Procurava uma coisa e encontrei outra. Tem sido assim a vida toda. E o melhor de tudo, encontrei sem procurar, caiu-me ao colo. No meio do cinzento que era eu naqueles dias, uma explosão de cores primaveris, assim, do nada, em minutos, só com uma ideia partilhada contigo que me fez sorrir instantaneamente, abraçar a surpresa e cada uma das incógnitas. Tu a maior delas. Um estranho, um perfeito desconhecido de quem já havia ouvido o nome. Todos os planetas devem ter-se alinhado naquele momento, porque tudo se conjugou maravilhosamente, as vontades em uníssono, sem dúvidas, sem receios sobretudo. Tornava-se evidente a partilha, os espíritos cúmplices. Foi assim, em minutos, meia dúzia de palavras instantâneas, alinhadas como se estivessem escritas num guião há mil anos, perfeitas. Mapas a desenharem-se na imaginação, os sons em crescendo. Concretizar um sonho que se julgava guardado para depois, sem explicações a dar. Foi naquele momento que despertou em mim a vontade de seguir em frente, de me atirar de cabeça, recuperei os sorrisos que deixei pendurados ao peito tanto tempo. Tudo o que de bom existe nasceu ali, a começar pelos laços invisíveis.
Estou a precisar de outro desses momentos mágicos que devolve o corpo à vida. E sei que ele está para acontecer, um destes dias, que a Primavera traz-me sempre exclamações.