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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

origem

Primeiro, as palavras. As que nunca ninguém antes havia dito. O respeito e a certeza que se foi instalando. A seguir a confirmação de que te esperava desde sempre. A Luz, a resposta passa pela luz que és, que acendeste em mim.

 

 

 (Feliz Aniversário, Amor. )

E já to disse, e já to repeti, e repetirei, e desejarei, porque não sei saciar a fome da minha pele pela tua.


 


Desejo, by Boca de lís


 


Desejo. É uma coisa engraçada e dá-se-lhe pouco apreço. No amor todos querem espetar o dedo, como quem gira um globo de plástico e o pára só para dizer "Estive aqui!", apontando para um sítio do planeta. "Amei aqui!", dedo espetado na ferida que esse bastardo tem por costume deixar. Do desejo fala-se pouco: levantam-se mãos que “Não fui eu!”. Varre-se para debaixo do tapete, desligam-se as luzes antes de o cumprimentar, porque ai de quem lhe veja os olhos. O seu lado lunar, pulsando vaidades animalescas que ninguém consegue pintar em alegorias. O amor ensina-se às crianças; sexo tem idade. Podemo-nos apaixonar aos 4 anos e seremos idolatrados do infantário à reforma – é história de se gabar aos netos. Se aos 4 fala de sexo, é prematura e dir-se-á promíscua até aos 30 – e só os pais saberão o pudico e secreto incidente. Contam-se romances e interioriza-se que o amor é uma coisa tão agradável que não lhe bastam todas as metáforas nem suficientes lhe são todas as líricas. O amor é como um suminho de laranja natural, apetece. A apregoada imagem de um casal idoso que dá as mãos, passeando na rua, comove mundos. Imaginam-se enredos, de uma paixão proibida, restringida, e um amor que vinga incondicional e independentemente. Não há histórias da luxúria na primeira pessoa, os contos exigem coerência que o desejo não tem. Desejo-te. Não se diz. É comprido demais, tem muitas sílabas, não fica bem em inglês e certamente se perde nas traduções para o francês. Roça o pornográfico se virmos por línguas espanholas. Cai em desuso, porque áspero. O desejo é como um limão, não se lhe pode trincar que incomoda até às vísceras. Até faz parecer que não se gosta de uma pessoa: queremo-la. E se "quero-te bem" é amoroso, "quero-te", assim, sozinho, desnudo, já parece capricho. Mas queres porquê? Egoísmo, pela certa! E ai dos Homens que se prestem a vanglórias, olhem o amor que é altruísta! Coisa bonita! Existe para lá do corpo e... morre sem ele. Porque dêem-me quantas líricas queiram, poética que o seja, não vejo amor sem desejo. Sem um "chega-me para cá essas pernas, mulher!" ou um agarrar de unhas cravadas nas costas dele, porque se o deseja por inteiro. Só havendo laranjas, não nos sai da cabeça a imagem amarela e reluzente daquele limão - Trinca-me.

E porque é o que mais nos aproxima dos animais, é o que mais nos assusta. Julgamo-nos tão racionais e, no final de contas, tão especiais... que nos esquecemos que é o desejo que nos alimenta o amor. Impropriamente, o Amor Próprio - rei de todos os outros.

 

Because we forgive each other before we can say “I’m sorry”. Because I go through so much trouble to buy stamps to put on an “I love you” card that I end up delivering it myself in your mailbox and you call me before you see it to say pretty much the same. Because you ask me to marry you, and I answer “will you marry me?”. Because you know how to piss me off and I fall for it every time. Because you trip on my slippers and that’s how much I miss you too. Because I saved the blue toothbrush for you. Because if you go, I’ll go with you, because I will go and you’ll come along too. Because I kissed the telephone so many times. Because you wash the dishes before you let me in your kitchen. Because we drink the same tea. Because our love is still the same, only bigger each day.


 


 


 



 


 

Entraste, no faro dos livros e CDs que porventura confirmaram alguma coisa e soltaram interrogações que te fizeram sorrir. Tacteavas com a ponta dos dedos as lombadas, como numa carícia a quem eu sou. Sorriste para a Ella, recordando as danças à distância em que embarcámos sem pudor. “James... Sabes-me de cor.” Sim, são as coisas pequenas que passam despercebidas à vista de uns e que a nós nos desatam as dúvidas. Era este amor que tinha dentro de mim, à tua espera para acontecer.


 


 



 

somos nós. São as nossas palavras, são os nossos beijos e as palavras que trocam em silêncio.


Nunca ninguém me compreendeu como tu compreendes. Nunca ninguém te leu como eu te leio, cada sombra do olhar, cada vírgula distraída - como quando fechas os olhos a meio das frases.


 


 










 


 


 


Podes parar de correr. Chegaste a casa.

Mais:


Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto de ti. Gosto tanto de ti. Gosto de ti. 



 

Escrito há algum tempo, quando não havia fresta de dúvida. É o teu presente de aniversário. Parabéns.



  • Não mais ter de traduzir as metáforas.

  • Os beijos. Únicos. Os mais doces.

  • Duas mãos que buscam incessantemente as minhas (independentemente do onde e do quando).

  • Os sorrisos em que os olhos enfrentam e contemplam os meus.

  • O sentimento de igualdade. Não melhor nem pior em nada.

  • A descoberta, de assuntos e canções e planos a cada duas frases.

  • A vontade de estarmos presentes em cada momento. Nem só nos bons, nem só nos maus.

  • Sentir-me bonita aos olhos dele.

  • A sensualidade não se esgotar à superfície da pele.

  • Fazer descobertas no outro não implica necessariamente fazer concessões.

  • Nunca haver espaço para duvidar que aquele amor é todo meu.


 



  • Não fomos à IKEA

  • Não fomos ao Gerês

  • Não fomos a Paris

  • Não fomos a Siena de Vespa beber um expresso

  • Não fomos a Barcelona

  • Não vimos José e Pilar nem o Filme do Desassossego

  • Não estreámos o leitor de DVD

  • Não precisámos do GPS

  • Não fomos para os copos

  • Não conheceste a minha malta

  • Não andámos de bicicleta

  • Não me emprestaste o cartão da Biblioteca

  • Não nos fotografámos a sério

  • Não fomos assinar os papéis ao Registo

  • Não tivémos a licença

  • Não conheceste os meus pais

  • Não conheci os teus pais

  • Não fiz festas à tua cadela

  • Não apresentámos a minha amiga ao teu irmão

  • Não rebolámos nas dunas

  • Não emigrámos para a Noruega

  • Não cumprimos um projecto de vida sonhado a dois

  • Não fizémos o mega-roupeiro

  • Não te comprei o jarro eléctrico

  • Não me deste malmequeres

  • Não aprendeste a cozinhar

  • Não bebemos café em nenhuma das varandas numa tarde de Verão

  • Não tivémos um monte de putos


E o pior de tudo? Não me escreveste um poema.


 


 



 


 

2008 foi um ano mau, complicado, de mudanças. Depois, em 2009, tudo se agravou e pensei que tinha sido o pior ano de sempre na minha vida. Accomplishments à parte, que cumpri grande parte do que me havia proposto. Mas foi terrível. Sofri, e sofri, e tornei a sofrer tudo de novo, num repeat tão masoquista quanto mágico. Em 2009 esgotei-me. Apesar de ter sido em 2008 que perdi o chão e vi planos quebrarem-se em cacos, 2008 foi a descoberta de mim sem sideshow. It was all about me. E os instantêneos irreais de paixões imensas a inundarem-me… 2010 começou mal, tão mal, e continuou pior do que podia imaginar. Nada, resume-se a nada. Um enorme vazio, buraco negro em que nada se permite respirar, nem o imaterializado raciocínio que deixou de caber nas sinapses. E de repente, out of nowhere, a coragem para dizer “Basta!”, para quebrar o ciclo, e o ciclo quebrou. E entrou a luz, e entraram sorrisos em catadupa, e entrou magia, e entrou encantamento, e entrou um pássaro azul pela janela, e entrou sangue nas artérias, e entrou ar nos sonhos, e entraste tu e não mais saíste de mim.


O pior ano da minha vida acabou por abrir portas ao melhor de mim.


 


 


 



 

um bilhetinho, uma carta de amor, um postal daqueles muito pirosos, uma visita surpresa, um mimo. Só porque sim, porque é verdade, porque apeteceu.


(Um sms a meio da tarde a dizer "Sabes que te amo?".) Isto - senhoras e senhores, meninas e meninos - é só isto, que faz toda a diferença do mundo. Que nos faz sentir especiais e amadas. Felizes.


 


 



 


 


 


Imagem roubada da Miss Glitering.

Não tenhas medo. Sei que já foste magoado vezes demais. Tu sabes que eu já fui magoada demais. Sabes que tenho um amor atravessado na garganta e eu sei os fantasmas que te fazem frio nos pés. Não tenhas medo. Estou contigo, agarrada a ti. Se escorregares eu seguro-te. Ou consigo agarrar-te ou caímos os dois. Não vou largar a tua mão. Não vou deixar-te sozinho. Não tenhas medo. O meu amor por ti não tem prazo de validade. Não tenhas medo de dar-te nem de tomar de mim o que ainda não quiseste receber. Nem pressa nem medo de nos viver completamente. Estou aqui, contigo e ficarei.


 


 



 


 

Planos para amanhã hoje: acordar com as galinhas. Enxotar sono com duche quentinho, colocar corrector de olheiras, sair a voar sem esquecer nada. Consulta "para demorar a manhã toda, menina". Almoço de Natal (bardajonices extra-calóricas, que é de praxe) com a minha periquita loira e quiçá também com Sr. meu Pai. Ir até à ponta oposta da cidade para outra consulta xpto, com direito a brinde no bracinho, que é um mimo de Natal. Em sobrando tempo, corridinha até casa para mais um duche quente zen e adequação de outfit. Corridinha de mais 30 Km de volta, com passagem algures para compra de suminhos orgânicos e bio e 100%. Paragem no melhor hotel/bistro lisboeta para Jantar de Natal com as minhas gajas (as solteiras mais giras e inteligentes e fofis da área metropolitana - gajos, de que é que estão à espera, hmmm?). Tentar não abusar do tinto (os suminhos não são para mim), que são muitos degraus a descer. Com um bocadinho de sorte, arranjar boleia com o Ambrósio mais charmoso deste mundo e arredores, cravar beijinhos bons e seguir até casa a curtir o som e a companhia. A chave de ouro seria aterrar as costelas no colchão rijinho e a cabeça num ombro quentinho.


 


Cansativo? Nah. Poder estar no mesmo dia com 75% das minhas pessoas favoritas do mundo é mesmo é uma grande sorte.


 


 



 


 

Já por duas ou três vezes, não contente com o elogio singelo que se constrói no olhar e nos cantos da boca, mais do que aquilo que por ela sai, já depois de cada um longe da vista do outro, mostra que a imagem lhe ficou gravada.


"Aquele vestido fica-te mesmo bem" ou "Adoro a menina do vestido vermelho".


Estas pequenas vaidades fêmeas, como quase todos os pormenores, dizem muito mais do que parecem dizer.