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Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

Ventania

Na margem certa da vida, a esquerda.

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Descobri mais ou menos por acaso que, pelo menos para iOS, o Facebook tem uma nova (?) função, que me parece muito útil.

Se forem pessoas particularmente sensíveis ou de pavio curto como eu, sabem que às vezes, a bem da manutenção da paz, de uma relação de amizade, da camaradagem entre colegas, da cordialidade para com conhecidos, da boa vizinhança, ou mesmo, in extremis, a bem de não ir parar à cadeia, o melhor a fazer é "dar um tempo". Fazer uma pausa, respirar fundo para poupar os nervos, distanciar um bocadinho para que as coisas que agastam a relação não toldem aquilo que se quer preservar. Não se quer cortar relações com a pessoa nem ficar completamente alheio à sua presença, mas demasiada interacção ou um excesso de emotividade pode fazer disparar algumas reacções exacerbadas e com um potencial destruidor irreversível.

O  Facebook simplifica a tarefa com a opção "Take a Break", que surge logo abaixo do "Unfriend" ("Remover Amizade"). Não é mais do que um atalho que permite a edição de várias opções: ver menos publicações daquele amigo, limitar as nossas publicações que o amigo pode ver e editar as opções de partilha para os posts antigos. Mais importante, serve de alternativa apaziguadora quando já vamos lançados para clicar no "Unfriend", enfurecidos, fartinhos até aos cabelos da palermice de um 'amigo'. 

Não faço ideia se esta funcionalidade é nova, mas para mim é novidade e por acaso veio mesmo a calhar. Também não sei se está disponível em todas as plataformas (nos telemóveis em que experimentei, iOS tem, Android não, e no PC também não encontrei). [Se houver por aí entendidos na matéria que queiram partilhar a sua sabedoria e esclarecer as dúvidas do povo, é favor botar faladura ali em baixo na caixa de comentários.]

O que sei é que isto dava um jeitaço também na vida real! Eu iria ser uma utilizadora intensiva, seguramente, pelo menos em ambiente laboral. De cada vez que sou interrompida pelos suspiros e intervenções racistas da chefe, pelas mil perguntas e relatos infindos da colega do lado, pelo karaoke da colega de trás (a acompanhar um rádio despertador que todos temos de gramar), tenho de fazer um esforço hercúleo para não ter um ataque de raiva e começar a bater em toda a gente, ou agrafar-lhes a boca - só porque não me dava jeito nenhum ser despedida neste momento.

Enquanto o teletrabalho continuar a ser a excepção em vez da regra e os meus colegas de trabalho continuarem sem ter a menor noção do que é o respeito pelo tempo e espaço dos outros, tentarei passar a aplicar algumas restrições de privacidade em 3D: não dar conversa, colocar os 'fones' nos ouvidos para me mostrar menos disponível e praticar muito a capacidade de abstracção.

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