que detesta calor, praia (no Verão), banhos de sol... e depois vem de umas férias na Escandinávia (!) com um bronzeado à camionista.
Mais para ler
O calor. Isso mesmo. O que toda a gente parece adorar nesta estação, eu detesto. Aliás, tenho alergia. Mesmo. É verdade que a brotoeja não ataca só no Verão (basta um banho mais quente para despoletar as malditas manchas e comichões), mas ao passo que consigo controlar a temperatura do banho, não é possível controlar o termostato da atmosfera. E se no Inverno podemos sempre vestir mais roupa ou optar por roupa mais quente, no Verão não dá para despir além de certo ponto (além da pele, por exemplo).
Com o calor vem a transpiração. Não só a minha, que já seria suficiente para boicotar o meu humor (detesto sentir a pele peganhenta como se estivesse nos trópicos, detesto a sensação de que já não estou lavadinha e cheirosa), mas ainda a de todos os outros, e seus respectivos odores corporais. Levar com o cheiro a sovaco e chulé nos transportes públicos é um castigo demasiado grande.
A praia. Nunca gostei, nunca vou gostar. Vivo a 10 minutos de várias e óptimas praias, mas só gosto de desfrutar delas no Inverno. Além da exposição prolongada e propositada ao Sol me parecer uma das maiores asneiras que se possa fazer, quase tudo na praia (menos a água) me irrita. O cheiro a óleo bronzeador manhoso SPF2, a areia que se cola a todo o lado, o vento que leva a areia para a cabeça, o desconforto de tentar ler deitada na areia enquanto o vento e a areia viram as páginas do livro. Mais as criancinhas que passam a correr e nos enchem as toalhas de areia e os machos parados à beira da água a mirar toda e qualquer fêmea no seu campo de visão. E a gritaria (que as pessoas acham que estar na praia com mais umas centenas de pessoas é o equivalente a uma festa na garagem dos sogros e todos passam a ser vizinhos), que anula a experiência que devia ser bonita pela vertente do contacto directo com a natureza e os elementos. E depois, o pior de tudo... os bikinis e fatos de banho, que mostram tudo aquilo que se odeia no próprio corpo e nos deixam ali, para quem quiser ver, expost@s aos olhares de reprovação e aos comentários alheios.
E por falar nisso... A roupa. Ah, a roupa de Verão é óptima, tão leve e fresca, dizem as sereias. Eu não sou sereia, logo, detesto andar com mais pele à mostra do que é necessário. As alças ficam-me mal, os calções ficam-me mal, as havaianas magoam-me os dedos, andar de vestidos assa-me as coxas (ninguém manda ter coxas grossas a roçar uma na outra, já sei). A roupa cola-se à pele, há manchas de suor no sovacóide (blhéc), há malta sem noção que vai para o escritório a chinelar (podem ser as chinelas mais fashion e xpto do mundo, mas são chinelas!), ou com cai-cais (ai que cais, deixa cá puxar, ai que cais, puxa outra vez) e transparências que, quando muito, seriam adequadas para andar na noite de Ibiza e, aos meus olhos, fica simplesmente feio.
Melgas e mosquitos. Mais pele à mostra e mais janelas abertas, sobretudo durante a noite, significa também mais pequenos "predadores" com asas. Eu gosto de todos os animais, juro, e mesmo a existência das melgas e mosquitos não me chateia mesmo nada... desde que não me piquem. Mas, assim de repente, não me lembro de nada mais irritante do que acordar com um bzzzzzzzz duma melga, acender a luz e procurar a puta da melga, não encontrar, apagar a luz e bzzzzzzzzzz, estar nisto mais de uma hora, ceder à exaustão e acordar com dezenas de altos cor-de-rosa, uma comichão-horrível-que-dá-vontade-de-arrancar-a-pele-e-não-há-Fenistil-que-valha e depois ficar com as marcas o resto do Verão.