por preferirmos os iogurtes light e também por razões económicas, passámos a fazer iogurtes caseiros há uns tempos. Continuamos a comprar os nossos favoritos (iogurte grego ligeiro do Lidl e uns magros com pedaços de frutos variados da marca Linessa, também do Lidl* - os de pêra são os melhores), mas fazer em casa já faz parte da rotina, por ser tão simples.
Não foi imediato acertar no ponto desejado, primeiro porque instisti em usar leite magro (o único que comprávamos), depois porque nem todos os iogurtes de compra servem como cultura inicial (tem de haver bactérias vivas, e isso raramente está indicado nas embalagens) e, por último, porque faltava qualquer coisa para dar a consistência desejada (leite em pó). Agora que já tenho a fórmula certeira apurada, posso partilhar convosco.
Ingredientes:
1 litro de leite meio gordo
1 iogurte natural com Lactobacillus vivos
1 colher de sopa de leite em pó (eu uso Molico magro, mas qualquer um serve)
Há quem aqueça o leite primeiro, e é assim que devem fazer se não tiverem iogurteira (neste caso embrulha-se o recipiente numa manta polar, por exemplo, e deixa-se a fermentar num sítio quente e protegido de correntes de ar, como o forno desligado), mas cuidado para não aquecer além dos 40ºC. Eu simplesmente junto tudo, à temperatura ambiente, misturo bem e coloco nos frasquinhos da iogurteira, que deixo ligada entre 8 a 12 horas. O último iogurte serve para a próxima fornada e assim sucessivamente.
Pode acrescentar-se frutas e compotas (mas isto pode implicar uma menor durabilidade do iogurte, devido à possibilidade de contaminação com outros microorganismos) ou outros sabores a gosto (como café solúvel ou aroma de baunilha).
Já se quiserem fazer iogurtes líquidos em vez de sólidos, não se coloca o leite em pó e vai-se controlando a consistência até atingir o ponto desejado.
*juro que não sou accionista, nem me pagam um chavo para dizer isto, mas nos lacticínios o Lidl é mesmo imbatível.