(DAVID) When I met you I could see your light It felt so right, you were the one for me I’d never been so in love before So I locked that door and threw away the key But soon enough came the darkest times And all those signs stacked this long list You and I, we can never be one We tried to run but you’re so hard to resist Resist We split ways ‘cus we thought it was right But now none of us can sleep at night Oh no I fell hard for you More than I ever knew (so vicious, so truly repetitious) You won’t get rid of me Well I can’t get rid of you One of us should know Do we stay, do we go? (ambitious and highly superstitious) You’re hard to resist now Why do I keep resisting you?
(ALICE) When I met you I could see your light It felt so right, you were the one for me It was nothing like I’d seen before It was hard to ignore but nothing comes for free Soon enough we were out of control Two angry souls except when we kissed Now I guess I just keep hurting myself I’m out of the shelf but, man, you’re hard to resist Resist We split ways ‘cus we thought it was right But now none of us can sleep at night Oh no I fell hard for you More than I ever knew And it’s getting so vicious So truly, so truly repetitious One of us should know Do we stay, do we go? And still we insist, You’re hard to resist now Why do I keep resisting you?
(DAVID) Oh no I fell hard for you More than I ever knew (so vicious, so truly repetitious) You won’t get rid of me Well I can’t get rid of you (ALICE) One of us should know Do we stay, do we go? And still we insist You’re hard to resist now Why do I keep resisting you? So vicious.
Mais para ler
Deixa-me ir Embora do teu centro Onde eu souber existir
Deixa-me ir Onde eu não sei andar a sós Poder viver Da minha voz Se incendeia é bem melhor Que ter ideia do que é amar Relatado a negro
No meu passeio eu vi Gente a andar a pé Os que vão primeiro ser No que ainda não é Não sei pintar Amor sem ser da Cor que enche tudo
Deixa-me ir Embora do teu centro Onde eu puder existir Ser mais do que eu sinto
Deixa-me ir Se eu não sei andar a sós Vou querer dizer Com a minha voz Se incendeia é hem melhor Que ter a ideia do que é amar Relatado a negro No meu passeio eu vi Gente a andar a pé Os que vão primeiro ser No que ainda não é Não sei pintar amor Só sei que cor Que enche tudo
Mais para ler
A heart that's full up like a landfill A job that slowly kills you Bruises that won't heal You look so tired, unhappy Bring down the government They don't, they don't speak for us I'll take a quiet life A handshake of carbon monoxide
With no alarms and no surprises No alarms and no surprises No alarms and no surprises Silent, silent
This is my final fit My final bellyache
With no alarms and no surprises No alarms and no surprises No alarms and no surprises, please
Such a pretty house And such a pretty garden
No alarms and no surprises No alarms and no surprises No alarms and no surprises, please
Mais para ler
Assombroso.
Com uma vénia e um abraço aos homens que não têm vergonha ou medo de chorar.
empresta-me os teus
olhos uma vez que os meus não são de gente, apenas rapaz. é só o tempo de me aperceber da visão que se turva para ser de mulher.
empresta-me uma chávena de sal e mostra-me a receita do caldo lacrimal. é só o tempo de te convencer que nem precipitado consigo chover.
não é um adágio que nos persegue, que um homem só não chora porque não consegue.
empresta-me esse efeminado luto; ser masculino é ter-se o lenço enxuto. é só o tempo de me maquilhar de pranto transparente (a cor de mulher).
não nasci pedra, nasci rapaz que um homem só não chora por não ser capaz.
os homens fazem fogo, com dois paus eles fazem fogo. por troca ensino-te a queimar.
tu és corrente e eu finjo mar que um homem, para que chore, não pode chorar.
Mais para ler
No teu poema Existe um verso em branco e sem medida Um corpo que respira, um céu aberto Janela debruçada para a vida. No teu poema Existe a dor calada lá no fundo O passo da coragem em casa escura E aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite O riso e a voz refeita à luz do dia A festa da senhora da agonia E o cansaço do corpo que adormece em cama fria. Existe um rio A sina de quem nasce fraco ou forte O risco, a raiva, a luta de quem cai ou que resiste Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema Existe o grito e o eco da metralha A dor que sei de cor mas não recito E os sonos inquietos de quem falha. No teu poema Existe um cantochão alentejano A rua e o pregão de uma varina E um barco assoprado a todo o pano.
Existe a noite O canto em vozes juntas, vozes certas Canção de uma só letra e um só destino a embarcar O cais da nova nau das descobertas. Existe um rio A sina de quem nasce fraco, ou forte O risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema Existe a esperança acesa atrás do muro Existe tudo mais que ainda me escapa E um verso em branco à espera... do futuro.
Mais para ler
O meu amigo João Morais está prestes a lançar o seu segundo álbum de originais e, a julgar pelas pérolas do primeiro, será imperdível.
Ainda não escutei uma canção do João de que não gostasse muito. O ritmo de Bossa Nova e samba em português lusitano, a harmonia melódica e irrepreensível, com uns laivos de jazz, os poemas extraordinários e os instrumentais requintadamente deliciosos.
Ouçam, deixem-se viajar pela sonoridade doce e inquietante e sigam de perto a carreira do João, que tem tudo para explodir! Se gostarem tanto quanto eu, divulguem, que a boa música deve ser partilhada.
Já não caibo numa casa Onde o espaço é todo meu Não são obras que me salvam Eu só sei crescer
Durmo de janela aberta Tenho os braços no estendal Eu podia acenar-vos Mas só sei crescer
Leio o topo da estante Tudo livros de engordar E eu preciso abreviar-me
Mas só sei crescer
Qualquer palmo que me meça É de mão sem cicatriz O que eu sou é largo de ossos Pois só sei crescer
Eu só me caibo cá dentro Mas bato no peito Por estar com meu ar rarefeito Eu inicio o discurso Citando o sujeito Primeira pessoa é preceito
Eu nem cá dentro me caibo Pois bate a cabeça no teto E cai na travessa Eu já calei o discurso Que a língua tropeça Mas o gigantismo amordaça
Eu já invento virtude No pico não peco Lá em baixo ficava marreco Estou tão em-mim-mesmado É tiro ao boneco Gigante barrado no beco
Eu já não sei inventar-me É só mais do mesmo Fermento em massa de autismo Eu nem de mim já me pasmo Há mar e marasmo Há ir e voltar aforismo
Mas eu só sei crescer
Mais para ler
Quando nos dias maus, de abandono, de incertezas, de quebras, te surge uma nau de tinto alentejano por esse rio acima, com a promessa de céus estrelados e abraços doces, enxugas a lágrima teimosa e bebes um golo. Brindas às incertezas que podem ser surpresas muito boas e segues em frente, com mais uns epítetos na bagagem do quase nada que és.
Por este rio acima Deixando para trás A côncava funda Da casa do fumo Cheguei perto do sonho Flutuando nas águas Dos rios dos céus Escorre o gengibre e o mel Sedas porcelanas Pimenta e canela Recebendo ofertas De músicas suaves Em nossas orelhas leve como o ar A terra a navegar Meu bem como eu vou Por este rio acima
Por este rio acima Os barcos vão pintados De muitas pinturas Descrevem varandas E os cabelos de Inês Desenham memórias Ao longo da água Bosques enfeitiçados Soutos laranjeiras Campinas de trigo Amores repartidos Afagam as dores Quando são sentidos Monstros adormecidos Na esfera do fogo Como nasce a paz Por este rio acima
Meu sonho Quanto eu te quero Eu nem sei Eu nem sei Fica um bocadinho mais Que eu também Que eu também Meu bem
Por este rio acima Isto que é de uns Também é de outros Não é mais nem menos Nascidos foram todos Do suor da fêmea Do calor do macho Aquilo que uns tratam Não hão-de tratar Outros de outra coisa Pois o que vende o fresco Não vende o salgado Nem também o seco Na terra em harmonia Perfeita e suave Das margens do rio Por este rio acima
Meu sonho Quanto eu te quero Eu nem sei Eu nem sei Fica um bocadinho mais Que eu também Que eu também Meu bem
Por este rio acima Deixando para trás A côncava funda Da casa do fumo Cheguei perto do sonho Flutuando nas águas Dos rios dos céus Escorre o gengibre e o mel Sedas porcelanas Pimenta e canela Recebendo ofertas De músicas suaves Em nossas orelhas Leve como o ar A terra a navegar Meu bem como eu vou Por este rio acima
Mais para ler
Isto.
Eu não sei quantas vezes te vais matar até eu cair Eu não sei quantas vezes vais fugir para não voltar Eu não sei qual das fugas iguais será excepção E talvez um dia seja eu a largar a mão
Eu quero ver quantas vezes me vais ferir até ganhar Quero saber se o que vem te dá razões para confiar e entender que eu te sei sarar, te sei fazer feliz
Hoje vou-te querer roubar outra vez Hoje vou-te querer provar outra vez Vem viajar e ficando para depois... os dois...
E ninguém te vai prometer que é para sempre a paixão E ninguém te vai jurar que é o fim da solidão Mas eu não te sei apagar sem que possas entender: o que o acaso nos mostrou a razão fez esquecer...
Porque eu sei que existir ao pé de ti é bem melhor Eu sei que depois da tempestade vem azul Eu já sei de cor o espaço do teu corpo para mim
Hoje vou-te querer roubar outra vez Hoje vou-te querer provar outra vez Vem viajar e ficando para depois... os dois...
Eu não sei quantas vezes te vais matar até cair Mas se é tão fácil escurecer e tão simples eu fugir...
Hoje vou-te querer roubar outra vez Hoje vou-te querer provar outra vez Vem viajar e ficando para depois, os dois.
Mais para ler
Feliz aniversário, doce S.
Quero ser só, Quero ter só algo mais, Que eu nada sou sem companhia. Diz-me quem eu sou como se o não fosse. A rua quebra-me a força negativa.
Sorrir, Não é pêra doce! Diz-me quem eu sou como se o não fosse. Matei o monstro da monagamia, e a minha vida parou na letra S. A minha mão não quer, Que eu mate agora, Eu mesmo nunca sei. Eu posso dar, Posso dar mundo, Tal fosse um copo grande embora sem o fundo. Eu não entendo mas amo quem tu és, E que assim sendo padeço a teus pés. Matei o monstro da monagamia, e a minha vida parou na letra S.
Mais para ler
Ever since I saw you I want to hold you Like you were the one
It sees right through me A bullet it comes and takes me And I love you I love you I want you but I fear you
Who are u ? Who are u?
Ever since I saw you I want to hold you Like you were the one
You feet rest on my shoes I sing this song for you Just to see you smile
And I love you I love you I love you but I fear you
Who are u? Who are u?
For how long How strong do I Still have to be?
How come you mean so much to me?
For how long How strong do I Still have to be? How come you mean so much to me?
And I love you I love you I want you but I fear you
Who are u? Who are you?
For how long How strong do I Still have to be? How come you mean so much to me?
For how long How strong do I Still have to be?
Mais para ler
[Alma de tripeira nascida na margem certa confessa-se.]
[Hook: Capicua] Dou-te com a mão pesada Quando é carinho ou quando é castigo Olho de cara lavada Quando te digo que sou perigo
Eu só tenho uma palavra Dita na cara, clara como água Eu agarro, não abraço Dás o dedo eu quero o braço
[Verse 1: Capicua] Rosa-dos-ventos no cabelo, estrela polar ao peito Porte, mulher do norte, forte, ar de respeito Jeito de quem traça a eito, comanda a valsa Feito de ter graça, raça é o conceito Manda na praça e não disfarça que é rainha altiva Menina matriarca, marca de cidade, diva Busto de granito esculpido no fio da navalha Curto é o pavio em rastilho fagulha brava
[Verse 2: M7] Quem é que encanta com o sorriso de catraia Tem mão na anca se precisa roda a saia Lá é levada da breca, se não te curte é directa Não consegue pôr cara de quem recebe uma caneca Se o homem não se comporta troca o canhão da porta E depois sai louca para beijar na boca a carioca Porque tem pêlo na venta, Kahlo como a Frida Na vida não se lamenta aguenta de cabeça erguida
[Hook: Capicua] Dou-te com a mão pesada Quando é carinho ou quando é castigo Olho de cara lavada Quando te digo que sou perigo
Eu só tenho uma palavra Dita na tua cara, clara como água Eu agarro, não abraço Dás o dedo eu quero o braço
[Outro: Capicua] A prosa que enfeitiça, maga manha que conquista Dengosa sem preguiça atiça a cobiça à vista Tem alma cigana, cigarra atarefada Sem calma, comanda a cidade à desgarrada
[Hook: Capicua] Dou-te com a mão pesada Quando é carinho ou quando é castigo Olho de cara lavada Quando te digo que sou perigo
Eu só tenho uma palavra Dita na cara, clara como água Eu agarro, não abraço Dás o dedo eu quero o braço
[Verse 3: M7] Guerreira, arregaço as mangas e chego onde quero Veio mudar por estas bandas o conceito de mulher Antes só a fumar charros na banheira Que ficar a ganhar pó com dó de si na prateleira Tripeira com muito orgulho Tripa por qualquer bagulho Evita dizer "tem calma!" se não assumes barulho Quando ama é por inteiro, ergue à volta uma muralha Mas pensa nela primeiro, não se fica por migalha
[Verse 4: Capicua] Para onde aponta a bússola "É o azimute" Para quando a afronta é explícita "É atitude" Não iludo, trago música translúcida no clube O zumbido ao teu ouvido é o efeito da altitude Grito, sou guerreira, desnorteio, sou nortenha Impero porque carrego o meu sonho, convicta Tripo, sou tripeira de ferro sou ferrenha e não nego Que mantenho o meu trono, invicta
[Hook: Capicua] Dou-te com a mão pesada Quando é carinho ou quando é castigo Olho de cara lavada Quando te digo que sou perigo
Eu só tenho uma palavra Dita na cara, clara como água Eu agarro, não abraço Dás o dedo eu quero o braço
(Dás o dedo, quero o braço...)
Mais para ler
Your heart is broken And you don't seem to mind I guess it happened A little too many times, too many times
You tried and you got tired Those long half-written stories You held a fire Right under the snow
They don’t, they don’t How could they really know?, they don’t They don’t know how it really feels They’re just here on holidays Like dummies filling landscapes How could they see you cry Do you remember me? I was the one that held you through I held the spotlight when you did that crazy dance I danced with you, I felt like superstars do Me and you We're just like superstars
I was around you You couldn't really tell I held you close while While you drove you just drove into hell, you know
A kind of hurt that binds A light that loves you blind And while your feet go They go deeper in the sand You wait and drown You're waving to the crowd that sits But they don’t know how it really feels They're just here on holidays Like dummies filling landscapes How could they see you cry Do you remember me? I was the one that held you through I held the spotlight when you did that crazy dance with me
Yeah you did that crazy dance You did that crazy dance for me
Did that crazy dance, did that crazy dance...
'Cause they don't know how it really feels They’re just here on holidays Like dummies filling landscapes How could they see us cry? Now do you remember me? I was the one that held you through I held the spotlight when you did that crazy dance for me As I danced with you, I felt like superstars do Me and you We're just like superstars
Danced with you, just like superstars do Me and you We're just like superstars
Mais para ler
Abre os olhos são seis da tarde De um dia que já passou Acordei dentro de um corpo dormente Tão igual ao que se deitou
Hoje eu não sou Transparente tão ausente Já esqueci tudo o que lembrei Hoje eu não sou Quase nada alma apagada E tenho tanto que ainda não dei
Saio de casa passo apressado Mas não sei bem para onde vou Sigo a calçada, mas está desfocada Tanta gente que aqui já passou
Hoje eu não sou Quase morto controlo remoto Sou boneco à tua mercê Hoje eu não sou De joelhos bola de espelhos Dá-me luz mas nunca me vê
Hoje eu não sou Hoje eu não estou Sou um fantasma de um desejo Sou só uma boca sem teu beijo Hoje eu não sou Hoje eu não estou Sou uma chaga sempre aberta E o teu abraço só aperta onde eu não sou
Ponho dois pratos na mesa um retrato Em que sorris para quem o tirou Faço as perguntas dou as respostas Tu já foste eu ainda aqui estou
Hoje eu não sou Já deitado farol apagado Quarto escuro não sei de quem Hoje eu não sou Uma prece só reconhece A tua voz e a de mais ninguém
Hoje eu não sou Hoje eu não estou Sou um fantasma de um desejo Sou só uma boca sem teu beijo Hoje eu não sou Hoje eu não estou Sou uma chaga sempre aberta E o teu abraço só aperta onde eu não sou
O teu abraço só aperta onde eu não estou
Onde estás No escuro eu não te vejo Tudo me faz Lembrar de ti mas não te tenho
Mais para ler
O silêncio, deixa-me ileso E que importância tem? Se assim, tu vês em mim Alguém melhor que alguém Sei que minto, pois o que sinto Não é diferente de ti Não cedo, este segredo É frágil e é meu
Eu não sei... Tanto, sobre tanta coisa Que às vezes tenho medo De dizer aquelas coisas Que fazem chorar
Quem te disse coisas tristes Não era igual a mim Sim, eu sei, que choro Mas eu posso, querer diferente pra ti
Eu não sei... Tanto, sobre tanta coisa Que às vezes tenho medo De dizer aquelas coisas Que fazem chorar E não me perguntes nada Eu não sei dizer...
Mais para ler
You're never with me you're never near me What time is it? What time? Whose time is this? Give yourself a chance to breathe I'll give you the room you need
You're never here You're never near here What day is this? What day?
Whose day is this? Put me in your supermarket list I'm here, I'm real, it's true, I do exist
Today you may feel a little sleepy Maybe the morning is too soon I guess I'll have to borrow One of your sunny afternoons But afternoons they never come There's nothing left for me to borrow
I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow
You're wasting me You're breaking, you're wasting me Can this be love? Is this? Whose love is this? What is wrong with you? I don't know No place in you for me And me, I need you so
And if you want to be by yourself No one disturbing, that's alright I guess I'll have to borrow A little of yourself tonight But tonight it never comes There's nothing left for me to borrow
I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow I guess I'll try again tomorrow
It may seem a little hollow But I'll try again tomorrow
There's nothing left for me to borrow I guess I'll try again tomorrow
Mais para ler
Eu não quero ser Eu não quero pedir Mas estou a perder E não sei que fazer mais
O que eu era desapareceu E quando falo parece, parece Que não sou mais eu
Tento encontrar-me, desenrascar-me Já faço a cama Ando ocupada a tentar fugir de ti Mas mais longe é mais perto Mais difícil fazer o correcto, o que está certo
Por isso
Cedo o meu lugar a quem te mereça Que decore os teus planos e que não se esqueça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que te dê tudo e que nem pareça
Cedo o meu lugar a quem te mereça Que fique do teu lado e que não esmoreça Cedo o meu lugar… Mas a seguir peço para voltar
Para mim nunca foi um jogo Foi apenas um retrato Onde ficávamos bem os dois Onde as dúvidas são para depois Gosto mesmo de ti Mas tu nunca estás Nunca estás aqui
Por isso
Cedo o meu lugar a quem te mereça Que decore os teus planos e que não se esqueça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que te dê tudo e que nem pareça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que fique do teu lado e que não esmoreça Cedo o meu lugar Mas a seguir peço para voltar
É que eu gosto mesmo de ti Eu gosto mesmo de ti
Tento encontrar-me, desenrascar-me Mas quanto mais longe, mais perto de ti O que eu era desapareceu A culpa persegue-me, eu não sou mais eu
Cedo o meu lugar a quem te mereça Que decore os teus planos e que não se esqueça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que te dê tudo e que nem pareça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que fique do teu lado e que não esmoreça Cedo o meu lugar Cedo o meu lugar
Cedo o meu lugar a quem te mereça Que decore os teus planos e que não se esqueça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que te dê tudo e que nem pareça Cedo o meu lugar a quem te mereça Que fique do teu lado e que não esmoreça Cedo o meu lugar Mas a seguir peço para voltar
É que eu gosto mesmo de ti Eu gosto mesmo de ti
Mais para ler
[Desafio a adivinhar o que me passa na alma, desafio o ordem e a racionalidade a que tenho tanto apego, desafio a lógica das promessas que respeito, culpada sempre de sentir demais o que não se devia sentir, de dizer o que provoca dor, apesar de ser 'apenas' amor, culpada de não conseguir calar, e maior vilã dos silêncios não há.
Ouve o que eu calo, enxuga-me a dor, abdica de mim por amor.
As muralhas também fraquejam.]
"Às vezes o amor", do Sérgio Godinho, na versão da Márcia. Arrepia.
Que hei-de eu fazer Eu tão nova e desamparada Quando o amor Me entra de repente P'la porta da frente E fica a porta escancarada
Vou-te dizer A luz começou em frestas Se fores a ver Enquanto assim durares Se fores amada e amares
Dirás sempre palavras destas
P'ra te ter P'ra que de mim não te zangues Eu vou-te dar A pele, o meu cetim Coração carmesim As carnes e com elas sangues
Às vezes o amor No calendário, noutro mês, é dor, é cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
E se um dia a razão Fria e negra do destino Deitar mão À porta, à luz aberta Que te deixe liberta E do pássaro se ouça o trino
Por te querer Vou abrir em mim dois espaços P'ra te dar Enredo ao folhetim A flor ao teu jardim As pernas e com elas braços
Às vezes o amor No calendário, noutro mês, é dor, É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
Mas se tudo tem fim Porquê dar a um amor guarida Mesmo assim Dá princípio ao começo Se morreres só te peço Da morte volta sempre em vida
Às vezes o amor No calendário, noutro mês é dor, É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo Da morte volta sempre em vida
Mais para ler
Eu tenho um fraquinho por ti tu não me dás atenção tu não me passas cartão quando me ponho a teu lado tremo nervoso de agrado e meto os pés pelas mãos tu vais gozando um bocado a beber vinho tostão eu com o discurso engasgado fico a um canto, que arrelia de toda a cervejaria onde vais rasgar a noite se te olho com ternura olhas-me do alto da burra que mais parece um açoite é um susto um arrepio que me malha em ferro frio.
Eu tenho um fraquinho por ti que me vai de lés a lés tu dás-me sempre com os pés quando me atiro enamorado num estilo desajeitado disfarço em bagaço e café tu fumas o teu cruzado e fazes troça, pois é, já tenho o caldo entornado esqueces-me da noite p´ro dia em alegre companhia de batidas e rodadas tu ficas nas sete quintas marimbas, estás-te nas tintas p´ra que eu ande às três pancadas basta um toque sedutor eu cá sou um pinga-amor.
Eu tenho um fraquinho por ti que me abrasa o coração quase me arrasa a razão a tua risada rasteira põe-me de rastos, à beira do enfarte da congestão encharco-me em chá de cidreira mofas de mim atiras-te ao chão zombando à tua maneira lá fazes a despedida ao grupo que vai de saída dos amigos da Trindade mas no fim da noite, à noitinha, tu ficas triste e sozinha à procura de amizade e como é costume teu chamas o parvo que sou eu.
Afino uma voz de tenor ensaio um ar duro de macho quando estás na mó de baixo quero ver-te arrependida mas numa manobra atrevida rufia, muito mansinha, dás-me um beijo e uma turrinha que me põe num molho num cacho estremeço com pele de galinha e gosto de ti trapaceira da tua piada certeira do teu aparte final do teu jeito irreverente do teu aspecto contente do teu modo bestial noutra palavra mais quente eu tenho um fraquinho por ti.
Mais para ler
- diz (quase) assim a música.
Ouvir as mesmas canções é ter uma base de comunhão, de entendimento, quiçá de visão sobre uma série de aspectos. E é bom apanhar um murmúrio entoado no duche e fazer coro, pegar nas deixas e completar versos entre risos e uivos. É tão bom dançar em silêncio com a mesma banda sonora que não dá tréguas a ecoar em duas mentes sintonizadas na mesma estação, ondas médias ou curtas, inverno ou verão. Uma mão pousada na cintura, outra desleixada a deambular corpo acima, corpo abaixo. Como ímanes, dois animais que se pertencem, enganchados, bailando no ritmo que sabem de cor, suspiros e gemidos entredentes a marcar o compasso da sinfonia suprema sem maestro.
Partilhar com outra pessoa as nossas, tão nossas, canções, deixar escorregar uma gota atrevida e partilhá-la à janela com quem mora no silêncio invisível, do outro lado do coração, é todo um outro capítulo. É uma dádiva pessoal feita de adivinhas e silêncios, de empatias mudas e verborreias extensas. É abrir uma nesga da concha e soltar cavalos de batalha pela imaginação fora, sem coreografias ensaiadas. É fazer rebentar desejos de beijos como ervas daninhas na berma, persistentes, por muito que se tente arrancá-las pela raiz. São mãos que se tocam sem pele, tacto profundo, direito ao canto seguro onde enterramos segredos, sementes, sem medos.
[Quem me dera, meu bem, que te deixasses perder no olhar da Ventania. Quem me dera, amor, morrer para nascer de novo e te resgatar das labaredas que te gelaram, abraçar-te com toda a força e prometer que nunca te vou deixar cair, mais depressa cairia eu contigo do que soltar-te incerto no mar revolto. Enquanto eu estiver aqui, neste plano, não te faltará com quem ouvir a mesma canção ou espantar a solidão.]