Primeiro, as palavras. As que nunca ninguém antes havia dito. O respeito e a certeza que se foi instalando. A seguir a confirmação de que te esperava desde sempre. A Luz, a resposta passa pela luz que és, que acendeste em mim.
(Feliz Aniversário, Amor. )
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No outro dia perguntei-lhe quando é que ele teve a certeza. Porque sabia que ele sempre foi dono e senhor dessa certeza, porque ele nunca hesitou por um segundo, porque ele se atirou de cabeça (e ainda bem que o fez), porque da maneira como me deu aquele primeiro beijo, com tanta serenidade, como se fizéssemos parte um do outro há mil anos, porque as raízes de nós estão tão entrelaçadas sem que as tenhamos visto nascer. Como se sempre tivessem estado aqui, incógnitas, e de repente se tivessem tornado óbvias. A resposta dele veio confirmar o que eu já sabia. A certeza, de alguma forma, sempre esteve lá. E cá.
Que estória bonita a nossa, cheia de sinais, de magia. Um dia sou capaz de contá-la.
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Gostas de ver chegar comboios comigo dentro.
Gosto de esperar-te na estação.
De repente a noite acende-se quando os nossos olhares dão as mãos.
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Durante duas semanas não chorei. Fui largando camadas e camadas de pele, de mágoas, de tristezas. Fui abrindo lugar a novas emoções, a descobertas, a bocadinhos de mim que andavam esquecidos num qualquer labirinto escuro aonde não pertenço, que eu sou da Luz e da Vida, do Ar e da Música. Mas as lágrimas têm de ter lugar. Não podem ficar entaladas na garganta, a ressequir as emoções. Saem, como as palavras, cada vez mais. Sem pressa nem peso, saem quando é tempo, quando é verdade. Saem por tudo e por nada, que as emoções se transpiram em mim, por todos os poros. É por isso que a armadura de ferro é obrigatória.
Porque tornei a chorar por ele, a minha saudade, num abraço imaginado.
"Sorriso, diz-me aqui o dicionário, é o acto de sorrir. E sorrir é rir sem fazer ruído e executando contracção muscular da boca e dos olhos.
O sorriso, meus amigos, é muito mais do que estas pobres definições, e eu pasmo ao imaginar o autor do dicionário no acto de escrever o seu verbete, assim a frio, como se nunca tivesse sorrido na vida. Por aqui se vê até que ponto o que as pessoas fazem pode diferir do que dizem. Caio em completo devaneio e ponho-me a sonhar um dicionário que desse precisamente, exactamente, o sentido das palavras e transformasse em fio-de-prumo a rede em que, na prática de todos os dias, elas nos envolvem.
Não há dois sorrisos iguais. Temos o sorriso de troça, o sorriso superior e o seu contrário humilde, o de ternura, o de cepticismo, o amargo e o irónico, o sorriso de esperança, o de condescendência, o deslumbrado, o de embaraço, e (por que não?) o de quem morre. E há muitos mais. Mas nenhum deles é o Sorriso.
O Sorriso (este, com maiúsculas) vem sempre de longe. É a manifestação de uma sabedoria profunda, não tem nada que ver com as contracções musculares e não cabe numa definição de dicionário. Principia por um leve mover de rosto, às vezes hesitante, por um frémito interior que nasce nas mais secretas camadas do ser. Se move músculos é porque não tem outra maneira de exprimir-se. Mas não terá? Não conhecemos nós sorrisos que são rápidos clarões, como esse brilho súbito e inexplicável que soltam os peixes nas águas fundas? Quando a luz do sol passa sobre os campos ao sabor do vento e da nuvem, que foi que na terra se moveu? E contudo era um sorriso."
Anda, regressa àquele momento em que tinhas certeza das dúvidas que te provoco. Pede-me desculpa. Ilumina-te, -me, -nos. Desafia-me. Anda, lambe a minha alma até ao esqueleto dos segredos. Sente os picos da minha acidez a derreter por entre os teus dedos.
Deseja-me. Deseja-me até ao zumbido na tua cabeça se tornar insuportável, até o sangue te efervescer. Cede. Esquece as amarras que te prendem a um ideal morto e tão pouco ‘ideal’. Esvazia a cabeça das frases que ergues como arame farpado e que já não são de dentro de ti. Anda, vem arriscar um mergulho ao contrário. To the moon and back.
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Sacana, debochada, a rir-se para mim com aquele ar de quem goza o prato, de quem sabe que eu não devia estar aqui. Lê-me os pensamentos que eu ando a abafar, a espicaçar, a atiçar...
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Eu sei que dói... Não posso dizer que sei como sofres, não sei. Só sei como eu sofro. E dói. Não queria que tivesse acontecido assim, a minha mágoa réplica da tua, o meu vazio eco do teu. Torna tudo mais difícil. Não podemos reescrever o que já foi. Mas podemos encarar os dias que se seguem com sorrisos e confianças. Sabes que as forças não me faltam, descubro sempre um recanto onde as encontro luminosas. É uma luz que está cá dentro, que procura a tua, que a acha mesmo se a escondes. Aperta a minha mão, não te vou largar...
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Se há lição que tenho aprendido, das piores mas também das melhores maneiras, é esta, sumarizada numa única palavra: RELATIVIZAR.
Tudo na vida é relativo. O pessimismo crónico da maior parte das pessoas deve-se a uma vitimização-barra-necessidade-de-atenção. Porque razão há-de alguém desejar (ou mesmo necessitar) duma atenção vestida de dó? Ter pena?... Penas têm as aves, magnífico acaso da evolução. E falando em selecção natural, nem a propósito, não lembra a ninguém vingar na vida por ser mais coitadinho… Que cómoda desculpa para não ser nem querer ser mais. Não tens emprego, mas tens 2 braços! Não tens braços, mas tens uma família que te ama! Não tens família, mas tens emprego e um tecto! Não tens o que dar aos teus filhos para comer, mas podes ver o sorriso deles e abraçá-los.
Posso estar a ser cínica e fria (a meteorologia e a vida a isso convidam), mas escuta o que eu digo: relativizar! Quando pensas que estás na maior merda de todos os tempos, olha, mas olha bem em teu redor, com olhos de Ver. Podia sempre, sempre, ser pior. Pensas que tens problemas? Quantas almas não desfilam aí mesmo, sob o teu auto-comiserado nariz, com problemas bem mais graves? Agarra-te ao que tens de bom e multiplica-o por melhor, com gana, com força, com garra. Ninguém disse que ia ser um mar de rosas…