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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

origem

Tomada por um torpor paralisante, por mais que esprema não me saem as letras que quero dizer. Sei que por mais rodeios em que apanhe boleia, é a ti que vou ter, como sempre, desde sempre. São os teus olhos que me calam, que já não sei mais o que lhes contar. 

Consegui dizê-lo pela primeira vez, escorreita; professei o meu amor com todas as letras e de viva voz. Sem abafar o eco que nunca sai destas paredes.

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O Universo tem o péssimo hábito de falar comigo. Revela indícios e segredos que costumo ignorar, por carecer de validação lógica ou racional. Como boa entendedora que não sou, só percebo quando baixo a guarda da lógica e relaciono eventos, sítios, factos com os sinais recebidos, usualmente sentimentos, impressões, adivinhações.
O sentimento esquisito de orientação em sítios onde nunca tinha estado, a confiança cega em pessoas que nunca tinha visto, o encantamento ideológico e emocional por lugares ainda por explicar, tudo parece apontar em direcções que me perdem. O facto de me enamorar o espírito, por me sentir desafiada, embarcar em aventuras sem rumo nem norte, poderá também estar relacionado.
Queria saber traduzir os sinais do Universo. Tenho uma fervorosa e urgente necessidade de passar a pente fino cada significado, em busca de uma pista, e um faro dissonante que me dispersa por labirintos sem fim. Sou vencida pelo tempo que não se retém. Pelo sono que não dá tréguas. E até pela paixão branda que me invade todos os espaços de ti.

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Eu tenho uma confissão a fazer. Que só é confissão neste fórum, porque na minha "vida real" toda a gente sabe, há décadas, do que é que a casa gasta. O meu vício, o único, é uma paixão desmesurada, uma vocação inusitada, um chamamento. Viajar. É o que consegue dar-me ânimo se tudo o resto correr mal, alegria genuína, excitação, orgulho de estar viva e a aprender tantas coisas, restaura-me uma inocência pueril, inunda-me de ambições gigantes.


Se morresse agora, neste momento, levava fantásticas memórias de aventuras em muitos lugares, que guardo como se de amigos se tratasse, daqueles íntimos, com quem partilhámos alguma coisa profunda, mesmo que durante pouco tempo. E levava comigo uma angústia sufocante de não ter embarcado em mais aventuras, de não ter feito amigos entre outros sítios que me povoam os sonhos desde sempre.


O mundo é tão esmagadoramente grande e intenso, infinito, e tão pequenino. Do mundo que carrego comigo, não como um fardo, mas antes um tesouro fechado na palma da mão, o meu mundo, egoistamente só meu, faço biografia com mapa de memórias. Este mundinho infinito provoca-me, seduz-me. - caraças, que privilégio estar viva e ser testemunha de tanta e tão extraordinária beleza! Que bom, estar apaixonada pela vida.



 


  • Chorei tanto;

  • Conheci pessoas de quem gostei;

  • Criei uma pasta no PC chamada “Gajas 2011”;

  • Deixei cair uma omelete no chão;

  • Esperei por um idiota que não chegou;

  • Fui fotografada com uma SuperBock em frente à tromba cara;

  • Fui fotografada nO vestido azul;

  • Consegui dizer aos meus pais coisas que nunca tinha dito;

  • Quebrei a dieta inúmeras vezes;

  • Constatei que perdi mais de 1Kg desde a semana passada;

  • Lanchei bolo-rei ainda morno;

  • Jantei abacaxi;

  • Desejei um abraço que não foi dado;

  • Bati (com força e vontade) em alguém;

  • Senti o coração parar;

  • Senti o coração bater como um tambor;

  • Bebi ginjinha com elas;

  • Constatei que nunca fui realmente amada por um homem;

  • Recebi sms dum ex-namorado;

  • Parti uma gilette;

  • Senti-me completamente enlouquecida;

  • Reflecti muito sobre o conceito de perdão;

  • Abanei fortemente alguns dos pilares por que sempre me defini;

  • Comprei mais anéis do que os dedos que tenho;

  • Adormeci no caminho para casa;

  • Bebi champanhe pela(s) garrafas(s);

  • Descobri mentiras terríveis;

  • Chorei a ouvir Lhasa;

  • Chorei a ouvir Tindersticks;

  • Chorei a ouvir Caetano;

  • Chorei a ouvir-me chorar;

  • Estive noiva;

  • Comprei tabaco e fumei-o com gosto;

  • Chovi;

  • Jantei com alguém que adoro;

  • Ainda não almocei;

  • Fui a um hospital;

  • Ri até me doer a barriga;

  • Desejei profundamente adormecer e não voltar a acordar;

  • Tomei ansiolíticos e anti-depressivos;

  • Rompi o noivado;

  • Encontrei conforto em pessoas que nunca vi;

  • Esbarrei no metro com a pessoa de quem mais senti saudades e que era a última que queria ver;

  • Sonhei com cajús;

  • Li Ruy Belo, citei Ruy Belo;

  • Detestei o poema das luvas;

  • Comecei a planear viagens com amigos de sempre;

  • Comecei a planear viagens com quase-desconhecidos (outra vez);

  • Revi amigos muito queridos;

  • Discuti com a chefia e sugeri que me despedisse;

  • Odiei a minha mãe;

  • Bebi demasiado, várias vezes;

  • Passei dias inteiros sem comer;

  • Estive 48h sem dormir;

  • Recebi notícias dum amigo que está longe e não bem;

  • Andei sempre de saltos ou de chinelos;

  • Sangrei;

  • Acabei com o blogue;

  • Decidi deixar de esperar;

  • Recebi presentes;

  • Ainda não bebi café;

  • Encontrei por acaso um querido amigo com quem não falava há anos e achei que ele mantém o sorriso e o espírito puro que tinha aos 14 anos;

  • Fui apanhar chuva na cara porque me apeteceu;

  • Beijei o maior amor da minha vida;

  • Andei a pedir prozac emprestado;

  • Constatei que de entre tantas ideias estúpidas a pior terá sido fazer limpezas com as calças de fato vestidas;

  • Pensei que estava a viver um pesadelo distante da realidade;

  • Perdi toda a esperança;

  • Descobri verdades que nunca ninguém me tinha contado;

  • Andei todo o dia com umas calças azuis que pensei que eram pretas;

  • Ainda não conheci o meu sobrinho-perú;

  • Esvaziei uma casa de todos os meus pertences;

  • Quis tanto acreditar nas cartas da Maya;

  • Gastei 8 pacotes de lenços de papel em 3 dias;

  • Fiz reclamações a 3 entidades prestadoras de serviços;

  • Apaguei cartas de suicídio;

  • Dei notícias de esperança a quem não espera nada de mim, e menti ao fazê-lo;

  • Descobri que pareço estar imune às propriedades terapêuticas do etanol;

  • Contei todos os meus problemas a alguém que conheço mal numa casa-de-banho;

  • Parece que se calhar não acabei bem com o blogue;


E ainda só estamos a dia 6. 2011 promete...

Nunca perguntaste, nunca quiseste saber, quais são as minhas flores preferidas. Ter-te-ia dito "as vivas". E não seria necessário dizer mais, tu ias imediata e perfeitamente compreender tudo, o como, o porquê. E não seria a resposta que procurarias, tivesses querido saber de mim desses ângulos que só interessam a quem pode querer agradar. E tu dispensavas agradar-me se isso implicasse algum esforço. Soubeste não desde o primeiro momento, mas disse-to logo que se tornou uma certeza. Agradas-me por demais. Ter-me-ias respondido com túlipas. E toda eu um mar de compreensão.


Tivesses conhecido o melhor de mim, saberias. Malmequeres. Brancos.


 


 



 

Diz-me, sou o teu segredo? Falas em mim ou guardas todas as memórias num sítio escondido, só teu? Vais lembrar-te de mim amanhã? Quando dormes sozinho recordas as nossas noites?


Se falas de mim o que dizes? Contas as palavras que te digo e te escrevo, contas os olhares, tens como explicar ou descreves apenas a versão narrativa sem sal? Pensas em mim quando estás longe ou limitas-te a evitar-me quando estás ao virar da esquina?


Fui alguma vez alguém com quem quiseste ser “algo mais que amigo”? O que te cruzou o pensamento em cada um dos momentos, o que te fez mudar de ideias de cada uma das mil vezes?


Que verdades aceitaste e em que mentiras embarcaste?


Sentes a minha falta como eu sinto a tua? A minha ausência dói-te, ao menos um bocadinho?


Sabes o quanto eu gosto de ti? Sabes o que é gostar assim? Quem te abraça quando te calas e deixas falar o fantasma que carregas no peito?


Quanto tempo mais vais demorar?



A Princesa vai falar de si própria na 3ª pessoa. A ver se se distancia o suficiente para racionalizar melhor.





A Princesa acordou cheia de calor, com vontade de procurar um ombro fresquinho ali ao lado. As pálpebras relutantes eventualmente despegaram-se. Só a almofada.





A boa notícia. Respirar fundo. Vontade de correr a contar. Calma, já dizes.





Nevoeiro em redor. A visão turva com o nevoeiro que fazemos. O calor dissipa o nevoeiro, mas calor demais também deturpa a imagem. Outra vez a importância da temperatura certa. A Princesa lembra-se de muitas coisas boas, mas essa talvez fosse a melhor qualidade do Princeso. O que pensará ele agora? No meio do nevoeiro, certamente. Deixá-lo...





Corpo dorido. O dia de ontem foi exaustivo, a cidade em zig-zag com responsabilidades e pesos às costas, com cordéis a roerem os dedos, mais pesos pendentes. Emoções várias, a rodopiar, os medos, as ansiedades, prazos, tic tac.


 


Relativização. A boa notícia pode ser afinal a pior. Esperar é tortura... Aproveitar a falha nas precisões alheias para arranjar coragem e espreitar. Tivesse a Princesa dois corações e estaria um a pular pela boca.

 



Nobody knows

Nobody knows but me

That I sometimes cry

If I could pretend that I'm asleep

When my tears start to fall

I peek out from behind these walls

I think nobody knows

Nobody knows no



Nobody likes

Nobody likes to lose their inner voice

The one I used to hear before my life

Made a choice

But I think nobody knows

No no

Nobody knows

No



Baby

Oh the secret's safe with me

There's nowhere else in the world that I could ever be

And baby don't it feel like I'm all alone

Who's gonna be there after the last angel has flown

And I've lost my way back home

I think nobody knows no

I said nobody knows

Nobody cares



It's win or lose not how you play the game

And the road to darkness has a way

Of always knowing my name

But I think nobody knows

No no

Nobody knows no no no no



Baby

Oh the secret's safe with me

There's nowhere else in the world that I could ever be

And baby don't it feel like I'm all alone

Who's gonna be there after the last angel has flown

And I've lost my way back home

And oh no no no no

Nobody knows

No no no no no no



Tomorrow I'll be there my friend

I'll wake up and start all over again

When everybody else is gone

No no no



Nobody knows

Nobody knows the rhythm of my heart

The way I do when I'm lying in the dark

And the world is asleep

I think nobody knows

Nobody knows

Nobody knows but me

Me 

Uma vez escrevi num postal de aniversário estas exactas palavras:





"A felicidade processa-se do interior (de ti próprio) para o exterior. Não depende de outra pessoa, nem de qualquer factor externo ao teu íntimo. Não é o que fazes, o que tens ou quem te acompanha que te definem, mas antes quem escolhes ser. Que encontres a sabedoria que te permita escolher ser, espontaneamente, Feliz. Não desejo que se concretizem todos os teus sonhos; o meu desejo egoísta é que sejas muito feliz."


 



 


Vá, toca a experimentar a fórmula mágica para a Felicidade. Se resultar, venham cá dizer.





P.S. O meu desejo egoísta mantém-se.

Nunca dormi melhor que no desconforto da parte de baixo daquele beliche, pequeno para um e minúsculo para dois, numa carruagem em movimento do comboio que atravessava um sonho antigo ao meio. Um mundo diferente, oposto, do lado de fora. Antes, tinham sido as estrelas e um silêncio bonito. A cabeça às voltas em tantas mudanças sem direcção. As pernas dele nas minhas, os pés ternos a mimarem os meus. Gosto dos pés dele. E das mãos, pragmáticas, ágeis, doces. As mãos subiam e desciam em carícias florais nos meus braços. Eu brincava tímida e pueril com as orelhas dele. Ele atreveu o beijo, o beijinho, a testar a emoção. Fui feliz.


 

Esta idade que tenho, não a sinto. Não se me impõe, não me limita nem me pesa. Não é muita, nem é pouca e não me importa. Quase sempre sinto que sinto como quando era adolescente. Tudo em demasia, tudo muito intenso, muito forte, porque é tudo muito verdade e não gosto de rodeios. Não sei se pareço muito menos, mas sei que quando olho para trás vejo muitas coisas, muitos dias bem vividos, não lamento nada do que fiz. E quando olho para a frente vejo muito mais, porque me parece que comecei ainda agora, que o universo é imenso e está sequioso de esperar que o encontre. E vou partindo, ao seu encontro, ora pelas latitudes fora, ora por mim dentro. O saco das memórias é desarrumado, já se sabe, sem a ordem que se gostava de encontrar quando se desenrolam novelos. Não perdi nada do que tinha aos 15 anos, parece-me que só ganhei. Sendo sempre a mesma, mudei. Mas não mudei muito. Hoje consigo disfarçar melhor a timidez e de vez em quando já me vejo mulher, mas continuo a ser mais miúda. Continuo a gostar das mesmas coisas, não troquei os ténis por sapatos de salto, continuo a gostar muito de rir com a alma toda. Mas foi só com esta idade que reparei que já sofri como gente grande, e a seguir descobri que queria ter o mundo todo nas mãos e que as dores (mesmo as físicas) são irrelevantes. Foi com esta idade que tomei decisões adiadas e que arrisquei. Foi com esta idade que passei a viver sozinha e a ter tempo para desfrutar da minha companhia. Foi com esta idade que abri os olhos e vi com clareza o que pretendo para mim. Foi com esta idade, mais dia menos dia, que fiz uma directa da discoteca para o trabalho. Foi com esta idade que descobri que o Amor acontece, não se faz. Foi com esta idade que afirmei sem pudores as minhas prioridades e que comecei a colocá-las por ordem na minha vida. Com esta idade saltei de pára-quedas, escrevi mais e melhor do que nas outras idades todas somadas, com esta idade fui seduzida. E foi só com esta idade que aprendi a chorar, a não trancar tudo num cinzento nó na garganta, e parece-me que ando a compensar os anos em que não derramava uma lágrima. Com esta idade percebi que a ideia da solidão até ao fim é assustadora, mas que não troco a minha solidão por companhias ocas e superficiais. Foi só com esta idade que me vi adormecer nos braços de quem amo desde sempre e, por um instante, antes de ceder ao sono, achei que a vida era perfeita. 

Queres mesmo mesmo mesmo, mas mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo saber o que penso quando penso em ti? Queres? Mesmo?





Querias... Mas não to vou dizer. Se quiseres MESMO saber, vais ter de dar-te ao trabalho e obter/seguir as pistas. A primeira dou de barato, que sou generosa.





Pista #1: Há uma parede em Lisboa onde está tudo escrito, numa só frase...





 


Para obter mais pistas é favor deixar esmola na caixinha. =)

(…)


Desconhecido - E está tudo bem desse lado?


Princesa Canela - A compôr-se.


Desconhecido -  É-me permitido perguntar… A compôr-se de quê?!


Princesa Canela - Dos altos e baixos. Life's a rollercoaster.


Desconhecido - É-me permitido perguntar… Qual foi o último baixo?!


Princesa Canela - Sabes aquelas fases em que nada corre bem? Foi algo do género. Nem trabalho, nem Amor nem nada.


Desconhecido - Felizmente, uma fase má acaba por ter um fim. Não existem fases ad eternum. Nem sequer a da felicidade. Agora, podemos sempre procurar remar para onde queremos.  Tens remado?!


Princesa Canela - "P'ra caramba!" Contra a maré, que cansa mais. Mas hei-de chegar a bom porto.


Desconhecido - Então, sim, chegas. De certeza. É tudo uma questão de tempo. 


Princesa Canela - Também acho que sim.


Desconhecido - Pode parecer banal, mas é mesmo tempo.


Princesa Canela - O tal que tudo cura. Não sei se concordo com isso.


Desconhecido - Nem tudo é curável.


Princesa Canela - Mas tenho a certeza que utilizo o tempo para aprender.


Desconhecido - Mas tudo é amortecido. Pois bem, o que aprendeste com isto tudo?


Princesa Canela - Que sou forte. Que há coisas que não mudam só com a minha vontade. E que ser feliz depende só de mim, de mais ninguém.  Não é um mau começo, pois não?


Desconhecido –  Não. :) Sentes-te só?


Princesa Canela - É difícil dizer. Gosto de estar sozinha, mas não me sinto só. Tenho aquele punhado de amigos que se sabe serem para a vida toda. Mas sinto falta da minha metade.


Desconhecido - Não me referia propriamente a um tipo de solidão... de não ter amigos ou família. Mas de, independentemente disso tudo, sentes que andas a lutar sozinha. Por onde anda a tua "metade"?!


Princesa Canela - Não, não sinto que lute sozinha.  A minha metade anda a tentar encontrar a sua metade... Tolo.


Desconhecido - Isso é profundamente.... Doloroso e sanguinário. Hehe!


Princesa Canela - É. Aprendi a encarar as coisas como elas são. Não adianta tentar esquecer quem é inesquecível; não adianta negar ou abafar sentimentos, só temos que aprender a lidar com eles.


Desconhecido - Sim.   Não existem pessoas iguais. Mas existem outras formas de amar.  Existia um estudo científico que afirmava que até conhecermos a pessoa certa, temos de interagir no mínimo com entre 8 a 15 pessoas. :)


Princesa Canela - Ui, então falta-me imensas!!! lol Mas posso estar redondamente enganada. Já pensei ter encontrado a pessoa certa e agora rio-me... talvez a pessoa dificilmente conseguisse ser mais errada!  Lá está, life's a roller coaster... :)


Desconhecido – Muitas vezes confunde-se a química certa com a pessoa errada. Se fosse a pessoa certa, não teria ido embora. No fundo, é uma questão de lógica. Se é certo, é perfect match. Como tal, existe um total feedback de ambas as partes.


Princesa Canela - Era a minha teoria até que o perfect match se viu limitado num tempo e espaço definidos. Por isso me inibo de utilizar vocabulários que me intimidam, como amor ou paixão. Não sei como chamar a este sentimento… Noutro tempo, talvez volte a ser perfect match.


Desconhecido - Chama-se de saudades. :)


Princesa Canela - Às vezes só depois de palmilhar os caminhos errados se descobre o caminho certo. Saudades, sim, muitas. Daquelas que doem. E uma estúpida certeza de que aquela pessoa é tudo.


Desconhecido - Tudo és tu. Não uma segunda pessoa. Nunca podemos achar que para "respirar" precisamos de outra pessoa.


Princesa Canela - É um reflexo de mim. Queremos as mesmas coisas, pensamos do mesmo modo, vemos pelo mesmo prisma. Eu sei que não, essa foi a minha aprendizagem.


Desconhecido - Diz-me uma coisa, noutros relacionamentos que tu tiveste, não achavas que era incomparável, que essa relação, aquilo que sentias era sempre diferente do passado?!  Conforme foste evoluindo, não foste amando de forma diferente?! Cada vez superior?! As relações não foram ficando cada vez mais fortes?!


Princesa Canela - Não... houve poucas relações, mas devo dizer que algumas fracassaram precisamente porque achei que o sentimento não era suficiente.


Desconhecido - Esta foi a única em que achaste que era o suficiente aquilo que sentias?!


Princesa Canela - Sabendo que se pode amar a 1000, ninguém quer amar a 10. Não. Eu explico com factos concretos. Tive uma relação de cerca de vários anos com aquele que pensava que seria o homem da minha vida. Amei-o profundamente. Ou pelo menos gostei dele ao ponto de me convencer que era amor, gostava da ideia de viver um amor correspondido e feliz. E ele amou-me a mim. Um dia mudou de ideias. E eu sofri, chorei, esperneei e pensei que o mundo ia acabar. Não acabou. De repente encontrei uma pessoa que me fez sentir tudo diferente... Mais intenso, mais puro, mais profundo, mais natural, mais incontornável, mais verdadeiro. De surpresa... Eu mudei, libertei-me, vivi experiências que não podia viver com mais ninguém. Não houve uma relação romântica nos moldes 'normais'. Há uma cumplicidade e uma partilha extraordinárias. Há confiança. Há um entendimento kármico do que o outro pensa e sente. Há magia, complementaridade, há coincidências, há verdade em todas as palavras. Há respeito, há carinho, há ternura e poesia e química e música. Há ainda outra pessoa que gosta de mim e de quem gosto bastante, mas... não o suficiente. E eu não tenho o direito de fingir que amo alguém só para tentar a felicidade possível com quem seria sempre um second best. Talvez até pudesse amar... Mas seria da mesma forma que amei o ex-namorado. Amar mais a situação do que a pessoa. Talvez pudesse ser muito bonito, talvez pudesse ser uma estória terna e doce. Mas o meu coração encontrou outro lugar e é lá que pertence.


Desconhecido - Esclarecido.:) Mas o mais importante, é que tu estás esclarecida. Mas, o teu coração não pode pertencer a um lugar vazio.


(…)


 

A ideia criativa, a roçar o genial; A arte intensa (na imagem e no som); Os segredos reais e puros, porque são anónimos (?). Os comentários entre o livro de filosofia e o divã do psiquiatra. Um dos melhores blogues de sempre. Parabéns, Shiuuuu.



 


Quem dance comigo no meio da rua.


Quem me beije à chuva.


Quem adivinhe quando preciso dum abraço.


Quem não precise de perguntar porquê.


Quem tenha orgulho em andar de mão dada comigo.


Quem me faça rir.


Quem escute realmente o que digo.


Quem não hesite em voar comigo sem destino.


Quem me faça sentir única e especial.


Quem não me sufoque senão com ternura.


Quem não me traga de volta à realidade quando sonho.


Quem me deseje.


Quem me diga sempre e só e toda a verdade.


Quem me aqueça quando tenho frio.


Quem me faça acreditar.








ou talvez não procure, porque encontrei quando menos procurava.